Taí um personagem importante do rock que foi subestimado pela história. A praia de Alan realmente era o blues e é sabido que ele era uma autoridade sobre o assunto. Pesquisava tudo que tinha relação com a história do blues e era freqüentador assíduo do circuito Folk-Blues Café de Cambridge; tinha um considerável acervo de discos raros de blues e ainda resgatava artistas veteranos desse gênero musical para os estúdios de gravação; foi o que fez, por exemplo, com Eddie “Son” House em 1965, com quem cooperou na gravação do LP The Father Of Delta Blues. Wilson chegou a escrever dois longos artigos para a o jornal de Massachussets, o ‘Broadside de Boston’, sobre os bluesmen Robert ‘Pete’ Williams e Eddie ‘Son’ House, trabalho que a revista ‘Downbeat’ considerou como uma das 10 mais importantes contribuições para o reconhecimento do blues moderno e foi considerado também como a primeira análise musicológica do estilo.
Alan era um expert em blues |
Alan Wilson dominava vários instrumentos musicais, como a guitarra acústica, guitarra elétrica, guitarra slide, piano e a harmônica, principalmente. Tinha um vocal estilo falsete, frágil e dissonante dos padrões do rock ou do próprio blues, mas era pessoal, interessante e exótico.
O forte de Blind Owl realmente não era o visual, pois não se preocupava com a própria aparência. Nunca foi um narcisista como seus colegas amantes do blues, Brian Jones dos Rolling Stones ou Eric Clapton do John Mayall’s Bluesbreakers e Cream. Um amigo me disse certa vez que Alan tinha um rosto não masculino, mas semelhante ao de uma menina feia.
Seu apelido “blind Owl”, que traduzindo seria “coruja cega”, foi dado pelo amigo guitarrista de folk & blues John Fahey, que durante uma viagem feita por ambos em 1965, atentou para os enormes óculos quadrados de lentes “fundos de garrafa” e de alto grau de Alan. Era muito comum a colegas de Al Wilson pedir sua ajuda para supervisionar certos projetos para graduação na universidade que fossem relacionados com a música folclórica norte americana, foi o que fez Fahey que se graduava em folclore na época, recorrendo ao profundo conhecimento de Wilson a cerca de country blues para reorganizar e concluir sua tese de mestrado sobre o lendário Charley Patton.
O forte de Blind Owl realmente não era o visual, pois não se preocupava com a própria aparência. Nunca foi um narcisista como seus colegas amantes do blues, Brian Jones dos Rolling Stones ou Eric Clapton do John Mayall’s Bluesbreakers e Cream. Um amigo me disse certa vez que Alan tinha um rosto não masculino, mas semelhante ao de uma menina feia.
Seu apelido “blind Owl”, que traduzindo seria “coruja cega”, foi dado pelo amigo guitarrista de folk & blues John Fahey, que durante uma viagem feita por ambos em 1965, atentou para os enormes óculos quadrados de lentes “fundos de garrafa” e de alto grau de Alan. Era muito comum a colegas de Al Wilson pedir sua ajuda para supervisionar certos projetos para graduação na universidade que fossem relacionados com a música folclórica norte americana, foi o que fez Fahey que se graduava em folclore na época, recorrendo ao profundo conhecimento de Wilson a cerca de country blues para reorganizar e concluir sua tese de mestrado sobre o lendário Charley Patton.
Alan Wilson, um defensor do meio ambiente |
Tímido e recluso, apesar de ser o líder do grupo, Alan não era o frontman ideal para a banda Canned Heat, tal papel coube ao vocalista principal, o gorducho carismático Bob “o urso” Hite, que também colecionava inúmeros discos de blues.
Além do blues, Blind Owl tinha outros interesses, tais como como o hábito de devorar livros sobre botânica e ecologia. Não era à toa sua obsessão pela preservação das florestas de sequóias e das árvores centenárias da Califórnia, pois chegou a criar junto ao ecologista Skip Taylor, a Mountain Music Foundation, uma organização formada para preservar as árvores em uma área chamada Skunk Creek, na Califórnia do Norte; era também notório seu apreço pela música e cultura indígenas.
E como a maioria dos jovens idealistas da época que sonhavam com um mundo de paz, amor, liberdade, rock & roll e muita erva para queimar, Alan mergulhou numa onda mística e utópica, numa procura desenfreada de si mesmo e de uma realidade inexistente, amparando-se em alucinógenos e nas filosofias esotéricas e naturalistas insustentáveis, numa viagem depressiva sem volta.
Talvez tudo isso somado a uma série de fatores tais como seu isolamento social auto-imposto, a pressão dos compromissos de rock star e sua dependência de drogas, o levasse a abraçar a morte tão precocemente aos 27 anos de idade.
Mas é certo que Alan se expressava verdadeiramente através do blues, e ele comeu, bebeu e respirou o blues até o final, e foi o pior tipo de blues, aquele que te consome por dentro e por fora. Lord, have mercy!
Por Eumário J. Teixeira
Além do blues, Blind Owl tinha outros interesses, tais como como o hábito de devorar livros sobre botânica e ecologia. Não era à toa sua obsessão pela preservação das florestas de sequóias e das árvores centenárias da Califórnia, pois chegou a criar junto ao ecologista Skip Taylor, a Mountain Music Foundation, uma organização formada para preservar as árvores em uma área chamada Skunk Creek, na Califórnia do Norte; era também notório seu apreço pela música e cultura indígenas.
E como a maioria dos jovens idealistas da época que sonhavam com um mundo de paz, amor, liberdade, rock & roll e muita erva para queimar, Alan mergulhou numa onda mística e utópica, numa procura desenfreada de si mesmo e de uma realidade inexistente, amparando-se em alucinógenos e nas filosofias esotéricas e naturalistas insustentáveis, numa viagem depressiva sem volta.
Talvez tudo isso somado a uma série de fatores tais como seu isolamento social auto-imposto, a pressão dos compromissos de rock star e sua dependência de drogas, o levasse a abraçar a morte tão precocemente aos 27 anos de idade.
Mas é certo que Alan se expressava verdadeiramente através do blues, e ele comeu, bebeu e respirou o blues até o final, e foi o pior tipo de blues, aquele que te consome por dentro e por fora. Lord, have mercy!
Por Eumário J. Teixeira
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