18 de out. de 2009

ELVIS PRESLEY E O CRISTIANISMO

A música gospel é tradicional e respeitada nos Estados Unidos da América. Os estados de Louisiana, Tennesee, Arkansas, Texas e Mississipi que o digam; mas, precisamente na cidade de Memphis, no Tennesee, a música de louvor martelou a cabeça de uma geração de jovens criados num regime familiar rígido e moralista, típico daquelas regiões. Mas foi nesses estados mais ao sul dos EUA que surgiram alguns dos maiores ícones do rock & roll, que representariam a juventude transviada norte-americana dos anos de 1950. A saber, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash, Roy Orbinson e, é claro, Elvis the pelvis.

Elvis Presley foi criado por sua mãe dentro dos padrões de uma família cristã temente a Deus, pois freqüentava regularmente as escolas dominicais da sua igreja. Poderia perfeitamente ter se tornado um 'pescador de almas', já que tinha fé, carisma e desenvoltura para isso. Se dependesse de Gladys, sua mãe, assim teria sido.
Ele assistia constantemente as pregações do pregador da Igreja Batista de East Trig em Memphis, que era famoso por seu louvor e pregações animados pelo “fogo do Espírito”; e também admirava as performances dos Blackwood Brothers, conjunto gospel preferido de sua mãe. O irmãos Balckwood cantaram no funeral de Gladys em 1958 e aliás, a morte da mãe por ataque cardíaco, ocasionou a Elvis uma profunda depressão e desde então ele nunca mais foi o mesmo.
Elvis e e o grupo vocal gospel Statesmen Quartet
Na igreja além do gospel e spirituals, Elvis curtia as performances dos pregadores que corriam de um lado para o outro no púlpito, martelando o piano e sacudindo a cabeça, braços e pernas. Ele percebia desde cedo que para cantar com “feeling” não bastava só a voz, mas também usar todo o corpo para se expressar verdadeiramente.
Mas além de acompanhar e interpretar muito bem gospel e spirituals nos cultos da igreja, Elvis se sentia muito confortável para cantar os ritmos mudanos da country music, o rockabilly e particularmente o blues. Mas o bom rapaz teve um empurrãozinho do diabo que percebera o potencial do mesmo para seduzir multidões levando-o a gravar seu primeiro compacto, uma homenagem a sua mãe, na Sun Records em Memphis. Só que ao invés de gravar um louvor comportado para a mãe cristã, Elvis improvisa e grava uma versão acelerada de “That´s Alright Mama” do bluesman Arthur “Big Boy” Crudup.


CD coletânea com 40 faixas de gospel gravadas por Elvis
Elvis Presley selou seu próprio destino ao criar do nada uma forma diferente de interpretar o rhythm & blues negro que o fez desviar do caminho de louvor e adoração à Deus. E direcionando todo o seu potencial para o rock & roll, Elvis foi adotado pouco depois pelo empresário farejador de dinheiro e sem escrúpulos Tom Parker, que se apossou com muita competência da vida e alma do futuro “Rei do rock”. Até o fim de sua vida, Elvis foi controlado como a um marionete pelo Cel. Parker e quando nem mesmo as injeções de anfetamina e outras drogas químicas receitadas pelo famigerado Dr. George Nichopolous e outros diferenciados meios de fuga como garotas de programa, gula e consumismo desenfreado, lhe traziam a paz, ele se refugia na música gospel, que era seu porto seguro.

Em
Tiago 1.13-15, se lê: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atraí e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” 


Elvis Aaron Pressley (com dois 's') nasceu em Tupelo, Mississipi, na madrugada em 8 de janeiro de 1935, trinta e cinco minutos após seu irmão gêmeo Jesse, que veio ao mundo já morto (Elvis se culparia por toda a vida pela morte de Jesse). Quando Elvis fez 1 ano de idade em 1936, Tupelo foi varrida por um furacão, causando destruição de igrejas, escolas, casas, com um saldo de mais de 200 mortos e centenas de feridos. A tragédia fez com que as diferenças raciais acirradas na época fossem deixadas de lado por um tempo até a reconstrução da cidade. Para piorar as coisas seu pai, Vernon Presley, foi preso em 1937 por falsificação de cheque e só liberto em 1941.
Elvis e Mahalia Jackson (à esquerda)
Com o início de vida atribulado, o jovem Elvis (com 9 anos de idade) teria sido batizado com o Espírito Santo numa Igreja Assembléia de Deus que seguia a doutrina pentecostal. Em 1948 a família Presley se mudou para Memphis e foi lá que tudo começou a mudar...e o resto é história.
Anos mais tarde, já famoso e idolatrado por um público imenso e fiel, Elvis não se esquecia da música gospel e quando cantava aquelas músicas de louvor, resgatava aqueles momentos preciosos de sua infância e juventude em que ouvia tais hinos frequentemente na igreja ou em casa com sua mãe, se sentindo aliviado espiritualmente mesmo que por um breve período.
Depois do trauma da morte da mãe em 1958, Elvis enfrentaria outro golpe que o deixa bastante fragilizado em 1973, ele se divorcia de Priscilla Presley que já estava se relacionando com Mike Stone, um instrutor de karate coreano famoso entre as celebridades.
Elvis estava perdido no final dos anos 70 e no seu íntimo ainda acreditava na sua salvação; isso era evidente quando interpretava aqueles gospels nos seus shows com todo aquele fervor, parecia estar pedindo por socorro e perdão à Deus.


Elvis e o grupo vocal gospel The Imperials
Quando estava no topo do sucesso como roqueiro e em baixa com a comunidade cristã, Elvis começou a comparecer às Covenções Anuais de Quartetos Gospel de Memphis que se iniciaram em 1957, ano em que gravou "Peace In The Valley" (Paz No Vale), que agradou por demais a comunidade evangélica. Em seguida vieram os LPs somente com músicas gospel: His Hand In Mine (Sua Mão em Mim) de 1960; How Great Thou Art (Quão Grande É A Vossa Sabedoria) de 1967, que foi aclamado pelo público e crítica; e em 1972, lançou He Touched Me (Ele Me Tocou), que traz a ótima versão de “Amazing Grace” (Graça Excelsa). Elvis se saiu tão bem nas gravações de tais álbuns e em algumas interpretações ao vivo que ganhou os prêmios Grammy de 1967, 1972 e 1974, entrando para o “Hall da fama” da gospel music.

Elvis e o grupo vocal gospel The Jordanaires
Elvis admirava os principais vocalistas da música gospel como Jake Hess dos Statesmen, George Beverly Shea e Mahalia Jackson, a rainha do gospel norte-americano. Nos anos 60, Elvis chegou a se encontrar com Mahalia e demonstrar todo o seu respeito por ela. Grupos vocais importantes apoiaram Elvis em suas gravações de gospel nos estúdios e palcos, como The Jordanaires nos anos 60, The Imperials no início dos anos 70 e The Stamps já no final da década, do qual se destacava o vozeirão de J. D. Sumner. Sem esquecer de mencionar o grupo vocal feminino Sweet Inspirations.
Houve uma ocasião no início dos anos de 1970, que Sylvia Shemwell, vocalista do Sweet Inspirations recebeu um diagnóstico de câncer no abdomem. Quando soube, Elvis imediatamente tocou em seu ventre e orou a Deus pedindo sua cura. Não se sabe se foi em virtude da fé de Elvis ou de Sylvia, ou até mesmo se ocorreu um diagnóstico errado, mas ela foi curada, o que foi comprovado por exames.  


Elvis e o grupo vocal gospel The Stamps, com J. D. Sumner
Elvis sempre acompanhou lançamentos dos trabalhos de conjuntos gospel como dos Harmonizing Four e The Golden Gate Quartet. Outra influência que Elvis nunca negou, foi a do já citado vocalista gospel e fiel conselheiro, J. D. Sumner, a quem Elvis acompanhava desde os tempos dos Blackwood Brothers e copiou muito dos seus trejeitos ao cantar. Não há como negar a influência do gospel na formação musical de Elvis, e o mais importante era que ele realmente via na música de louvor seu último recurso para se comunicar com Deus a quem tanto amava e ao mesmo tempo temia. Infelizmente ele caiu no laço do diabo e se deixou abater...mas se ele realmente um dia se arrependeu, foi batizado e recebeu o Espírito Santo, Deus certamente teve misericórdia de sua alma. Elvis poderia ter sido um instrumento poderoso nas mãos do Senhor Jesus aqui na Terra.

Em Isaías 20.28-31 se lê: Não sabes, não ouvistes que o eterno Deus, o Senhor, o criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplicas as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”

Está em João 3.16 : Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”


Elvis e J. D. Sumner sings the gospel
No funeral de Elvis Presley em agosto de 1977, Jake Hess e integrantes do quarteto The Statesmen cantaram “Know Only To Him”, Kate Westmoreland cantou “My Heavlenly Father Watches Over Me”, e James Blackwood e The Stamps cantaram “How Great Thou Art”. A pregação coube ao Pastor Rex Humbard, a quem Elvis admirava e assistia aos domingos pela TV seu programa entitulado, “Você é Amado”. 
Para finalizar, Tony Brown, ex-vocalista dos Stamps e presidente da MCA Records, relatou que em certa ocasião em uma apresentação, desta vez no estádio da Faculdade de Notre Dame no final dos anos 60, Elvis já estava incomodado com toda aquela adoração dos seus fãs, quando surpreendeu um grupo de tietes entusiasmadas que ocuparam uma fileira de cadeiras e esticaram uma enorme faixa lateral em que se dizia: “Elvis você é o Rei”. Elvis prontamente parou de cantar e respondeu: “Não, Jesus Cristo é o único rei!”; o que fez as garotas recolherem a faixa e se assentarem envergonhadas.
Capas do álbuns com temas gospel gravados por Elvis
 Aqui uma interpretação inesquecível de "Dixieland" por Elvis Presley visivelmente emocionado no link do you tube:
 
Por Eumário J. Teixeira.

14 de out. de 2009

BOB DYLAN E O CRISTIANISMO

z
O rock sempre foi acusado de ser uma criação do diabo e para reforçar tal tese, alguns de seus mais ilustres representantes fizeram questão de alimentar tal polêmica, declarando-se seguidores fiéis do maligno, fazendo-se assim notar intencionalmente em performances provocantes nos palcos e nas letras e músicas que criavam. Mas como a maioria das coisas deste mundo, há casos de parodoxismo em que roqueiros convictos do caminho aparentemente libertário do sexo, drogas e rock & roll, tendem em determinado momento, em que suas carreiras se tornam vazias e sem rumo, a acrescentar ingredientes mais suaves e de conteúdo espiritual em suas obras. É de se esperar de volta resistência em relação ao elemento estranho incluso no meio e geralmente acontecem reações negativas de hostilidade, ameaças e rejeição por parte de um segmento considerável do público e crítica.

Dylan, insinuou que teria feito um pacto com o "senhor deste mundo"
A tentativa por parte do rockstar de tentar conciliar os extremos acaba, mais cedo ou mais tarde, por provocar um choque considerável que pode causar danos irreparáveis na mente e na carreira do músico.
Dois personagens importantes na história do rock experimentaram e se arriscaram neste empreendimento de rock espiritual, mas como previsto, não saíram totalmente ilesos, pois há sempre um preço a pagar para o bem ou para o mal. Foram eles, Bob Dylan e Elvis Presley. Ambos tentaram harmonizar o sagrado e o profano como se pudessem...mas está escrito em Mateus 6.24 : “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” 


 Bob Dylan – Os avós de Dylan viviam no leste europeu dominado pelo Czar Nicholas II, que acusava os judeus de responsáveis pela decadência do império russo, e quando começou a perseguição em 1905 pelos simpatizantes do Czar, vovô Zigmar Zimmerman imigrou para os Estados Unidos da América, mais precisamente para Duluth, Minnesota. Em 1911 Abe Zimmerman, filho de Zigmar, nasce e, em 1934, aos 22 anos, Abe casou-se com Beatrice (Beatty) Stone. Deste casamento foi gerado Robert Zimmerman (mais tarde conhecido como Bob Dylan) que nasceu em 24 de maio de 1941. Quatro dias após seu nascimento Bob foi registrado e circuncidado conforme as tradições judaicas.

Bob Dylan, um profeta para alguns
Apesar de não te sido criado em lar ortodoxo, Bob recebeu ensinamentos bíblicos básicos. O que foi determinante mais tarde para a criação das letras de suas músicas que o tornaram o poeta de rock mais influente do mundo, sendo que muitas destas eram baseadas em todas aquelas imagens contidas no Velho Testamento, ou seja, nos primeiros 5 livros da Bíblia ou Pentateuco, que é adotado pelos judeus ortodoxos. Mas uma frase dita por seu pai o acompanhou por toda sua vida, algo como: “...que é possível alguém tornar-se tão desonrado que seus próprios pais poderiam abandoná-lo, mas se isso acontecesse, Deus sempre acreditaria na sua própria capacidade de redenção.”
Sua trajetória de rockstar se deu naturalmente no início dos anos de 1960 até a segunda metade dos anos de 1970. Bob Dylan apareceu para o grande público como cantor folk, basicamente voz, guitarra acústica e harmônica e, em 1965, escandalizou todo um segmento de puristas fanáticos pela folk music quando amplificou seu som e se apresentou a todo volume com Mike Bloomfield na guitarra e banda no festival de Newport, foi um choque monumental que pegou público e crítica pela primeira vez de calças na mão.

Em 1974 Bob estava cansado das farras, da fama, da imagem de profeta do rock criado sobre si mesmo, da grana fácil, dos shows estereotipados para grandes multidões perdidas nas drogas e na alienação que viam nele um “messias” que lhes dariam um sentido razoável para se continuar vivendo e acreditando no ser humano.


Slow Train Coming, 1979
Bob se encontrava bastante deprimido, mas duas de suas antigas namoradas Mary Alice Artes e Carolyn Dennis que vinham do meio evangélico, como também outros membros da banda da época, foram influentes na sua conversão ao cristianismo em seguida. A princípio eles o incentivavam a orar sempre que estivesse em alguma situação desanimadora e assim foi, até que em certa ocasião Bob teria tido uma visão e sentido a presença de Jesus Cristo numa sala. Em 1979, o pastor de origem luterana Kenn Gulliksen, que fundara sua própria igreja, a Vineyard Fellowship em 1974, a mesma que Mary Alice Artes freqüentava, procurou por Bob Dylan e lhe falou de Jesus. O que foi decisivo para Bob dobrar-se e ser batizado. Já que não tinham sede própria, as reuniões da Fellowship eram em prédios, salas alugados ou na praia como nos tempos da igreja primitiva de Jesus e seus apóstolos. Ideologicamente se baseavam na bíblia e tinham postura rígida em relação a drogas, excesso de bebidas e adultério. Bob foi imerso (morto) e emergido (ressuscitado) do mar tendo renascido como um novo homem, agora discípulo de Jesus, o único Salvador.

Saved, 1980
A conversão de Bob Dylan não agradou à comunidade judaica, já que os próprios filhos dele tinham sido criados na Lei pregada por Moisés, sendo que os mesmos se viam constantemente em situações constrangedoras em virtude da reviravolta de fé dada pelo pai.
Mas a nova crença inspirou bob Dylan a criar e lançar três discos com mensagens de conteúdo cristão. Uma trilogia amaldiçoada pelos críticos, com exceção talvez do primeiro, o excelente Slow Train Coming, de 1979, com as faixas “Gotta Serve Somebody”; e “Slow Train”; “Precious Angel” e “I Believe In You”. A seguir veio Saved, de 1980, com as faixas “Saved”; “Pressing On” e “Are You Ready” se destacando com mensagens mais radicais e moralistas sendo repudiado pela crítica e ignorado por boa parte dos fãs. E finalmente, Shot Of Love, de 1981, que apesar de ter sido um bom trabalho contendo “In the Summertime” e “Dead Man, Dead Man”, confirmou o repúdio geral. A crítica especializada já profetizava o fim de carreira do maior poeta do rock & roll.


Shot of Love, 1981
Bob Dylan enfrentava topo o tipo de pressão por parte de empresários, colegas do meio musical, críticos especializados, comunidades judaicas, público em geral, etc., para que ele voltasse a ser o poeta revolucionário e inconformista que o caracterizou no início de sua carreira. A freqüência em seus shows despencou junto com a arrecadação, como também a venda de discos e convites para apresentações. De repente ele se viu de escanteio e menosprezado. Era o preço a pagar por sua conversão ao cristianismo.
Em 1983, após um breve afastamento dos estúdios e palcos, Bob Dylan reaparece com o álbum Infidels, um trabalho onde demonstra profunda afinidade e identificação com o povo judeu e Israel, revoltando-se contra o anti-semitismo e o anti-sionismo. Agora ele não faria mais shows mais aos sábados e passou a estudar a Cabala. Ele teria abandonado o cristianismo finalmente, mas talvez não totalmente, pois uma faixa de Infidels era denominada “ Property Of Jesus” (“Propriedade de Jesus”).
Em entrevista à Rede Americana CBS na década de 2000 após 19 anos excluso, Bob desabafou: “Nunca quis ser profeta nem salvador, no máximo Elvis. Posso me ver transformando nele. Mas profeta? Não.”

Sua fé não resistiu às pressões do mundo
Em Mateus 5.11, está escrito: “Bem aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.”
Em 2Timóteo 2.11-13, temos:
“Fiel é esta palavra: se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode-se negar-se a si mesmo. 

Eis um link do you tube de "Slow Train Coming" com Bob Dylan:
 
Por Eumário J. Teixeira.

5 de out. de 2009

BARAK OBAMA VS. BÍBLIA SAGRADA


DISCURSO DE BARAK OBAMA TRANSCRITO- Politicamente correto, mas...tire suas próprias conclusões! -
DEMOCRACIA X RELIGIÃO
(Realizado em 2008 numa igreja, quando ainda candidato à presidência dos EUA)


“Dada a crescente diversidade das populações dos Estados Unidos, os riscos de sectarismo estão maiores do que nunca.
O que quer que nós já tenhamos sido, nós não somos mais uma nação cristã. Pelo menos não somente.
Nós somos também uma nação judaica, uma nação muçulmana, e uma nação budista, e uma nação hindu, e uma nação de descrentes.
E mesmo se nós tivéssemos apenas cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas? Seria o de James Dobson ou o de Al Sharpton?
Que passagens das Escrituras deveriam instruir as nossas políticas públicas?
Deveríamos escolher o Levítico, que sugere que a escravidão é aceitável? E que comer frutos do mar é uma abominação ou poderíamos escolher o Deuteronômio, que sugere apedrejar o seu filho, se ele se desviar da fé? Ou deveríamos ficar com o Sermão da Montanha? Uma passagem que é tão radical que é de se duvidar que o nosso próprio Departamento de Defesa sobreviveria à sua aplicação. Nós, então, antes de nos empolgarmos, vamos ver as nossas Bíblias agora. As pessoas não têm lido a Bíblia. O que me trás ao meu segundo ponto: Que a democracia exige que aqueles motivados por religião traduzam suas preocupações em valores universais ao invés de específicos de uma religião. O que eu quero dizer com isso? Ela requer que as propostas delas estejam sujeitas a discussão e sejam influenciáveis pela razão.
Eu posso ser contrário ao aborto por razões religiosas, para tomar um exemplo, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar a vontade divina, eu tenho que explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.
Agora, isto vai ser difícil para alguns que acreditam na inerrância da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam, mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha.
A política depende das nossas habilidades de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum. Ela envolve negociação, a arte daquilo que é possível. E, em algum nível fundamental, a religião não permite negociar: é a arte do impossível.
Se Deus falou, então espera-se que os seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito das conseqüências. Agora, basear a vida de uma pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, mas basear nossas decisões em tais compromissos seria algo perigoso.
E se você duvida disso, deixe-me dar um exemplo: Nós todos conhecemos a história de Abraão e Isaac. Abraão foi ordenado por Deus a sacrificar seu único filho. Sem discutir ele leva Isaac montanha acima até o topo e o amarra ao altar. Levanta a sua faca. Prepara-se para agir como Deus ordenara. Agora, nós sabemos que as coisas não deram certo; Deus envia um anjo para interceder bem no último minuto. Abrão passa no teste de devoção de Deus.
Mas é justo dizer que se qualquer um de nós, ao sair desta igreja, visse Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos, no mínimo, chamar a polícia. E esperaríamos que o Departamento de Serviços às Crianças e à Família tirasse a guarda de Isaac de Abraão. Nos faríamos isso porque nós não ouvimos o que Abraão ouve e nós não vemos o que Abraão vê.
Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquelas coisas que todos nós vemos, e que todos nós ouvimos. A jurisprudência é bom senso básico. Então, nos temos algum trabalho para fazer aqui, mas eu tenho esperanças que nós podemos transpor o hiato que existe e supera os preconceitos que todos nós, em maior ou menor grau, trazemos a este debate.
E eu tenho fé que milhões de americanos crentes querem que isso aconteça. Não importa o quão religiosos eles possam ser ou não ser, as pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta de ataque.
Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir, porque no fim não é desta forma que elas vêm a fé nas suas próprias vidas.”

Para Barak Obama:
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
Tu, porém permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste.
E que, desde a Infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para salvação pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
(2Timóteo 3.12-17)