29 de jun. de 2016

SCOTTY MOORE, O PRIMEIRO GUITARRISTA DE ELVIS, FALECEU!



Scotty Moore faleceu (em 28 de junho de 2016). Ele foi um guitarrista norte-americano nascido em Gadsden, Tennessee. Tocou com Elvis Presley no período de 1954 até 1968. Era membro do "Hall da fama do rock" e foi considerado o 29º melhor guitarrista de todos os tempos pela revista norte-americana Rolling Stone. Seu estilo de tocar fez escola e influenciou guitarristas de rock como George Harrison, Keith Richards e Jeff Beck. Moore estava com 84 anos. 

Eumário J. Teixeira

18 de jun. de 2016

CARRÕES FAMOSOS DA TV E DO CINEMA – Parte IV – Ford Mustang GT-390, de Bullit


Um filme que é a cara do final da década de 1960 e início da década de 1970, foi “Bullit”, estrelado por Steve McQueen, sem dúvida o maior astro dos filmes policiais e de ação da época. Steve McQueen já reinava nas telas antes mesmo da consolidação de outros astros “durões” como Clint Eastwood e Charles Bronson. O filme Bullit, em especial, foi marcante por exibir uma das mais intensas perseguições de carros já filmadas.

Bullit, um dos melhores filmes de Steve McQueen

Bullit foi lançado em outubro de 1968 nos EUA, sob a direção de Peter Yates e com o roteiro adaptado de Alan Trustman e Harry Kleiner, baseado no livro “Mute Witness” de Robert L. Fish, de 1963. A música original rica em elementos de um jazz suave foi composta por Lalo Schifrin, o mesmo que compôs mais tarde a clássica trilha sonora para Enter the Dragon (Operação Dragão, com Bruce Lee, em 1973).



O duelo entre o Ford Mustang GT-390 e o Dodge Charger R/T pelas ruas de San Francisco
Mas o que mais chamou a atenção no filme não foi tanto a sua conclusão no final, mas uma cena anterior de perseguição de carros pelas ladeiras da cidade de São Francisco, na Califórnia. Os dois veículos envolvidos eram um Ford Mustang GT-390 verde, dirigido pelo oficial de polícia Bullit (Steve McQueen) e o Dodge Charger R/T negro guiado pelos assassinos profissionais, que saltavam pelas ruas da cidade donde se pregava a cultura do “flower power”.

Steve McQueen, perfeito para o papel de Bullit. Carros e alta velocidade era com ele mesmo.


Detalhes do Ford Mustang sob a direção de McQueen
A filmagem de tal duelo automobilístico com todo aquele estilo inovador influenciou os filmes policiais nos anos seguintes, como a série “Dirty Harry” (com Clint Eastwood) e “Operação França I e II” (The French Connection, em 1971 e 1975), com Gene Hackman.
Bullit sempre é lembrado com um dos melhores trabalhos de Steve McQueen, e é sempre mencionado nas rodas de conversa quando se fala em perseguições automobilísticas.
Steve McQueen era conhecido por sua paixão por guiar carros e motocicletas em alta velocidade. 

Steve McQueen em Fugindo do Inferno numa motocicleta nazista
Para quem gosta de alta velocidade nas telas, As 24 Horas de Le Mans, com McQueen, é essencial
No filme “Fugindo do Inferno (The Great Escape, de 1963) McQueen protagonizou a famosa cena de fuga de um campo de prisioneiros pilotando uma motocicleta do exército alemão; sendo que o famoso salto sobre a cerca de arame farpado com a moto nazista foi na verdade executado pelo dublê Bud Ekins. No filme “As 24 horas de Le Mans” (Le Mans, de 1971), McQueen também teria guiado, em algumas tomadas, um dos três Porsches de número 917 utilizados para a filmagem, já que por razões contratuais e de segurança teve que dividir a cenas com o piloto Hebert Linge. 



As linhas arrojadas do Ford Mustang GT-390 e o motor V-8
Assim também ocorreu ao guiar o Ford Mustang modificado de motor V-8 em alguns trechos da famosa cena de perseguição em Bullit, ao abrir mão das cenas mais perigosas, mais uma vez, para o dublê Bud Ekins. O resultado de seu esforço sob a direção de Yates foi compensador. E certamente a procura pelo Ford Mustang GT-390 teve ter aumentado bastante nas concessionárias, depois do filme.




Ford Mustang GT-390, um objeto de culto até hoje
Da mesma forma, a performance do Dodge Charger R/T não ficou para trás, mas alguém teria que perder na perseguição e não seria o  “mocinho” com seu Mustang GT. Pressionado por Bullit, o motorista do Dodge perde a direção e acaba se chocando com as bombas de gasolina num posto às margens da rodovia. Ocorre uma tremenda explosão e o fogo consume o Dodge com seus ocupantes dentro.


O Dodge Charger R/T cumpriu muito bem o seu papel no filme com seu belíssimo design e desempenho
Réplicas do Ford Mustang GT-390, principalmente, e do Dodge Charger R/T são colecionados e conservados até hoje mundo afora. E não é difícil para os fãs aficionados conseguir suas miniaturas pela internet.

Miniaturas do ford Mustang GT-390 de Bullit


Afirmo que vale a pena assistir o filme Bullit e esperar pela famosa cena de perseguição com o Mustang GT e o Dodge Charger, foi incrivelmente bem filmada e você se sente num daqueles carros, perseguindo ou sendo perseguido em altíssima velocidade.

Por Eumário J. Teixeira

7 de mai. de 2016

AC/DC - O FIM CHEGOU?


Os últimos acontecimentos não estão cooperando para manter a longevidade da banda australiana AC-DC. Seus integrantes estão ficando inoperantes com o passar do tempo por diversos motivos, que variam de problemas com a lei a graves complicações de saúde.
Da formação clássica, considerando que o baixista Cliff Williams substituiu o baixista Mark Evans, logo após o lançamento de Let There Be Rock (1977) e nunca mais saiu, a maioria dos outros integrantes permaneceram firmes na virada do século XXI, com exceção do vocalista Bon Scott morto em 1980 e do baterista Phil Rudd que saiu alegando estafa, após o lançamento de For Those About to Rock (1981), sendo substituído por bateristas flutuantes (Simon Wright e Chris Slade) até voltar definitivamente no álbum Ballbreaker (1994).

Formação da década de 1970, da esquerda para direita: Bon Scott, Phil Rudd,
Malcom Young, Angus Young e Mark Evans

Formação do final da década de 1970, da esquerda para a direita: Cliff Williams,
Bon Scott, Phil Rudd, Angus Young e Malcom Young
Em 2014, Phil Rudd ainda participaria do excelente álbum Rock or Bust, mas no ano seguinte não se integraria à turnê de divulgação e não voltaria mais à banda por causa de problemas na justiça devido acusações de ameaças e conspiração para assassinato.  Novamente Chris Slade tomaria seu lugar com muita competência.

A obra prima com Bon Scott

A obra prima com Brian Johnson
Um situação mais grave contribuiu com a substituição do vocalista original, o lendário Bon Scott, morre em 1980 aos 33 anos por causas naturais, ou melhor, sufocado pelo próprio vômito após uma noite de bebedeira. O último trabalho de Scott foi o clássico álbum Highway to Hell (1979). O escolhido para substituí-lo foi Brian Johnson, um vocalista britânico de uma banda quase desconhecida chamada Geordie. Johnson nunca mais sairia da banda, conquistando com muito carisma e garra a fidelidade dos fãs do AC-DC, ainda mais por ter sido participante do insuperável álbum Back in Black (1980).

Formação clássica da banda que conquistou o mundo, da esquerda para a direita:
Cliff Williams, Malcom Young, Brian Johnson, Angus Young e Phil Rudd

AC-DC detonando nos anos de 1980 com Brian Johnson nos vocais
Já Malcom Young, o guitarrista base, considerado o líder da banda e irmão de Angus Young, começou a ter problemas de saúde durante a gravação do álbum Black Ice (2008). Malcom, mesmo medicado, conseguiu finalizar as gravações do álbum. Após rigorosos exames foi diagnosticado um quadro de demência e atrofia cerebral. Malcom ainda participaria da cerimônia do lançamento do álbum ao vivo Live At River Plate (2011), mas já não estava mais participando das gravações ou tocando ao vivo.

O último grande trabalho do AC-DC com Brian Johnson nos vocais

Formação de Rock or Bust (2014) com Stevie Young na guitarra base e Brian Johnson ainda nos vocais
A solução para a ausência de Malcom, foi convocar o primo Stevie Young, que o substituiu surpreendentemente nas turnês e no próximo trabalho da banda, o excelente Rock or Bust (2014).

Áureos tempos do álbum Back in Black com a formação clássica
Duas perdas irreparáveis, Malcom Young e Brian Johnson


Quando tudo parecia se estabilizar, outra bomba em 2016! Há pouco menos de um mês, é anunciado que Brian Johnson, o carismático vocalista que teve a incumbência de substituir o lendário Bon Scott em (1980) teria sido afastado por problemas de audição. Segundo Angus Young, agora líder da banda, o próprio Johnson teria concluído que com sua deficiência auditiva não seria possível estar à frente da banda e cumprir os compromissos já agendados.
Ma as coisas ainda não estão bem esclarecidas sobre a saída de Brian Johnson.

Axl Rose no AC-DC?
Banda atual, da esquerda para a direita: Chris Slade, Cliff Williams, Axl Rose (argh!) Angus Young e Stevie Young
Mas aí vem outra surpresa, que para mim não foi agradável, convocaram o vocalista Axl Rose dos Guns N' Roses para substituí-lo. Axl já estaria participando das turnês do AC-DC como seu vocalista oficial.  Na minha opinião, o AC-DC, uma das minhas bandas prediletas e que fez a trilha sonora da minha vida por muitos anos, deveria cumprir sua agenda de compromissos para o ano e depois encerrar definitivamente com a banda. Pois sem Phil Rudd, Malcom Young e agora, Brian Johnson, não há mais sentido para prosseguirem como banda. É o que eu penso. O que vocês acham?

Eumário J. Teixeira.

23 de abr. de 2016

LONNIE MACK SE FOI!

Lonnie Mack ou Lonnie McIntosh, guitarrista e cantor de blues, rock, country rock, rockabilly, bluegrass, instrumental rock e gospel, faleceu na última quinta-feira (21/04/2016) de causas naturais aos 75 anos, em Nashville, capital do estado do Tennessee, USA, segundo informações dadas pelo selo no qual trabalhava, Alligator Records.

Lonnie Mack e o som de sua Gibson Flying V foram influências decisivas para guitarristas de blues rock, como o texano Stevie Ray Vaughan, que se dizia seu fã nº 01.

Lonnie Mack e Stevie Ray Vaughan, mais do que um ídolo e um fã, eram amigos e parceiros
Mack nascido em West Harrison, Indiana, em 18/07/1941, não teve o reconhecimento devido em vida, mas era muito querido e respeitado por músicos mais famosos e com quem fez inúmeras parcerias, como o próprio Stevie Ray Vaughan, Roy Buchanan, Jeff Beck, Dickie Betts, Rolling Stones, Freddie King, entre outros.
Seus maiores sucessos foram "Memphis" (uma versão instrumental do hit de Chuck Berry) e "Wham!", outro single instrumental que gravou ao se inspirar numa ocasião em que dirigia seu carro em alta velocidade por volta de 1963. 
Capas dos principais discos em vinil ou cds de Lonnie Mack
Seus principais discos ou cds foram: The Wham of  that Memphis Man (1964); Glad I'm in the Band (1969); The Hills of Indiana (1971); Strike Like Lightning (1985); e Attack of the Killer V : Live! (1990). Seus últimos sucessos foram os hits "Satisfy Susie"; "Strike Like Lightning", "Stop" e "Oreo Cookie Blues", todos da década de 1980. 
God bless you, Lonnie Mack!

Por Eumário J. Teixeira

10 de abr. de 2016

CARRÕES FAMOSOS DA TV E DO CINEMA – PARTE III – Mad Max Interceptor


A melhor surpresa para mim no final da década de 1970 e início dos anos de 1980, em se tratando de filmes da ação, foi o surgimento do personagem Mad Max e seu carro patrulha Interceptor. A saga do patrulheiro australiano Max Rockatansky (interpretado pelo jovem Mel Gibson) era uma tremenda inovação para os filmes de ação e perseguição com carros e motos, destacando-se novos enquadramentos de câmeras, as altíssimas velocidades e os personagens surreais inseridos num cenário de vastidão desértica e futurístico que ainda proporcionava uma sensação de infinita liberdade naquelas longas retas das rodovias do interior da Austrália. 

O Interceptor V-8 turbinado do patrulheiro Max Rockatansky
Tudo fugia da mesmice e dos clichês dos filmes hollywoodianos e eu adorei. Mad Max me pareceu uma espécie de histórias em quadrinhos animada. Mas o que mais me fascinou foi o Interceptor, o carrão negro turbinado com motor V-8 movido a gasolina ou gás metano que Max utilizava para limpar as rodovias dos salteadores baderneiros e suas motos envenenadas.

As capas dos dvds das três sequências iniciais de Mad Max com Mel Gibson e a última com Tom Hardy
O filme Mad Max foi lançado em abril de 1979 na Austrália, a produção foi totalmente australiana e dirigido magnificamente por George Miller, com então jovem ator Mel Gibson no papel principal. No Brasil, Mad Max estreou em 15 de setembro de 1980.

Mad Max (1979) com Mel Gibson
O original sempre é melhor, Mad Max e o turbinado Interceptor
O carrão patrulha de motor V-8 de Mad Max, era na verdade um modelo XB GT Ford Falcon Coupe, fabricado exclusivamente na Austrália em 1973.

O Ford Falcon 1973 original e o resultado da transformação: O Interceptor
A transformação do Ford Falcon para o Interceptor se deu a partir de 1976, quando os cineastas Byron Kennedy e George Miller começaram a pré-produção do filme e já imaginavam um carro-patrulha negro e ameaçador de alta performance que denominariam “Interceptor” e que traria terror às gangs de rodovias.
O customer Murray Smith foi contratado para fazer essa transformação no Ford Falcon.  Finalmente com a ajuda de Peter Arcadipane e Ray Beckerley começaram a modificar o carro. O resultado foi compensador,  um carro negro belíssimo mantendo as linhas arrojadas originais e o motor V -8, um compressor ou supercharger no meio do capô, 4 tubos de escapamento em cada lateral traseira e um pára-choque baixo e reforçado. É bom ressaltar que o volante dos carros australianos é do lado direito e esse detalhe dava um charme extra para o Interceptor. Curiosamente só foi produzido um carro Interceptor para Mad Max filmado em 1979, devido ao baixo orçamento.

O Interceptor e o Carro Patrulha convencional usado pelos patrulheiros em Mad Max I
Após concluir sua vingança, Max Rockatansky se torna um errante guerreiro das rodovias
A parte triste da saga do Interceptor, é que na sequência da série, em Mad Max 2 – A Caçada Continua (Mad Max 2 – The Road Warrior, de 1981), o carrão simplesmente é destruído pouco antes da metade do filme durante uma perseguição, ao capotar e explodir, sendo a última performance do Interceptor nas telas com Mel Gibson no papel principal. 

Em Mad Max II, o Inteceptor está surrado e sem brilho, mas continua potente...

O solitário Max no segundo filme tem um cão fiel como companheiro de estrada

Isso para mim foi um tiro no pé dado pelos produtores, mas o personagem Mad Max conseguiu se sustentar sem o Inteceptor. Foi lamentável, mas para o consolo dos fãs, as réplicas do carrão de Mad Max se multiplicaram por todo o mundo, principalmente no seu país de origem, em exposições e shows, sem falar nas miniaturas apreciadas pelos colecionadores.



Acima, miniaturas do Interceptor Ford Falcon V-8


Detalhes do interior do Interceptor
O carrão era tão cult, que mesmo aparecendo no Mad Max 2 já todo surrado e detonado, ainda assim mantia seu magnetismo, era só ouvir o ronco do V-8 que já dava para arrepiar. Ficava me imaginando guiando o Inteceptor surrado numa longa e reta estrada para a liberdade escutando um bom e velho rock & roll. Bons tempos que não voltam mais.



Acima, uma réplica do Interceptor
Mas o que me conforta hoje são as cópias dos filmes (principalmente do I e do II) e as imagens de 37 anos atrás que nunca serão apagadas da minha mente. Mad Max teve a terceira parte filmada em 1985, sob o título Mad Max – Além da Cúpula do Trovão (Mad Max Beyond Thunder Dome) com a participação da cantora de soul e pop rock, Tina Turner, que contribuiu também para a trilha sonora do filme. Essa sequência foi a mais fraca das três filmadas com Mel Gibson e, infelizmente, o Interceptor já era uma lenda. 


Recentemente outra versão para Mad Max foi filmada em 2015, Mad Max: Estrada da Fúria (Mad Max: Fury Road), com Tom Hardy no papel de Max Rockatansky e com produção mista da Austrália e EUA. O Interceptor aparece brevemente no início do filme e é destruído após uma capotagem numa breve perseguição por uma gang motorizada no deserto. Nessa versão o próprio Mad Max tem um papel quase que secundário, pois Furiosa (interpretada por Charlize Theron) parece ter mais destaque. Fazer o quê, a indústria parece adorar destruir o que inicialmente deu certo...

Por Eumário J. Teixeira