Os últimos acontecimentos não estão cooperando para manter a
longevidade da banda australiana AC-DC. Seus integrantes estão ficando
inoperantes com o passar do tempo por diversos motivos, que variam de problemas
com a lei a graves complicações de saúde.
Da formação clássica, considerando que o baixista Cliff Williams
substituiu o baixista Mark Evans, logo após o lançamento de Let There Be Rock
(1977) e nunca mais saiu, a maioria dos outros integrantes permaneceram firmes
na virada do século XXI, com exceção do vocalista Bon Scott morto em 1980 e do
baterista Phil Rudd que saiu alegando estafa, após o lançamento de For Those
About to Rock (1981), sendo substituído por bateristas flutuantes (Simon Wright
e Chris Slade) até voltar definitivamente no álbum Ballbreaker (1994).
Formação da década de 1970, da esquerda para direita: Bon Scott, Phil Rudd, Malcom Young, Angus Young e Mark Evans |
Formação do final da década de 1970, da esquerda para a direita: Cliff Williams, Bon Scott, Phil Rudd, Angus Young e Malcom Young |
Em 2014, Phil Rudd ainda participaria do excelente álbum Rock or
Bust, mas no ano seguinte não se integraria à turnê de divulgação e não
voltaria mais à banda por causa de problemas na justiça devido acusações de
ameaças e conspiração para assassinato.
Novamente Chris Slade tomaria seu lugar com muita competência.
A obra prima com Bon Scott |
A obra prima com Brian Johnson |
Um situação mais grave contribuiu com a substituição do vocalista
original, o lendário Bon Scott, morre em 1980 aos 33 anos por causas naturais,
ou melhor, sufocado pelo próprio vômito após uma noite de bebedeira. O último
trabalho de Scott foi o clássico álbum Highway to Hell (1979). O escolhido para
substituí-lo foi Brian Johnson, um vocalista britânico de uma banda quase
desconhecida chamada Geordie. Johnson nunca mais sairia da banda, conquistando
com muito carisma e garra a fidelidade dos fãs do AC-DC, ainda mais por ter
sido participante do insuperável álbum Back in Black (1980).
Formação clássica da banda que conquistou o mundo, da esquerda para a direita: Cliff Williams, Malcom Young, Brian Johnson, Angus Young e Phil Rudd |
AC-DC detonando nos anos de 1980 com Brian Johnson nos vocais |
Já Malcom Young, o guitarrista base, considerado o líder da banda e
irmão de Angus Young, começou a ter problemas de saúde durante a gravação do
álbum Black Ice (2008). Malcom, mesmo medicado, conseguiu finalizar as
gravações do álbum. Após rigorosos exames foi diagnosticado um quadro de demência
e atrofia cerebral. Malcom ainda participaria da cerimônia do lançamento do
álbum ao vivo Live At River Plate (2011), mas já não estava mais participando
das gravações ou tocando ao vivo.
O último grande trabalho do AC-DC com Brian Johnson nos vocais |
Formação de Rock or Bust (2014) com Stevie Young na guitarra base e Brian Johnson ainda nos vocais |
A solução para a ausência de Malcom, foi convocar o primo Stevie
Young, que o substituiu surpreendentemente nas turnês e no próximo trabalho da
banda, o excelente Rock or Bust (2014).
Áureos tempos do álbum Back in Black com a formação clássica |
Duas perdas irreparáveis, Malcom Young e Brian Johnson |
Quando tudo parecia se estabilizar, outra bomba em 2016! Há pouco
menos de um mês, é anunciado que Brian Johnson, o carismático vocalista que
teve a incumbência de substituir o lendário Bon Scott em (1980) teria sido
afastado por problemas de audição. Segundo Angus Young, agora líder da banda, o
próprio Johnson teria concluído que com sua deficiência auditiva não seria
possível estar à frente da banda e cumprir os compromissos já agendados.
Ma as coisas ainda não estão bem esclarecidas sobre a saída de Brian
Johnson.
Axl Rose no AC-DC? |
Banda atual, da esquerda para a direita: Chris Slade, Cliff Williams, Axl Rose (argh!) Angus Young e Stevie Young |
Mas aí vem outra surpresa, que para mim não foi agradável, convocaram o
vocalista Axl Rose dos Guns N' Roses para substituí-lo. Axl já estaria
participando das turnês do AC-DC como seu vocalista oficial. Na minha opinião, o AC-DC, uma das minhas
bandas prediletas e que fez a trilha sonora da minha vida por muitos anos,
deveria cumprir sua agenda de compromissos para o ano e depois encerrar definitivamente
com a banda. Pois sem Phil Rudd, Malcom Young e agora, Brian Johnson, não há
mais sentido para prosseguirem como banda. É o que eu penso. O que vocês acham?
Eumário J. Teixeira.