Pois é, há poucos meses estava conversando com minha cunhada, que é pediatra, e surgiu o assunto "medicina cubana", que eu prontamente defendi baseado no que eu tinha ouvido da mídia, professores e de amigos simpatizantes da política revolucionária de Fidel Castro e do socialismo em geral há "100 anos" atrás. Ela me respondeu que a realidade agora é outra totalmente diferente, se é que já foi melhor. E olha que mesmo depois do fim do apoio econômico após a queda da URSS na década de 1990, outros países como a Venezuela e o Brasil continuaram a injetar recursos financeiros (ainda que não tão divulgado) para a ilha de Fidel. Comecei a pesquisar na internet e descobri o blog e vídeos da Jornalista independente Graça Salgueiro. Abaixo uma reprodução de um artigo do seu blog: notalina.blogspot.com
Por Eumário J. Teixeira
O MITO DA EXCELÊNCIA DA MEDICINA EM CUBA CAI DE PODRE
San Miguel Molina Cobas, o
aluno proscrito e expulso da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de
Cuba
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A propósito
da maravilha do sistema de saúde em Cuba, e dos abnegados e competentíssimos
médicos cubanos, o Notalatina apresenta um vídeo que mostra a
realidade dos hospitais da Ilha, aqueles feitos para o povão, que precisa levar
seus próprios lençóis, toalhas, alimentos, água, produtos de asseio pessoal e
limpeza, e até colchão e remédios. Porque os membros da Nomenklatura, amigos
dos “donos da Ilha” e turistas endinheirados, vão mesmo é para o CIMEQ, Cira
García, CIREN, ou em edificações especiais do Hermanos Ameijeiras e Frank País.
O “grande
êxito” do sistema de saúde cubano deve-se apenas à propaganda oficial. Segundo
María Werlau, diretora da excelente organização Archivo Cuba, criado
pelo Dr. Constantine Menges, “a saúde em Cuba é péssima para o cidadão a pé
por falta de recursos. Existe um apartheid que favorece a elite governante e os
estrangeiros que pagam em dólar e euros, enquanto nega-se atenção médica aos
presos e alguns dissidentes por motivos políticos”.
Também o
Dr. Darsi Ferrer, um médico cubano refugiado político nos Estados Unidos desde
2012, assegura que o sistema de atenção primária, aquela da qual os cubanos que
foram importados para o Brasil se ufanam tanto, “está praticamente desarticulado,
os consultórios estão vazios, seus profissionais foram enviados às lucrativas
missões internacionais, sobretudo na Venezuela”, e eu acrescento, agora
também ao Brasil. Berta Soler, líder das Damas de Branco que é técnica em
microbiologia, trabalhou até 2009 no hospital América Arias de El Vedado, hoje
“semi-fechado”. Ela afirma que “a saúde não é gratuita: isso é um mito. Às
vezes os profissionais sugerem que se peça os medicamentos aos familiares no
exílio” porque não se encontram nas farmácias.
Bem,
voltei a falar neste assunto porque essas denúncias feitas pelo estudante do 2º
ano de medicina, da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba, San
Miguel Molina Cobas, renderam-lhe a expulsão não só desta faculdade, mas de
qualquer universidade existente em Cuba. Hoje ele é um poscrito, que foi
execrado em sessão especial dentro da universidade, onde participaram o reitor,
alunos, funcionários e até agentes do MinInt num grande linchamento moral, cujo
vídeo apresentarei em minha palestra amanhã, no auditório do Hospital Maria
Lucinda em Recife e depois aqui no blog.
Assistam
ao vídeo e entendam porquê a maravilha da medicina cubana é um mito macabro.
Fiquem com Deus e até a próxima!
Confira
no youtube: http://youtu.be/h95_qCTOGEE
Comentários
e traduções: G. Salgueiro
ALUNO DA FACULDADE DE MEDICINA DE SANTIAGO DE CUBA É EXPULSO POR SER "CONTRA-REVOLUCIONÁRIO"
Quando
escrevi pela primeira vez sobre a questão da medicina cubana e o convênio
firmado entre o Brasil e Cuba para o programa “Mais Médicos” em maio deste ano, contei a história de “Ernesto”,
um médico cubano amigo meu, que relatou como era a formação acadêmica em todas
as universidades sob o regime dos Castro. Naquela entrevista Ernesto havia
afirmado que nos três primeiros anos da graduação, os alunos recebiam aulas de
doutrinação ideológica, sobre a revolução cubana, treinamento de guerrilha,
etc.
Hoje eu
recebo de uma amiga um documento de expulsão de um aluno do 2º ano da
Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba, por haver cometido uma “falta
muito grave”. Essa falta, conforme pode-se comprovar na foto do documento
original que traduzo na íntegra, foi “manter uma atitude contrária aos
princípios da revolução”, ou seja, o estudante pretendia estudar para
ser médico e não agente comunista da ditadura. Fica assim provado, como tantas
vezes denunciei, que a maioria dos médicos cubanos importados para o Brasil são
“agentes revolucionários” mais do que médicos - quando o são, pois sabemos também que até auxiliar de limpeza já
viajou como médica -, e que seu principal objetivo não é “curar doentes” mas espalhar o
maldito regime comunista em nosso país. Os
cubanos importados, seja de que profissão for, são antes de tudo REVOLUCIONÁRIOS,
e isto você lerão no documento apresentado. Agora, o que vai acontecer (ou
aconteceu) com esse estudante, já é fartamente sabido: escorraçado de TODO E
QUALQUER curso universitário na Ilha por ser “contra-revolucionário”,
provavelmente deve estar trancafiado em alguma masmorra inumana e miserável do
criminoso regime que o governo brasileiro apoia e sustenta com o NOSSO
dinheiro!
Leiam a
íntegra do documento, com destaques em negrito feitos por mim, e tirem suas
conclusões. Fiquem com Deus e até a próxima!
Tradução
e comentários: G. Salgueiro
UNIVERSIDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
SANTIAGO DE CUBA
RESOLUÇÃO Nº 1512-13
PORQUANTO: A Resolução Nº 143/98, com data de 5 de outubro de 1998, do Ministro de
Saúde Pública, pôs-se em vigor o Regulamento Especial dos Estudantes do
Destacamento de Ciências Médicas Carlos J. Finlay; e em seu artigo nº 50
faculta-se ao Reitor, a conhecer em primeira instância, das faltas qualificadas
como Graves e Muito Graves.
PORQUANTO: Que na data de 11 de outubro de 2013, tive conhecimento da indisciplina
cometida pelo estudante San Miguel Molina Cobas que cursa a carreira de
Medicina no 2º ano nesta Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba,
que mediante resolução Decanal nº 65 com data de 3 de outubro de 2013 se
designou à comissão disciplinar na Faculdade de Medicina nº II que ao concluir
elevou ao que resolve suas conclusões qualificando como falta Muito Grave.
PORQUANTO: Ficou provado que o estudante antes mencionado pelo órgão competente que
o mesmo manteve uma atitude contrária aos princípios da revolução,
realizando atividades tanto no centro como fora deste contra nosso sistema
social.
PORQUANTO: Na tomada de decisão que mais adiante se exporá, levou-se em
consideração que apesar de ser um bom estudante academicamente, manteve no
centro atitude de falta de respeito aos princípios de nossa revolução, fato
este que atenta contra as normas de ensino de nosso alto centro de estudo.
PORQUANTO: Prova de que tento valer-me consistente:
Informe
da Comissão Disciplinar criada ao amparo da resolução decanal nº 65 com data de
3 de outubro de 2013. Entrevista com estudantes e Assembléia de Reafirmação
Revolucionária efetuada em 4 de outubro de 2013.
PORQUANTO: Que o estudante incorreu na violação da disciplina tipificada de
Muito Grave prevista no Artigo 27 da Resolução 143 do Ministério de Saúde
Pública, inciso e): manter uma atitude contrária aos princípios
revolucionários. Fazer manifestações notórias que evidenciam menosprezo à
ideologia revolucionária, ou rechaço ao cumprimento dos deveres cidadãos de
trabalhar e defender a pátria com as armas se for necessário, resolvendo-se
da forma que se dirá.
PORQUANTO: Mediante a Resolução nº 218 de maio de 2009, emitida pelo ministro da
Economia e Planejamento, cria-se a Unidade orçamentada Universidade de Ciências
Médicas de Santiago de Cuba.
PORQUANTO: Pela Resolução nº 326, emitida pelo ministro de Saúde Pública, designou
a quem subscreve Dr. Antonio José López Gutiérrez para ocupar o cargo de Reitor
da Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba com quantas faculdades,
direito e obrigações lhe são inerentes ao cargo que desempenha.
PORQUANTO: No exercício das faculdades que me foram conferidas.
RESOLVO:
PRIMEIRO:
Sancionar o estudante San Miguel Molina Cobos do 2º ano da carreira de
Medicina da Faculdade de Medicina Nº II a Expulsão da Educação Superior
prevista no Artigo 54 inciso a) do aludido corpo legal.
SEGUNDO:
A presente Resolução surte efeitos legais a partir de sua notificação.
TERCEIRO:
O Dr. Alberto Garcia Vidal, fica encarregado de cumprir o aqui disposto.
NOTIFIQUE-SE:
Ao estudante San Miguel Molina Cobas do 2º ano da carreira de Medicina e ao
Decano da Faculdade de Medicina nº II de Santiago de Cuba.
ARQUIVE-SE
o original no Protocolo de Resoluções da Universidade de Ciências Médicas de
Santiago de Cuba.
DADA: Na
Universidade de Ciências Médicas de Santiago de Cuba, aos 15 dias do mês de
outubro de 2013. “Ano 55 da Revolução”.
Dr.
Antonio José Victor López Gutiérrez
Reitor da
Universidade de Ciências Médicas
Extraido do blog http://notalatina.blogspot.com.br/ de Graça Salgueiro