Pertenço a uma geração que cresceu influenciada pelas histórias-em-quadrinhos, gibis ou “revistinhas”. No início da década de 1970 iniciou-se a época de ouro dos quadrinhos no Brasil, pelo menos para mim. Quando ainda era um ‘pré-adolescente’, descobri as revistinhas através de primos mais velhos que tinham uma grande coleção de personagens variados tais como, Batman & Robin, Superman, Superboy, Aquaman, Tarzan, Cheyenne, Zorro, Fantasma, Mandrake, Cavaleiro Negro, Homem Aranha, Capitão América, Homem de Ferro, Thor, etc. Fiquei tão fascinado pelas histórias e sobretudo com as ilustrações que comecei a tentar reproduzi-las num caderninho de desenho lá pelos meus 10 ou 11 anos de idade. Era o que queria da vida, ser desenhista de gibis e ganhar dinheiro com isso. Os meus heróis preferidos eram Batman (de Neil Adams e Dick Giordano), Homem de Ferro (de George Tuska), Homem Aranha (de John Romita), Cheyenne, Cavaleiro Negro e Fantasma (de Sy Barry), mas todos eles eram personagens criados nos Estados Unidos baseados em sua própria cultura e seu modo de vida e, apesar de serem interessantes, eu não tinha como me projetar para o mundo em que viviam.
Durante os fins de semana em meados da década de 1970, eu costumava visitar alguns primos num bairro mais afastado de onde morava, foi lá que me revelaram a coleção de O Judoka, um herói brasileiro e literalmente verde e amarelo. Os desenhos não eram tão caprichados e técnicos como os dos americanos, mas me identifiquei imediatamente com o personagem, fora o fato de que eu percebia que com esforço poderia reproduzir o personagem no meu caderninho de desenho.
Durante os fins de semana em meados da década de 1970, eu costumava visitar alguns primos num bairro mais afastado de onde morava, foi lá que me revelaram a coleção de O Judoka, um herói brasileiro e literalmente verde e amarelo. Os desenhos não eram tão caprichados e técnicos como os dos americanos, mas me identifiquei imediatamente com o personagem, fora o fato de que eu percebia que com esforço poderia reproduzir o personagem no meu caderninho de desenho.
Desenhos de Cláudio Almeida |
Desenhos de Francisco F. Sampaio |
Mas o Judoka não tinha nada a ver com isso e muito menos eu, o que me importava mesmo era os desenhos e as aventuras do herói.
Desenhos de Mário José de Lima |
Desenhos de Floriano Hermeto de A. Filho |
Carlos ou Judoka, não tinha um judomóvel, e sim um volkswagen presenteado pelo tio Bené, com quem trabalhava num escritório de Arquitetura, apesar de descolar uma moto de vez em quando; tinha também uma namorada de nome Lúcia, que mais tarde se tornaria sua parceira contra o crime. Os uniformes da dupla eram praticamente iguais, usavam um macacão de malha justa de cor verde com um losango amarelo no peito e apenas a parte superior do kimono (de cor branca) e a faixa prêta, é claro. As aventuras aconteciam em todo o Brasil apesar de o Judoka ser carioca da gema, pois enfrentou falsos marcianos no triângulo mineiro, confrontou-se com os gigantes de Apuarema em Salvador e enfrentou bandoleiros em plena construção
da Transamazônica. Como o Judoka dos quadrinhos fez muito sucesso, resolveram fazer uma versão para o cinema com o consagrado modêlo Pedro Aguinaga no papel do herói e a atriz Elizângela como Lúcia. O filme foi lançado em 1973, e foi um fracasso.
Desenhos de Alberto silva |
Viva o Judoka!
O Judoka em ação no filme de 1973 |
CADA DIA MELHOR,MUITO BEM EUMARIO.
ResponderExcluirÓtima informação! Realmente, eu desconhecia este herói brasileiro. Talvez tenha lhe faltado algum superpoder para sobreviver mais um pouco. Acho que uma nova versão com aventuras em Brasília dará a este herói vida longa e grande apôio da população.
ResponderExcluirAproveitando seu grande conhecimento sobre os heróis e super-heróis, escreva sobre como surgiu os superpoderes de cada um.
Abraço! Cristiano.
Olá!
ResponderExcluirEstou encantada com o capricho e a originalidade do seu blog!
Acho que aqui será um excelente lugar para aprender um pouquinho mais!
É muito raro ver, por aí, pessoas que tenham cultura.... Mais raro ainda é quem a tenha e consiga, ao mesmo tempo, transmiti-la de modo tão interessante, como você faz!
Olá, Eumário... esqueci de por meu nome no comentário que fiz... Soraya Bukzem.
ResponderExcluirDesculpe ter demorado pra conhecer seu blog, tá?
Voltarei mais vezes!
=)