Freddy King ou Freddie King, apelidado The Texas Cannonball, em referência a uma locomotiva famosa do Texas, vinha de uma geração que revitalizou o blues, influenciado por dois outros kings já consagrados, B. B. e Albert. Seu blues cheio de swing e feeling era um convite para dançar e se emocionar.
Freddie King |
Batizado Frederick King nasceu na cidade de Gilmer, Texas, em 3 de setembro de 1934. Ainda quando criança iniciou-se na guitarrra com seu tio Leon King. Adolescente deixa a cidade natal e parte para tentar a sorte em Chigago como guitarrista, como faziam a maioria dos pretendentes a bluesman. Tornou-se profissional já aos 19 anos e tocou nas bandas de Little Sonny Cooper e Earl Payton nos mais famosos clubes da cidade, e participou das gravações dos consagrados Howlin’ Wolf, Muddy Waters, Memphis Slim e Little Walter, adquirindo experiência e respeito pelos colegas de profissão. Finalmente notado, foi convidado pela gravadora The Bee, gravou seu primeiro single com as faixas "Country Boy" e "That’s What You Think" em 1956. Em 1960 o produtor, compositor e pianista Sonny Thompson, futuro parceiro de composições, consegue um contrato para Freddie com a gravadora Federal/King de Cincinatti. Lá Freddie grava seus primeiros sucessos como "Have You Ever Loved A Woman"; "You’ve Got To Love Her With A Feeling"; e a famosa faixa instrumental "Hideway' que se tornou o cartão de apresentação de Freddy, que formulou um estilo próprio de música instrumental, obtendo bons resultados; destacando-se além de "Hideaway", "San-Ho-Zay', "Sen-Sa-Shun", "The Stumble", "In The Open", "Texas Oil" e "High Rise". Em 1963, não conseguindo o retorno merecido até então pelo seu trabalho, Freddie retorna ao Texas, precisamente para Dallas. Lá continuou com suas apresentações regulares e chegou a gravar com o guitarrista Lonnie Mack.
Um dos três "kings" do blues |
Devido a problemas particulares não esclarecidos se ausentou dos palcos e estúdios e reaparece em 1966 pela gravadora Cottilion de Atlantic City, onde gravou os discos Freddie King Is A Blues e My Feeling For The Blues, este último com arranjos de Don Hathaway e ambos produzidos por King Curtis. No início dos anos 70 o músico e produtor Leon Russell, ao assistir suas apresentações na cidade de Austin, lhe ofereceu um contrato com sua gravadora Shelter onde Freddie realizou bons trabalhos: Getting Ready (1971); Texas Cannonball (1972) e Woman Across The River (1973). Freddie ainda insatisfeito, parte para apresentações pela Europa, turnê pela Alemanha; Montreaux, na Suiça e Antibes, na França. Com a ajuda do amigo Eric Clapton, entra para gravadora Polydor, onde gravaria os seus últimos registros oficiais Burglar (1974) e Larger Than Life (1975). Em 31 de julho de 1976, em um encontro histórico, dividiu o palco com Clapton no Crystal Palace Garden Party. Mas o que não se sabia era que a saúde de Freddie já era bastante frágil por causas de complicações hepáticas e problemas provocados por uma flebite. Consequentemente, em 28 de dezembro de 1976 em Dallas no Texas, sofreu um ataque cardíaco, foi levado às pressas para o hospital, mas não resistiu e faleceu de modo precoce aos 42 anos.
The Texas Cannonball |
A influência de Freddie King nas bandas de rock e de rhythm & blues inglesas é inquestionável. Os Bluesbreakers de John Mayall gravaram em 1966, o tema "Hideaway" na versão do então jovem Eric Clapton; em 1967 já com o excelente Peter Green substituindo Clapton na guitarra, fizeram uma maravilhosa versão da instrumental "The Stumble" e de "Someday After A While (You’ll Be Sorry)". Stevie Ray Vaughan em 1980, fez uma excelente versão da instrumental "In The Open", no disco ao vivo In The Beginning. Clapton nos anos 90 fez excelentes versões de "I’m Tore Down" e "Someday After A While" para o premiado CD From The Craddle (1997).
De Freddie King confira: Just Pickin’ (2 Cds em 1: Let’s Hide Away and Dance Away With... e A Bonanza Of Instrumentals - King) ; Hideaway – The Best Of Freddy King (King/Rhino) ; My Feeeling For The Blues (Cottilion); Getting Ready e Texas Cannonball (Shelter); e escute de John Mayall o cd In The Palace Of The King (2007), dedicado ao guitarrista texano.
Capas dos albuns de Freddie King |
Por Eumário José Teixeira.
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