5 de mai. de 2010

ALBERT COLLINS - O Mestre da Telecaster


Com a banda já no palco mandando um som cheio de swing, o mestre de cerimônia bradava: “Ladies e Gentleman, get ready for The Man...The Master of the Telecaster...The Houston Twister...The Razor Blade...The Iceman himself...ALBERT COLLINS !!!”. Então ‘o homem mais feio do mundo’ surgia e mandava ver, logo o ambiente estava pegando fogo com os riffs de sua telecaster dourada!
Albert Collins nasceu em 3 de outubro de 1932 na cidade de Leona, Texas. Ainda criança mudou-se para a cidade de Houston onde começou a aprender piano influenciado pelo som dos teclados de Jimmy Smith e Jimmy McGriff. Porém, aos 13 anos de idade, escutou no rádio o som de “Boogie Chillen” de John Lee Hooker que o fez trocar o piano pela guitarra, sob orientação do primo Willow Young. No início dos anos de 1950 a técnica de outro primo guitarrista, o já famoso Lightnin´ Hopkins, exerceu uma forte influência sobre ele. Foi de Hopkins que Albert collins herdou a afinação em ré menor e as notas agudas sustentadas, que foram as principais características do som de sua Telecaster, definido como “cold blues”. Iniciando-se como músico profissional, Albert tocou nas bandas de Malcom Moore, Piney Brown e Clarence “Gatemouth” Brown. Em Houston, Albert alternou as atuações nos palcos com trabalhos sem ligação com a música, até que em 1958, aos 36 anos, teve a oportunidade de gravar o seu primeiro compacto para o Selo Kangaroo Records, com os temas “The Freeze” e “Collins Shufffle” que eram dois instrumentais com muita reverberação, eco, metal, e orgão, de estilo semelhante ao de Duane Eddy e Albert King. A venda de 20.000 cópias do disco permitiu-lhe ir para frente com a profissão. Em 1962, gravou seu segundo compacto com as faixas “De-frost” e “Albert’s Alley”, e com o terceiro “Frosty”(1962), atingiu um milhão de cópias. Nessa época (1962-63) lançou outros instrumentais, como “Icy Blue”, “Frosbite”, “Snow-Cone”, e “Dyin’ Flu”, o primeiro tema no qual Collins canta. Durante os anos seguintes fez parte das bandas de B. B. King, Freddie King, Jimmy McCracklin, Little Richard (na qual substituiu Jimi Hendrix que acabara de sair) e Big Walter Price. Em seguida Collins começou sua relação com a Imperial Records da Califórnia gravando três LPs: Love Can Be Found Everywhere (1969), Trash (1969), e The Complete Albert Collins (1970). Em 1971 grava para o Selo Tumbleweed, de Bill Szymczyck, no qual lançou There’s Gotta Be A Change, porém não teve continuidade devido à falência da gravadora. Durante um longo tempo, enquanto esperava que alguém se interessasse pelo seu som, continuou se apresentando em shows acompanhado pelo grupo do até então desconhecido (e fã) Robert Cray e gravando com vários artistas como Ike e Tina Turner. Finalmente, quando estava trabalhando numa loja de tintas, para reforçar o orçamento, consegue com a ajuda de um amigo, um contrato com o Selo Alligator do então jovem e incondicional amante do Blues, Bruce Iglauer, responsável pela contratação e recuperação de muitos bluesmen. Finalmente, em 1978, Albert, lança pela Alligator o excelente LP Ice Pickin’ (1978), indicado ao Grammy, acompanhado pelo novo grupo, The Icebreakers. Depois gravaria ao vivo Albert Collins & Barrelhouse (1978); Frosbite (1980); a seguir, Frozen Alive (1981) e finalmente sua consagração, Don’t loose Your Cool (1983), como qual obteve o prêmio W. C. Handy de melhor disco de Blues contemporâneo. A Fundação Memphis Blues, que em 1980 e 1981 o reconheceu como “O Melhor Artista de Blues”, o elegeu “Melhor Instrumentista de 1983”. Em 1984 saiu Live In Japan, em 1985 recebeu um Grammy por Showdown, gravado junto aos guitarristas Johnny Copeland e Robert Cray, ambos discípulos do “Mestre da Telecaster”. Em 1986, lançou Cold Snap, seu último trabalho na Alligator. Em 1991 gravou o LP Iceman pelo Selo Point Blank. Infelizmente após uma turnê européia realizada no verão de 1993, diagnosticaram-lhe um câncer de pulmão em fase muito avançada, com o qual foi descartada a possibilidade de uma cirurgia. Embora lhe dissessem que ainda tinha um ano de vida, Collins veio a falecer em 24 de novembro de 1993 aos 61 anos. No seu leito de morte, o último a vê-lo com vida foi B. B. King. Pouco tempo antes de falecer, numa apresentação no Brasil, Collins gabava-se a uma repórter que jamais usou drogas e que nunca precisou delas para se inspirar ou tocar, indo assim na contra-mão da maioria dos músicos de rock, blues e jazz.

The Ice Man & o rock - Albert começou a flertar com a comunidade rockeira desde 1968, quando durante uma das suas eventuais viagens a Houston, conheceu os integrantes do Canned Heat, que tinham um grande interesse por blues e que conseguiram que Albert Collins mudasse para a Califórnia onde ele se tornou conhecido nos circuito de bares e fosse contratado pelo Selo californiano Imperial. Em 1980 Collins se apresenta ao vivo com Johnny Winter no New Morning Festival de Genebra na Suiça. Em 1987 contratou Debbie Davis para seu grupo, uma guitarrista californiana nascida em 1957 e namorada de um dos seus músicos anteriores, Coco Montoya, que também foi guitarrista do John Mayall’s Bluesbrearkers. Debbie ficaria no grupo por três anos. Em 1990, participou do disco Still Got The Blues de Gary Moore e em 1993 participou do LP Wake Up Call de John Mayall.

De Albert Collins são essenciais os cds:
- Truckin’ With Albert Collins) - coletânea de compactos gravados nos anos 1962-63 (MCA)
- Ice Pickin’ (Alligator)
- Frosbite (Alligator)
- Frozen Alive (Alligator)
- Don’t Loose Your Cool (Alligator)
- Live in Japan (Alligator)
- Showdown – com Robert Cray e Johnny Copeland (Alligator)
- Cold Snap (Alligator)
- Albert Collins and The Icebreakers Live ´92 – ´93 (Pointblank). 

Aí está o link do you tube onde Albert Collins detona "Honey Hush":

Por Eumário J. Teixeira

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