21 de mar. de 2010

"WITHOUT YOU" DO BADFINGER


Já destaquei em artigo nesse blog uma situação semelhante, ou seja, uma música do passado que tinha tudo para ser sucesso quando lançada, mas que não vingou com sua banda original, tornando-se hit apenas anos mais tarde com outra banda ou intérprete. Citei o caso da belíssima “I Don´t Want To Talk About It”(1971) do Crazy Horse, grupo liderado por Danny Whitten que apoiava Neil Young em shows e discos. A música só estourou com Rod Stewart em 1975.
Desta vez relembro o sucesso “Without You” de autoria da banda inglesa Badfinger, que era simplesmente apadrinhada dos Beatles.

Badfinger e o padrinho George Harrison
Na minha opinião a versão original que saiu no álbum No Dice (de 1970) é insuperável, mas quis o destino que a canção não escalasse as paradas de sucesso da época.
“Without You” foi escrita por Pete Ham e Tom Evans com produção de Geoff Emerick. A canção foi intitulada originariamente como “If It’s Love”, sendo que dois versos estavam prontos mas ainda faltava um refrão para causar impacto. Tom Evans cuidou disso e do refrão saiu o título definitivo, “Without You”. Na canção o personagem central declara “I can´t live, if living is without you”, ou seja, em português, “ Eu não posso viver, se viver for sem você”.

Badfinger seriam os sucessores dos Beatles
O vocal lamentoso de Ham que estava nos teclados, a intervenção sensível e na medida certa da guitarra de Holland no solo e mais o apoio nos vocais de Evans no refrão, fizeram da versão do Badfinger simplesmente primorosa.
Só que passou desapercebida esta pérola do pop-rock em 1970. Ironicamente um ano mais tarde, Harry Nilssom, um cantor e compositor de New York, a gravou. Sua versão tornou-se um single de sucesso, permanecendo em primeiro lugar da Billboard Hot 100 norte-americano por quatro semanas, de 19 de fevereiro a 18 de março de 1972. Nilsson ganhou um “Grammy” pela sua performance de vocalista-masculino-pop em 1973, graças a sua bem sucedida interpretação de “Whitout You” no álbum Nilsson Schimilsson. Recebeu também um disco de ouro pela RIAA dos EUA, por um milhão de cópias vendidas, além da indicação de melhor disco do ano.
Eu não tenho nada contra Nilssom, ele foi competente no que propôs a fazer pela música pop, mas a versão do Badfinger é infinitivamente superior!!!!!!!!
O sucesso de Nilsson graças ao gosto popular norte-americano e europeu levou a uma enxurrada de outras versões cada vez mais lamentáveis. Mas de qualquer maneira foi a música que mais rendeu royalties para Ham & Evans.
Outra versão, digamos, bastante popular, foi a de Mariah Carey, lançada em 1994 pouco depois de Harry Nilssom morrer de ataque cardíaco. A versão de Mariah tende para o estilo o gospel nos vocais de apoio. Ela certamente quis homenagear Nilssom, será que ela tinha ouvido falar do Badfinger? Creio que não.

Outras (arghhhh!!!) versões de Without You:


- Shirley Bassey, para o álbum And I Live You So, em 1972;
- Cilla Black, para o álbum Dauy By day With Cilla, em 1973;
- Billy Paul, para o álbum Let ‘Em In, em 1976 (não comprometeu!)
- Heart, para o álbum Magazine, em 1978;
- Air Supply para o álbum The Earth Is..., em 1991
- Tito Nieves, para o álbum I Like It Like That (versão arrghhh!!! Salsa), em 1997
- Orquestra Corinto, para o álbum Latinos en Salsa Tenerife, sob título “Sin Ti”, em 1996;
- Klasse Aparte, para o álbum Ti Del Pecado, versão adaptada (pasmem) de Sin Ti, em ritmo merengue, em 1998;
- Natalia, para o álbum This Time, na Bégica, em 2003;
- Jamily, para o álbum Conquistando o Impossível, versão chamada gospel com letra adaptada em “Usei a Fé”, em 2006;
- Michael Sweet, para o álbum Touched, em 2007
- Wander Wildner, especialmente para o filme “Houve uma vez dois Verões”, de Jorge Furtado;
- Calcinha Prêta, (mas que droga!!!!) numa versão abaianada que dizem que é forró...com o título adaptado para “Paulinha”, em 2007... êtaaahhhh Brasil !!!!


Pete Ham e Tom Evans estão se revirando nos respectivos túmulos por causa das infelizes versões, e que Deus tenha misericórdia deles, principalmente pelo que ambos fizeram com suas respectivas vidas.

A capa do álbum No Dice de 1970, contendo o hit "Without You"
Letra e tradução de Without You
Well, I can´t forget this evening
Bem, eu não posso esquecer dessa noite
And your face when you were leaving
E de seu rosto quando você me deixou

 But I guess that´s just the way the story goes
Mas eu acho que é justamente o caminho que a história toma
You always smile, but in your eyes your sorrow shows, yes it shows
Você sempre sorrindo, mas em seus olhos se via tristeza, sim, se via
Well, I can´t forget tomorrow
Bem, eu não posso esquecer amanhã
 
When I think of all my sorrow
Quando eu pensar de toda minha tristeza
I had you there, but then I let you go
Eu tive você lá, mas depois eu deixei você ir
And now it’s only fair that I should let you know
E agora é justo apenas que devo deixar você saber
What you should Know
O que você deveria saber
CHORUS (refrão)
I can´t live, if living is without you
Eu não posso viver, se viver for sem você
I can´t live, I can´t give anymore
Eu não posso viver, eu não posso viver mais
I can´t live, if living is without you
Eu não posso viver, se viver for sem você
I can´t live, I can´t give anymore
Eu não posso viver, eu não posso viver
mais

BADFINGER, A HISTÓRIA TRÁGICA DE UMA BANDA
Uma banda excelente, mas sucumbiu tragicamente
Badfinger foi uma banda britânica de pop rock do final dos anos de 1960, era considerada uma das grandes promessas do rock na época. A banda foi apadrinhada pelos Beatles, sendo contratada pelo selo Apple dos fab-four. Badfinger gozou de um certo sucesso na Inglaterra como também nos EUA graças aos seus hits como “Dear Angie”; “Come And Get It” (composta para eles por Paul McCartney); “No Matter What”; ‘Day After Day”; “Baby Blue” ; “Get Down”; “Believe Me”; “Whitout You” e “Lay Me Down”. Mas a história da banda não foi pautada só por sucesso e fama, esse grupo de rock foi marcado para sempre pelas mortes trágicas de seus fundadores.
Em 1968, o grupo The Iveys, formado por Pete Ham (vocais, guitarra, piano), Tom Evans (vocais, baixo), Mike Gibbins (bateria) e Joey Molland (Vocais, guitarra), apresentou seu trabalho à Apple dos Beatles e foi contratado. Eles tinham muito em comum com os quatro rapazes de Liverpool, pois Joe Molland e Tom Evans também eram de lá, os vocais das bandas eram parecidos, sem falar na semelhança física entre Molland e Paul McCartney, e Pete Ham nos palcos chegava a lembrar um pouco John Lennon, apesar de não usar óculos. Foram convidados a fazer a trilha sonora do filme The Magic Christian (estrelado por Ringo Starr e pelo comediante Peter Sellers), na qual incluíram “Come And Get It”.
Magic Christian Music - 1970
Com o lançamento desta canção mudaram o nome da banda para Badfinger. A banda acompanhou George Harrison (pós beatles) no seu álbum clássico All Things Must Pass; John Lennon no álbum Imagine; participaram do álbum e show Concert for Bangladesh, e no single de Ringo Starr “It Don´t Come Easy”.
Logo depois saíram da Apple em circunstâncias não esclarecidas, alguns falam em má administração do selo e da produção sofrível de Mal Evans, assim acabaram assinando com a Warner e a partir daí é que as coisas pioraram.
Quando o empresário Stan Polley começou a tomar contas dos negócios do Badfinger, a coisa começou a cair, os membros começaram a se desentender e só Peter Ham parecia confiar na figura que já dava indícios de desvio do dinheirinho suado da banda, enquanto os músicos com suas respectivas famílias viviam modestamente numa única casa em comunidade. Com o acúmulo de muitos shows, gravações estressantes e trapalhadas de produtores e empresários, que viam o Badfinger como uma galinha de ovos de ouro, o nível de stress ficou insuportável. Peter Ham deixa a banda em 1974 mas retorna logo depois. 
Straight Up - 1971
Joey Molland abandona o barco no final do mesmo ano. Mas como as vendas não melhoraram por problemas contratuais, estratégicos, etc., a Warner cancelou o contrato com a banda. A gota d’água para Peter Ham foi saber que seu empresário de confiança fugiu com todo o dinheiro da banda. Bastante deprimido, Ham suicidou-se em 24 de abril de 1975 por enforcamento em sua própria casa, deixando um bilhete de desculpas pela situação financeira desastrosa. A morte de Ham decretou o fim agonizante da banda que prometia ser a melhor depois do surgimento dos Beatles.
Badfinger - 1974
Anos depois, Tom Evans e Joey Molland entraram numa disputa pelos direitos de ressuscitar o Badfinger. O desgaste entre os dois ex-parceiros levou Evans a um profundo estado de depressão e a cometer suicídio em 19 de novembro de 1983, enforcando-se no quintal de sua casa.
Em 04 de outubro de 2005, Mike Gibbins morreu de causas Naturais.
Joey Molland até pouco tempo excursionava com o Joe Molland’s Badfinger, tentando manter na memória dos fãs a chama quase mística do Badfinger.

Curiosidades
• A nota de suicídio deixada por Pete Ham dizia, entre outras coisas (em uma tradução livre), o seguinte: "Annie (a namorada), eu te amo. Blair (o filho), eu te amo. Eu não me permitirei amar nem confiar em ninguém. Assim é melhor. Pete. P.S. Stan Polley é um bastardo sem alma. Eu o levarei comigo".
Pete Ham

• A filha de Pete Ham nasceu exatamente um mês após seu pai ter se matado. Seu nome é Petera Ham.
• Quando cometeu suicídio, Tom Evans foi encontrado por seu filho que, ao ver a cena, correu para cozinha e disse à mãe que havia encontrado um homem muito parecido com o pai pendurado na árvore do quintal.
Tom Evans
• Ao contrário de Ham, Evans não deixou um bilhete justificando seu suicídio.



Discografia

The Iveys
• Maybe Tomorrow - 1968

Badfinger
• Magic Christian Music - 1970 (bom álbum de estréia)
• No Dice – 1970 (ótimo, cheio de hits e o meu preferido)
• Straight Up - 1971 (muito bom e vendeu bem, parecia com o som final dos Beatles)
• Ass - 1973 (o ultimo pela Apple, considerado fraco)
• Wish You Were Here – 1974 (pela Warner e considerado um dos melhores trabalhos)
• Badfinger - 1974 (razoável, mas que obteve boas vendas)
• Airwawes - 1979 (não compromete, mas mas não vendeu bem)
• Say No More - 1981 (fracasso total, sem turnê de divulgação)
• Day After Day - 1990 (gravação ao vivo de 1974)
• Without You: The Tragic History Of Badfinger – 1997 (livro e documentário sob supervisão de Joey Molland)
• BBC In concert - 1997 (com apresentações da banda na rádio londrina em 1972 e 1973)
• Head First – 2000 (sem Joey Molland e gravado em 1974 com Pete Ham assumindo as guitarras, ficou na geladeira por 25 anos e é muito bom).

 
Eis o link do youtube para você curtir "Whitout You" do Badfinger: http://www.youtube.com/watch?v=PyBS_1vGwpU
Por Eumário J. Teixeira.

1 de mar. de 2010

O GRITO


Definição: Nos dicionários consta que grito é o mesmo que “clamor, berro, brado”. Em outro encontrei que seria “voz emitida com força para ser ouvida de longe, voz de alguns animais” ou “o grito do Ipiranga: brado de independência ou morte! dado pelo príncipe D. Pedro I, às margens do Ipiranga em 7 de setembro de 1822”. Veio daí a expressão “ganhar no grito”?

Edvard Munch
O grito na arte: O grito foi retratado de forma trágica num quadro do pintor norueguês Edvard Munch, um dos precursores do expressionismo, em 1893. A pintura mostra uma figura andrógina num momento de angústia profunda e desespero existencial. São várias as hipóteses para a inspiração de Munch para O Grito (Skrik, no original). Uma delas foi sua própria vida que foi foi pautada por tragédias, como a perda da mãe e uma irmã quando ele era apenas uma criança, o rompimento dele com seu pai quando adulto, o envolvimento desesperador e sofrível com uma mulher casada, o internamento de sua irmã favorita num asilo psiquiátrico, a morte de outra irmã pouco depois de se casar e, por fim, o reconhecimento tardio de sua obra.
"O Grito" de Munch
A dor de O Grito, de Munch, não está presente apenas no personagem, ao fundo nota-se em destaque que a vida para quem sofre não é mesma que as outras pessoas vêem, tudo que faz parte dela é doloroso também e, talvez por isso, nos identificamos tanto com o personagem da pintura, pois podemos sentir a dor e o grito desesperado dado por ele. Basta interagir com o mundo disforme e distorcido retratado na obra, que nos perturbamos e somos tocados diretamente nas profundezas de nosso ser.
O Grito de Munch se tornou popular posteriormente após sua morte em 1944, só para exemplificar, em 1961, a revista Time destacou O Grito na capa de uma edição dedicada aos complexos de culpa e ansiedade; nos anos 80, o artista plástico Andy Warhol realizou uma série de trabalhos dedicados à obra de Munch, incluindo uma reinterpretação de O Grito; em 1991, o muralista Robert Fishbone criou uma versão de um boneco inflável que vendeu milhares de cópias em todo o mundo; o quadro também apareceu duas vezes na série de desenhos de Os Simpsons. O Grito é pop!

O grito no Cinema: O eterno Tarzan, Johnny Weissmuller, a partir de 1931, soltou o grito mais famoso de todos os tempos nas telas. É claro que na verdade, nenhum ser humano poderia berrar daquele jeito. Tudo indica que era uma colagem de sons de um barítono, uma soprano, cães uivando e violinos. De qualquer forma, Tarzan, ou melhor, Weissmuller morreu em 1984 aos 79 anos, reivindicando a autoria do grito épico. Ninguém jamais soube ao certo a fórmula mágica daquele grito: OOOUOOOUUUOOOHHHH !!!!! 
Janet Leigh, na banheira, gritando de pavor
Outro grito famoso foi o de Janet Leigh, na famosa cena do chuveiro em "Psicose" dirigido por Alfred Hitchcock em 1960.
Ghostface, o assassino psicopata da série de filmes Scream (Pânico), esconde seu rosto sob uma máscara inspirada na obra O Grito.




O grito na música: Em inglês, grito é “shout”. Nos anos de 1930, uma derivação do blues (gênero musical afro-americano) surgiu em Kansas City pela necessidade dos cantores dos botequins tinham de se fazer ouvir, já que o ambiente barulhento e a competição com os instrumentos musicais os obrigavam a berrar em vez de cantar. Daí o motivo dos “shouters” ou berradores, surgirem. Alguns dos mais famosos foram Big Joe Turner e Jimmy Rushing. 
Big Joe Turner, o blues gritado
No início de carreira os Beatles já cantavam (ou gritavam) "Twist and Shout"; alguns anos depois na década de 1970, Ian Gillan, ex-vocalista da banda inglesa Deep Purple, fazia escola com seu gogó que marcou definitivamente o rock. Se quiser conferir, escute o cd "Machine Head", considerada a obra prima da banda, e o duplo ao vivo "Made In Japan".

 

O grito como válvula de escape: O grito pode ter significados diversos dependendo da ocasião, pode ser uma forma de confissão explosiva de total incapacidade diante de uma situação inesperada que foge do controle, como pode também ser uma forma de espantar as dúvidas e temores de uma mente temporariamente confusa que precisa urgentemente ordenar seus pensamentos para administrar uma situação conflituosa.

Soltando o grito !!!!!
No momento em que digito estas palavras, por exemplo, faz um calor insuportável e meu humilde ventilador não está correspondendo à altura, assim estou me controlando para não soltar um grito e bradar em alto e bom som: Que calor infernal !!!!!! O saudável seria libertar este meu incômodo interior através de um grito e chute simultâneos no dito cujo, mas não farei isso, pois acabaria por assustar os que estão na sala de tv, os que estão dormindo, os vizinhos etc.

O grito nas artes e disciplinas orientais: Nas disciplinas de combate, principalmente nas artes marciais japonesas, como o Karatê (O Caminho das mãos vazias) e o Kendô (O Caminho da Espada), o grito ou Kiai, é essencial para o desempenho satisfatório num combate. O kiai expele e repele tudo o que é ruim, que te faz desconcentrar, que te impõe medo e que te faz recuar. O Kiai tem um duplo objetivo: 1º – gerar uma energia maior no momento do ataque; 2º – amedrontar o inimigo e até mesmo paralisá-lo, deixando-lhe vulnerável.


O kiai do samurai expele e gera o mêdo no combate
Li em algum livro ou revista, que o grito foi uma forma de arte praticada até por monges budistas japoneses com o intuito de curar vítimas de síncope (uma perda súbita de consciência acompanhada por ausência de respiração e circulação). A arte conhecida como Kiai-jitsu era usada como forma terapêutica pelos monges ao emitirem determinados sons. Dizem também que até os milenares Ninjas usavam a arte sonora para matar adversários, ao paralisarem com um kiai mortal, centros cerebrais específicos.

O grito, ou kiai, é usado por todos nós inconscientemente de uma forma mais rudimentar, como por exemplo, ao contrair os músculos do abdome para levantar um peso, você emite um grunhido no momento de maior esforço. Especialistas dizem que se treinar e desenvolver o kiai, você poderá usar mais eficientemente seu potencial energético, utilizando-o na arte marcial voltada para a defesa pessoal ou esporte, como também obterá melhor desempenho com menor esforço em atividades rotineiras.

O grito e seus efeitos: Uma forma de provar você mesmo os efeitos do kiai é esta: fique de pé, imóvel, se concentre, e de repente dê um grito. Você sentirá uma contração involuntária dos músculos abdominais e uma onda de calor atravessando o corpo. Em seguida, experimente dar um soco ou chute sem gritar, em seguida, tente o soco e o chute ao mesmo tempo em que grita. Terá uma sensação diferente, ou seja, explosiva!

Bruce Lee: Huáááhhh !!!

Por outro lado, uma forma de fazer alguém provar os efeitos do grito, é essa: Numa conversa informal com uma pessoa (que não pode ser desconhecida, idosa, estressada ou cardíaca), grite de repente. O seu kiai vai mesmo assustar ou até levar ao pânico a pessoa que não está esperando pelo seu berro.

Conclusão: É certo que o medo de ruídos altos e repentinos é um dos instintos naturais do homem. Um grito surpreendente pode por um momento descontrolar totalmente um quadro de reações físicas e mentais consideradas normais. De imediato, tremores, fraqueza da musculatura, aceleração das batidas do coração e suores frios, poderão ocorrer. É momento em que os adversários momentaneamente paralisados, devem ser abatidos.

O grito também serve para encobrir, mesmo por um instante, o seu medo interior, pois o que transparece exteriormente para o adversário é uma atitude audaz e corajosa que o pega de surpresa, e o grito se torna a expressão de sua determinação e autoconfiança.

O grito também pode ser comparado ao blefe no jogo de pôquer, um verdadeiro blefe sonoro, dependendo da situação, é claro. Talvez você não tenha a cartada certeira, mas você deve agir como se a tivesse. O espírito de luta de um combatente quando se lança contra o inimigo pode ser medido pela intensidade de seu kiai.

O medo e a emoção podem liberar em nós energia reservas ocultas, que podem nos levar a realizar certas proezas nunca imaginadas em condições normais. Com o grito liberamos energia extra, desabafamos, nos defendemos, atacamos e exorcizamos tudo que nos aflige e nos tortura.



O grito medonho de Yoko Ono ainda assombra...
Para finalizar, tenho de dizer que um dos gritos mais insuportáveis e irritantes que já ouvi, foi o de Yoko Ono, viúva de John Lennon, numa apresentação ao lado do ex-beatle, Eric Clapton e Keith Richards registrado no filme “Rock ‘n’ roll Circus”. Aquele berro botava para correr qualquer samurai; os gritinhos mais desprezíveis para mim sempre foram os de Michael Jackson; os mais temidos foram os de Bruce Lee; o mais famoso sem dúvida era o de Johnny “Tarzan” Weismuller, apesar das piadinhas sobre a origem do mesmo.

Por tudo isso, não seja acanhado e berre à vontade, clame pela misericórdia de Deus, grite de alegria, de tristeza, para desabafar, por medo de alguma coisa, para espantar algum ladrão, grite que te fará bem, mas longe de mim! Está muito quente, estou estressado e possivelmente eu gritaria de volta (hehehehe!).

Para encerrar um link do you tube em homenagem ao griiitooooo!!!!:

Por Eumário J. Teixeira.