30 de abr. de 2014

YURI BEZMENOV - A SUBVERSÃO COMUNISTA EM PAÍSES DEMOCRÁTICOS


Há poucos dias assisti no youtube uma palestra de um ex-agente da KGB que servia aos interesses da (extinta?!?) União Soviética ou URSS como “jornalista subversivo” na Índia. Após desertar e sumir no meio de uma comunidade hippie com um disfarce e identidade falsa, ele finalmente chega ao Canadá em meados dos anos de 1970. Lá recebeu cidadania como refugiado e teve uma vida produtiva até morrer em 1993. Sua principal  ocupação foi  a partir de então denunciar todas as estratégias de subversão usadas pela URSS e demais países comunistas e socialistas que visavam com isso destruir lenta e gradualmente os valores mais importantes de uma nação democrática, como crer em Deus e ter seus valores morais e culturais preservados. Para isso a KGB (serviço secreto da URSS) explorava seus agentes comunistas altamente treinados e doutrinados, travestidos de jornalistas, professores, estudantes, artistas, atletas ou médicos (Ops! isso me parece familiar...). Mas no meio da missão, ele desistiu de tudo, começou a simpatizar com a diversidade cultural e com a simpatia do povo indiano e desertou. E revelou ao mundo, principalmente aos norte-americanos, em diversas palestras e entrevistas que a subversão em suas diversas linhas de ataque já começava a surtir efeito nos Estados Unidos e em diversos países tidos como democráticos. Ele ainda alertava que para corrigir todo o estrago precisaria um processo de reeducação cultural e política que duraria toda uma geração, ou seja, de 10 a 15 anos. Para meu espanto, a palestra aqui transcrita e que deixou os norte-americanos perplexos, foi concedida em 1983. Já era uma realidade o estrago social e não havia uma consciência popular dos danos causados pelos agentes da KGB naquela época. Passaram-se 31 anos, foram duas gerações totalmente alienadas e usadas como “idiotas úteis” pela subversão comunista em todo o mundo. Penso que reverter tudo isso atualmente é quase impossível. No Brasil já estamos colhendo no dia a dia os frutos desta subversão que causou grandes estragos na área religiosa, cultural, econômica e política, que nos levará à anarquia total e finalmente ao golpe final. Confiram a palestra dada por Yuri  Bezmenov no ano de 1983 e tirem suas próprias conclusões. E que Deus nos ajude!

Por Eumário J. Teixeira. 

Palestra de um ex-agente do KGB, Yuri Alexandrovitch Bezmenov (Tomas Schuman) (1939 — 1993), proferida na Summit University, em Los Angeles, Califórnia, em 1983.

Subversão é o termo. Se virem no dicionário ou no código penal deste assunto, é normalmente explicado como uma parte de uma atividade para destruir coisas como religião, Governo, sistema, sistema político-económico de um país; e, normalmente, é ligado a espionagem e coisas românticas, como explodir pontes, descarrilar comboios, atividade capa e espada no estilo Hollywood; quando o que vou falar a respeito, agora, não tem absolutamente nada a ver com o cliché de espionagem ou da atividade do KGB de coletar informação.
Então, o maior erro ou conceito errado (acho eu) é que, quando estamos a falar de KGB, por alguma razão estranha, de produtores de Hollywood a professores de ciência política e «especialistas» em assuntos soviéticos (kremlinólogos, como se autodenominam), acham que a coisa mais desejável para Andropov e todo o KGB é roubar o esquema de algum jato supersónico, trazê-lo de volta para a União Soviética e vendê-lo para o complexo industrial militar soviético. É apenas em parte verdadeiro.
Se tomarmos todo o tempo, dinheiro, e mão de obra que a União Soviética e o KGB em particular gasta fora das fronteiras da União Soviética, descobriremos (claro que não há estatísticas oficiais, ao contrário da CIA ou do FBI) que a espionagem como tal ocupa apenas 10[%] a 15% do dinheiro, tempo e mão de obra. 15% da atividade do KGB. Os 85% restantes são sempre subversão. E ao contrário de um dicionário de inglês (dicionário Oxford), subversão, na terminologia soviética, significa sempre uma atividade distratora e agressiva, visando destruir o país, nação ou área geográfica do seu inimigo. Então, não há românticos lá, de forma alguma. Nada de explodir pontes, nada de microfilmes em latas de Coca-Cola, nada desse género! Sem «nonsense» James Bond!
A maior parte. Esta atividade é aberta, legítima e facilmente observável, se vocês se derem ao tempo e trabalho de observá-la; mas, de acordo com a lei e sistemas fiscalizadores da civilização ocidental, não é crime! Exatamente por causa do conceito errado — manipulação de termos —, achamos que o subversor é uma pessoa que vai explodir as nossas lindas pontes! Não! Subversor é um estudante que vem para intercâmbio, um diplomata, um ator, um artista, um jornalista (como eu fui há dez anos)…
Bem, subversão é uma atividade que é uma estrada de dois sentidos. Vocês não podem subverter um inimigo que não quer ser subvertido. Se conhecerem a história do Japão, por exemplo: Antes do século XX, o Japão era uma sociedade fechada. No momento em que um barco estrangeiro chegava às margens do Japão, o exército imperial japonês, educadamente, mandava-o desaparecer. E se um vendedor americano chega às margens do Japão, (digamos) uns 60, 70 anos atrás, e diz: «Oh, eu tenho um aspirador de pó muito lindo para si! Sabe, com um bom financiamento...». «Por favor, deixe-nos. Não precisamos do seu aspirador.» Se não forem embora, eles atiram, para preservar a sua cultura, ideologia, tradição, valores, intactos! Vocês não foram capazes de subverter o Japão. Não podem subverter a União Soviética, porque as fronteiras estão fechadas, a comunicação social é censurada pelo Governo, a população é controlada pelo KGB e polícia interna. Com todas as lindas figuras lisas da revista Time e Magazine America, que é publicada pela embaixada americana em Moscovo, vocês não podem subverter os cidadãos soviéticos porque a revista nunca chega aos cidadãos soviéticos. Ela é coletada das bancas e lançada na lata de lixo.
A subversão só pode ser bem sucedida quando o iniciador, o ator, o agente da subversão, tem um alvo que responde. É um tráfego de dois sentidos. Os Estados Unidos são um alvo recetivo de subversão. Não há resposta similar à dos Estados Unidos à União Soviética. Ela para em algum lugar no meio do caminho; nunca chega aqui.
Sun Tzu e a Arte da Guerra, ou melhor, da subversão
A teoria da subversão remonta a 2500 anos atrás. O primeiro ser humano que formulou as táticas de subversão foi um filósofo chinês chamado Sun Tzu (500 a. C.). Foi um conselheiro para várias cortes imperiais na China antiga. E ele disse (após longa meditação) que, para implementar política estatal de uma maneira belicosa, é mais contraprodutivo, bárbaro e ineficiente lutar num campo de batalha.
Sabem que a guerra é a continuação da política estatal. (Certo?) Então, se querem implantar com sucesso a sua política estatal e começar a lutar, esta é a maneira mais idiota de fazer. A mais alta arte da guerra é não chegar a lutar; mas subverter qualquer coisa de valor no país do seu inimigo, até ao momento em que a perceção da realidade do seu inimigo deteriora a ponto de ele não o perceber a si como um inimigo e em que o seu sistema, a sua civilização e as suas ambições parecem ao seu inimigo uma alternativa se não desejável, então ao menos factível. «Antes vermelho que ser morto.» Esse é o propósito final, a etapa final da subversão, após a qual vocês podem simplesmente dominar o seu inimigo sem disparar um tiro, se a subversão for bem sucedida. Isto é basicamente o que é a subversão.
Como podem ver, nenhuma menção a explodir pontes. Claro que Sun Tzu não sabia muito sobre explodir pontes. Talvez não houvesse tantas pontes naquela época!
Mas o básico da subversão está sendo ensinado a todo o aluno da escola do KGB, na União Soviética, e a oficiais de academias militares. Não sei se o mesmo autor está incluído na lista de leituras para oficiais americanos, sem falar de estudantes comuns de ciência política. Eu tenho dificuldade em encontrar a tradução de Sun Tzu na biblioteca universitária em Toronto e depois aqui, em Los Angeles; mas é um livro que não está «disponível». Ele é forçado para todo o estudante na União Soviética, todo o estudante que se pensa que lidará mais na sua carreira com estrangeiros.

O que é subversão?
Basicamente, consiste em 4 períodos, temporalmente. Se começarmos aqui e formos neste sentido no tempo (certo?), aqui é o ponto inicial. A primeira etapa da subversão é o processo chamado basicamente desmoralização. Diz por si o que é.

DESMORALIZAÇÃO
Leva (digamos) de 15 a 20 anos para desmoralizar uma sociedade. Porquê 15 ou 20 anos? Esse é o tempo suficiente para educar uma geração de estudantes ou crianças. Uma geração. Um tempo de vida de uma pessoa, de um ser humano, que é dedicado a estudar, a formar a mentalidade, ideologia, personalidade. Não mais, não menos. Normalmente, leva de 15 a 20 anos.
O que inclui? Inclui: Influenciar, ou (por vários métodos) infiltração, métodos de propaganda, contactos diretos (não importa muito; vou descrevê-los depois), várias áreas onde a opinião pública é formada ou moldada: religião, sistema educativo, vida social, administração, sistema fiscalizador legal (militar, é claro) e relações de trabalho (trabalhador) — patrão, economia. (OK?) Cinco áreas. (Não vou escrever porque não vamos ter espaço suficiente.)
Às vezes, quando descrevo todos os métodos, alunos perguntam-me: «Tem a certeza de que isso é o resultado da influência soviética?» Não, necessariamente. Vejam: a tática da subversão sobre a qual estou a falar é similar à arte marcial, a arte marcial japonesa. Se alguns de vocês estão familiarizados com esta tática, provavelmente vão-se lembrar de que se um inimigo é maior, mais pesado que você, seria muito doloroso resistir ao seu golpe direto. Se uma pessoa mais pesada me quer acertar no rosto, seria muito ingénuo e contraprodutivo eu parar o seu golpe. A arte chinesa e japonesa do judo diz-nos o que fazer: primeiro, evitar o golpe, e então agarrar o punho e continuar o seu movimento na direção em que estava antes, (certo?) até que o inimigo bata na parede. (Viram?)
Então, o que acontece aqui: O país-alvo, obviamente, faz algo errado. Se é uma sociedade livre, democrática, há vários movimentos diferentes dentro da sociedade. Há, obviamente, em toda a sociedade, pessoas que são contra a sociedade. Podem ser criminosos comuns, em discordância da política estatal; inimigos declarados; simples personalidades psicóticas que são contra tudo... (Certo?) E, finalmente, há o pequeno grupo de agentes de uma nação estrangeira, comprados, subvertidos, recrutados. (Certo?) No momento em que todos estes movimentos estiverem direcionados numa direção (certo?), esta é a hora de agarrar este movimento e continuá-lo até que o movimento force a sociedade inteira ao colapso, à crise. (Certo?) Então, esta é exatamente a tática da arte marcial. Não paramos um inimigo; deixamo-lo ir, ajudamo-lo a ir na direção em que nós queremos que eles vão. (OK?)
Então, na etapa de desmoralização, obviamente há tendências em cada sociedade, em cada país, que estão indo na direção oposta aos princípios e valores morais básicos. Tirar vantagem destes movimentos, faturar em cima deles é o maior propósito do originador da subversão.
Então,
1. Temos religião;
2. Temos educação;
3. Temos vida social;
4. Temos estrutura de poder;
5. Temos relações de trabalho — sindicatos;
6. E, finalmente, temos lei e ordem. (OK?)

Estas são as áreas de aplicação da subversão.
O que significa, exatamente?

No caso da religião: Destrua-a. Ridicularize-a. Substitua-a por várias seitas, cultos, que levam a atenção das pessoas, a fé (seja ela ingénua, primitiva... não importa muito), desde que o dogma religioso basicamente aceite seja erodido devagar e levado para longe do propósito supremo da religião — [que é] manter as pessoas em contacto com o Ser Supremo. Isto serve ao propósito. Logo, substitua as organizações religiosas aceites, respeitadas, por organizações falsas. Distraia a atenção das pessoas da fé real e atraia-as a várias fés diferentes.

Educação: Distraia-os de aprender algo que seja construtivo, pragmático, eficiente. Em vez de matemática, física, línguas estrangeiras, química..., ensine-lhes a história do conflito urbano, comida natural, economia doméstica, a sua sexualidade..., qualquer coisa, desde que afaste. (OK?)

Vida social: Substitua as instituições e organizações tradicionalmente estabelecidas por instituições falsas. Tire a iniciativa às pessoas. Tire a responsabilidade às ligações naturalmente estabelecidas entre indivíduos, grupos de indivíduos e a sociedade como um todo e substitua-as por órgãos artificialmente e burocraticamente controlados. Em vez de vida social e amizade entre vizinhos, estabeleça instituições de assistentes sociais — pessoas que estão na folha de pagamento de quem? [Da] sociedade? Não: Burocracia! A principal preocupação dos assistentes sociais não é a sua família, não é você, não é a relação social entre grupos de pessoas. A preocupação principal é receber o cheque de pagamento do Governo. Qual será o resultado do serviço social deles? Não importa, realmente. Eles podem desenvolver todo o tipo de conceitos para mostrar ao Governo e ao povo que eles são úteis. (OK.) Para longe dos elos naturais.

Estrutura de poder: (OK.) Os órgãos naturais de administração que tradicionalmente são eleitos pelo povo em geral ou indicados pelos líderes eleitos da sociedade são substituídos ativamente por órgãos artificiais: órgãos de pessoas, grupos de pessoas que ninguém elegeu jamais! Na verdade, a maioria das pessoas não gosta deles de modo nenhum, mais ainda assim eles existem. Um destes grupos é a comunicação social. Quem os elegeu? Como podem eles ter tanto poder, poder quase monopolista sobre a sua mente?! Eles podem violentar a sua mente! Mas quem os elegeu? Como podem? Eles têm ousadia de dizer o que é bom ou mau para o Presidente — eleito por vocês — e para o seu Governo. Que diabo são eles?! Spiro Agnew, que era odiado pela esquerda liberal, chamou-os de «tropa de snobes despudorados», e é exatamente o que são. Eles acham que sabem. Não sabem! O nível de mediocridade: Em grandes estabelecimentos como New York Times, Los Angeles Times, grandes redes de televisão, você não tem de ser um jornalista excelente. Você tem de ser exatamente um jornalista medíocre. É mais fácil sobreviver: Não há mais concorrência. Tem a sua bela e boa renda: 100 000 dólares por ano. E pronto. Se é melhor ou pior, não importa mais, desde que sorria para a câmara e faça o seu trabalho. É isso. Não há mais concorrência. Estrutura de poder é lentamente erodida pelos órgãos e grupos de pessoas que não têm nem qualificação, nem a vontade do povo para mantê-los no poder, e ainda assim eles têm poder. (OK.)
Junto com isto, há outro processo — Fiscalização, lei e ordem: A organização está sendo erodida. Nos últimos 20, 25 anos, se virem os filmes antigos e os filmes novos, verão que, nos filmes novos, um polícia, um oficial do exército americano, parece burro, raivoso, psicótico, paranoico. E o criminoso parece porreiro, como: Bem, ele fuma maconha e injeta qualquer droga; mas, basicamente, é um ser humano bonzinho. É criativo. E é improdutivo só porque a sociedade o oprime; enquanto um general do Pentágono é sempre, por definição, um burro, um maníaco guerreiro. O polícia é um porco, um polícia rude, abusa do poder... (Sabem?) Uma generalidade, uma generalização como esta. O ódio, a desconfiança para com as pessoas que vos devem proteger e fazem cumprir a lei e a ordem. Relativismo moral!
O processo Angelo Buono durou dois anos em Los Angeles e ainda assim há alguns advogados que dizem: «Olhem: ele é um bom sujeito, na verdade.» Houve testemunhas que disseram (também criminosas!): «Ora, ele é um tipo porreiro! Um dia, eu pedi para ele queimar a casa do meu inimigo e ele não quis!» Tipo porreiro! Erosão. Uma substituição lenta dos princípios morais básicos, em que um criminoso não é bem um criminoso: é um réu. Mesmo que a sua culpa esteja provada, há ainda uma dúvida. Matar ou não matar, ser ou não ser. «Não matarás!» Sim! Mas esta fala pode não ser necessariamente aplicável a um assassino! «Não assassinarás!» — esta deveria ser a premissa, e não «não matarás». (OK.)

Relações trabalhistas: Nesta etapa, dentro de 15 a 20 anos, destruímos os elos tradicionalmente estabelecidos de negociação entre patrão e empregado. A clássica teoria marxista-leninista de troca natural de bens: Uma pessoa «A» tem 5 sacas de cereais e uma pessoa «B» tem 5 pares de sapatos; e a troca natural sem dinheiro é quando eles negociam entre si, e apenas com a introdução da terceira «C», um completo terceiro alienígena, estranho, que diz: «Não lhe dê a ele as 5 sacas de cereal. Dê-mas a mim. E você, dê-me os seus 5 pares de sapatos, e eu distribuirei de acordo.» Então a economia irá [balançar]… Esta é a morte da troca natural, a morte da negociação natural.
Bem, os sindicatos foram estabelecidos há cem anos atrás. O objetivo era melhorar as condições de trabalho e proteger os direitos dos trabalhadores daqueles patrões que estavam a abusar do seu direito porque tinham mais dinheiro. Objetivamente, naquela época, inicialmente o movimento dos sindicatos funcionou de facto. O que vemos agora é que o processo de negociação não está mais a resultar no acordo que leva diretamente à melhoria de condições de trabalho e aumento de salário. O que vemos é que, após cada greve prolongada, os trabalhadores perdem. Mesmo que tenham aumento de 10% nos seus salários, não conseguem recuperar por causa da inflação e do tempo perdido. Mais que isso: Milhões de pessoas sofrem com aquela greve, porque agora a economia é interdependente, está entrelaçada como um único corpo. Se, antes, os siderúrgicos, (digamos) cem anos atrás, podiam entrar em greve, ninguém sofreria. Agora, é impossível. Se um funcionário do lixo entra em greve, hoje, o resto da cidade de milhões fica a cheirar mal. Quer dizer: o serviço faltará. No Québec, por exemplo, os eletricistas entraram em greve no meio do inverno! Você pode congelar o seu traseiro, e ainda assim eles estavam em greve. Eles recuperaram o salário? Não! Perderam! Quem ganhou com isto? Os líderes do sindicato. Qual é o motivo da greve? Melhorar as condições do trabalhador? Não! Óbvio que não é! Então qual é? IDEOLOGIA! Para mostrar a esses capitalistas! E a horda obediente de trabalhadores, como ovelhas, segue essa gente e não pode desobedecer. Porquê? Porque se desobedecerem, sabem o que acontece com eles? Piquetes, assassinatos, camionistas baleados por piquetes!... Em Montreal, por exemplo, vi com os meus próprios olhos, quando fui correspondente da CBC (Canadian Broadcasting Corporation International), quando trabalhadores de uma fábrica de aeronaves destruíram computadores e equipamentos na fábrica e a administração contratou fura-greves, os seus carros foram virados de cima para baixo e queimados. As suas casas foram queimadas! Os seus filhos foram intimidados e houve vítimas! Disto, vocês podem ter a certeza. Porquê? Para melhorar as condições dos trabalhadores? Não! Ideologia! (OK.)
Isto é o que basicamente acontece. Pode ou não acontecer sem a ajuda da União Soviética, mas as tendências naturais estão a ser bastante aproveitadas e exploradas pelos sistemas de propaganda soviéticos. Como? Sempre que um sindicato entra em greve, temos um influxo de propaganda, meios de comunicação social, disseminação ideológica: «O direito dos trabalhadores»! E repetimos, como papagaios: «Sim, o direito dos trabalhadores». Direito de quem? Dos trabalhadores? Não! A única liberdade do trabalhador — vender o seu trabalho de acordo com o seu próprio desejo e vontade — é-lhe tirada! Por quem? Pelo chefe do sindicato. É dado poder ilimitado, responsabilidade... Quero vender o meu trabalho, não por 2,50 à hora, mas por 2 dólares. Eu não tenho o direito! A minha liberdade é-me negada. Eu sei que se vender o meu trabalho por 2 dólares à hora e não por 3 dólares, concorrerei melhor com o outro indivíduo, que é preguiçoso e mais ambicioso. Eu não preciso de 3 dólares. Preciso apenas de 2 dólares. Não! Fui forçado a acreditar pela comunicação social, pelas empresas, por agências publicitárias que preciso de mais e mais e mais! Já viram alguma publicidade na TV para consumir menos? Não! De modo nenhum! Se precisa de um carro de 6 cilindros ou não, tem de comprá-lo e é já! Quando eu vinha a conduzir para cá, na estação de rádio local um locutor empolgado disse: «Você, corra e economize, economize, economize! Tem uma liquidação de pé-de-meia!» Economize, comprando mais!! Claro, claro! Seria muito ingénuo esperar que o KGB obrigasse a agência publicitária a fazer uma propaganda maluca dessas. Não, claro que não! Mas o que fazíamos, quando eu trabalhava para a Novosti: Atolávamos editoras, organizações estudantis, grupos religiosos, com literatura de luta de classes, se não diretamente com propaganda marxista-leninista, então propaganda de aspirações legítimas da classe operária: melhoria de vida, igualdade... Igualdade! Vejam só! O Presidente Kennedy uma vez disse: «Povo, vamos fazer a América acreditar que as pessoas nascem iguais!» As pessoas nascem iguais? Há alguma menção na Bíblia ou em alguma outra escritura sagrada em qualquer religião? Qualquer religião! Se não acredita em mim, vá para a biblioteca e procure. Não há uma única palavra sobre igualdade! Mas o oposto: Pelas tuas ações, Deus te julgará! O que você faz é importante: o mérito da sua personalidade. Você não pode legislar igualdade. Se quer ser igual, você tem de ser igual! Tem de merecer.
E ainda assim, construímos a nossa sociedade sobre o princípio de igualdade. Vocês dizem: «As pessoas são iguais». Sabem que é falso, é uma mentira! Algumas pessoas são altas e estúpidas; outras são baixas, carecas e inteligentes. Algumas… Se as fazemos iguais à força, se colocarmos o princípio da igualdade na base da nossa estrutura sociopolítica, é o mesmo que construir uma casa na areia. Cedo ou tarde, ela vai desmoronar; e é exatamente o que acontece.
E nós, propagandistas soviéticos, estamos a tentar empurrar a vocês na direção em que vão sozinhos: «Igualdade, sim! Igualdade! As pessoas são iguais! Terra das oportunidades iguais!» É verdade ou não? Pensem bem! Oportunidades iguais. Deve haver oportunidades iguais? Para mim? E para um safado preguiçoso que vem para cá, vindo de outro país, e imediatamente se regista como recipiente, beneficiário de seguro? Eu nunca recebi um único dól... Não, desculpem, recebi uma vez. Mas nunca requeri seguro. Por 13 anos, aceitava qualquer emprego: segurança, jornalista, taxista, qualquer coisa!
Bem, eu fui muito ativo, mas algumas pessoas não gostam disso. Então, porque deveríamos ter oportunidades iguais? Porquê? [«Oportunidade igual de se destacar.»] Oportunidades iguais em circunstâncias iguais, sim, mas vocês sabem que as pessoas são diferentes. Destacar-se, sim, supondo que cheguemos ao mesmo nível de excelência, perfeição, que é um futuro distante hipotético. Sim, talvez. Mas sabemos perfeitamente bem que, mesmo com as melhores intenções, as pessoas não poderiam ser iguais. Porque deveríamos ter igualdade no (digamos) sistema legal? Eu, que me considero um cidadão cumpridor da lei, e uma pessoa que vem aqui para roubar e atirar? Digamos... O Governo dos Estados Unidos, sob Carter, importou milhares de criminosos cubanos. Eram criminosos conhecidos. Ainda assim, foram aceites. Acham justo que eu e a minha esposa das Filipinas, que trabalha como (perdão!) cavalo como técnica de laboratório no hospital, deveríamos ter os mesmos direitos que um criminoso de Cuba? Porquê? E ainda assim, repetimos como papagaios: «Igualdade, igualdade, igualdade!» E o sistema de propaganda soviética ajuda-nos a acreditar que igualdade é algo desejável. A democracia, tal como foi estabelecida pelos patronos deste país [os Estados Unidos], deste sistema, no século passado [XIX], não é igualdade: é o sistema em que pessoas diferentes, pessoas desiguais, têm sorte de sobreviver e de se ajudarem umas às outras, em constante concorrência, em constante aperfeiçoamento, e não uma igualdade que é imposta por um padrinho ou uma pessoa boazinha, em Washington DC. E a igualdade absoluta existe na União Soviética. «Igualdade»: Toda a gente está igualmente na lama, exceto algumas pessoas que são mais iguais que as outras, no Politburo. (OK?)
Então, no momento em que vocês levam um país ao ponto de quase total desmoralização, em que nada funciona mais, quando não têm a certeza do que é certo ou errado, bom ou mau, quando não há divisão entre o bem e o mal, quando até os líderes da Igreja dizem às vezes: «Bem, violência em favor da justiça (especialmente justiça social) é justificável em países como Nicarágua, El Salvador, (bem,) talvez Rodésia…» E escutamos isto e dizemos: «É, provavelmente. É verdade.» É verdade? Não, não é verdade! Violência não é justificável, especialmente em favor de «justiça social» introduzida por marxistas-leninistas (que são meus ex-colegas da Agência Novosti). (OK.)
Então, atingimos aquele ponto. O próximo passo é desestabilização.

DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO
De novo, fala por si o que é: desestabilizar todas as relações, todas as instituições e organizações aceites no país do seu inimigo.
Como é que vocês fazem? Não têm de mandar um batalhão de agentes do KGB para explodir pontes. Não! Vocês deixam-nos fazer sozinhos! A área de aplicação é mais estreita agora. Não é como no caso anterior. As ações abertas, legítimas, do KGB, neste caso, mal seriam percetíveis. Não há crime se um professor que recentemente veio da União Soviética introduz um curso de marxismo-leninismo numa universidade californiana, por exemplo. Ninguém vai chegar à porta dele e dizer: «OK, senhor. Venha. Está preso.» Não! Não é crime. Não é sequer considerado um crime moral contra o seu país.

Então, a área de aplicação aqui estreita-se para:
1. Economia (novamente, relações trabalhistas, certo?);
2. Para lei e ordem e militares;
3. E, novamente, a comunicação social, mas um pouco diferente. (Vou explicar depois.) (OK.)
Três áreas, basicamente.

Economia: A radicalização do processo de negociação. Se naquela etapa ainda poderíamos atingir, teoricamente, algum acordo positivo entre as partes negociantes, com (digamos) introdução arbitrária de juízes de terceira parte, objetivamente julgando as exigências de ambos os lados; aqui é radicalização. Na etapa de desestabilização, não chegamos a um acordo nem dentro de uma família. O marido e a mulher não poderiam descobrir o que é melhor: O marido quer que os filhos comam à mesa, e a mulher quer que a criança corra pelo cómodo e derrube comida pelo chão. Eles não chegam a um acordo, a não ser que comecem uma luta. É impossível chegar a um acordo, um acordo construtivo entre vizinhos. Alguns dizem: «Eu não gosto que você trabalhe na relva nesta hora porque exatamente nesta hora ando a passear com o meu cachorro e ele fica nervoso e não consegue passar as bolas». (Sabem?) Eles não entram em acordo: Vão para um tribunal ou coisa assim.
Radicalização de relações humanas, sem mais acordo. Luta, luta, luta! As relações normais tradicionalmente aceites são desestabilizadas. As relações entre professores e alunos em escolas e universidades: luta! As relações, na esfera económica, entre empregados e patrões são mais radicalizadas: Não há mais aceitação da legitimidade das exigências dos trabalhadores. Como os japoneses, com a teoria Z (se já ouviram falar), em que trabalhadores estão envolvidos no processo de decisão, então eles não têm incentivo moral para lutar contra os seus patrões. Nos Estados Unidos, é justamente o oposto. Quanto mais difícil a luta, melhor, mais heroicos eles parecem. Quando a rede Greyhound estava de greve, recentemente, os correspondentes de emissoras de TV locais em todos os Estados Unidos abordaram os grevistas, e estes diziam: «Ah, sim, estamos a fazer algo de bom!». E pareciam heróis e tinham orgulho. Havia uma família: O marido era motorista de autocarro e então eles tinham decidido, em protesto contra os patrões, acampar em algum lugar da floresta. Foram apresentados à audiência como uma gente heroica e boazinha. (Viram?)
Os embates violentos entre passageiros, piquetes e os grevistas são apresentados como algo normal. 10, 15, 20 anos atrás, ficaríamos nervosos, a dizer: «Porquê? Porquê tanto ódio?» Hoje, não. Dizemos: «Bem: lugar-comum!» Radicalização, militarização às vezes, como expliquei naquela etapa (adiantei-me um pouco): Pessoas baleadas! (OK.)

Lei e ordem, agora: Também é empurrada para áreas em que as pessoas antes resolviam as suas diferenças pacificamente e legitimamente. Agora, estamos a ficar com esses casos judiciais nos casos mais irrelevantes. Não podemos mais resolver os nossos problemas. A sociedade como um todo fica cada vez mais antagónica entre indivíduos, grupos de indivíduos e a sociedade como um todo.

A comunicação social: Coloca-se em oposição à sociedade em geral, como um todo, separada, alienada. (OK?) Nesta etapa (lembram-se de que eu falava há umas duas horas atrás dos adormecidos?), aí é quando os estudantes (digamos) dos Estados Unidos (se são treinados na Universidade Lumumba) ou das nações em desenvolvimento (os estudantes com que eu lidava) estão a ser mandados de volta da União Soviética para aqui. Ou, se já estavam nos Estados Unidos, no país que é objeto da subversão, partem para a ação! Os adormecidos acordam! Dormiram por 15 a 20 anos. Agora, tornaram-se líderes de grupos, pregadores, sei lá… pessoas públicas. Agem proeminentemente. Incluem-se ativamente no processo político. De repente, vemos um homossexual... Há 15 anos, ele fazia as sujeiras dele e ninguém ligava, e agora ele faz disso uma questão política. Exige reconhecimento, respeito, direitos humanos, e junta um grande grupo de pessoas: o grupo dele e pessoas comuns. E há choques violentos entre ele e a polícia, o grupo dele e pessoas comuns. Não importa o quê: São negros contra brancos, amarelos contra verdes. Não importa onde está a linha divisória, desde que este grupo entre em choque antagónico, às vezes militarmente, às vezes com armas de fogo. Isto é o processo de desestabilização.
Os adormecidos (muitos dos quais são simplesmente agentes do KGB) tornam-se líderes do processo de desestabilização. Não quer dizer que o camarada Andropov mande o camarada Ivanov para os Estados Unidos. A pessoa que toma conta já está aqui! É um cidadão respeitado dos Estados Unidos. Às vezes, recebe dinheiro de várias fundações para a sua luta legítima a favor de (sei lá!) direitos humanos, direito das mulheres, kid-lib, prison-lib, seja o que for. Há americanos simpatizantes que lhe doam o seu dinheiro!

DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO > CRISE
O processo de desestabilização, normalmente, leva diretamente ao processo de crise. No caso de nações em desenvolvimento (esta era a área em que eu era ativo), o processo começa quando os órgãos legítimos de poder, a estrutura social, desmoronam, não podem funcionar mais. E então nós temos órgãos artificiais injetados na sociedade; tais como comités não eleitos (lembram-se de que eu falava deles aqui [na desmoralização]?); assistentes sociais, que não são eleitos pelo povo; comunicação social, que são os senhores autoinvestidos da sua opinião; alguns grupos estranhos, que alegam que sabem como guiar a sociedade para a frente. Em geral, não sabem. Tudo o que eles querem saber é como coletar doações e vender a sua própria ideologia misturada, misto de religião e ideologia.
Aqui, temos todos estes órgãos artificiais exigindo poder. Se o poder lhes é negado, tomam-no à força. No caso do Irão, por exemplo, de repente tínhamos comités revolucionários. Quem? Quê? Que tipo de revolução? Não havia revolução ainda, e ainda assim tinham comités! Tomavam o poder de julgamento, tinham o poder de execução, tinham o poder de legislação, e tinham o poder judicial, todos combinados numa pessoa, que é um intelectual de miolo mole, às vezes formado em Harvard ou Berkeley. Ele volta para o seu país e acha que sabe a solução para todos os problemas sociais e económicos. (OK.)
A crise é quando a sociedade não pode mais funcionar produtivamente: desmorona. Obviamente, esta é a palavra para crise. Portanto, a população como um todo anda a procurar um salvador. Os grupos religiosos estão à espera de que venha um messias. Os trabalhadores dizem: «Temos família para alimentar! Vamos ter um Governo forte, talvez um Governo socialista, centralizado, onde alguém coloque os patrões nos seus lugares e nos deixe trabalhar! Estamos cansados de greve e de perder horas extra e todas essas coisas. Precisamos de um homem forte, Governo forte! Um líder, um salvador, é necessário.» A população já está irritada e cansada. E cá está: temos um salvador! Ou uma nação estrangeira vem; ou o grupo local de esquerdistas, marxistas... não importa como eles se chamam: sandinistas, reverendo, ou algum tipo... Bispo Muzorewa (como no Zimbabué)... Não importa. Vem um salvador e diz: «Eu guiar-vos-ei!» Então, nós temos duas alternativas aqui: guerra civil e invasão.

DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO > CRISE > Guerra Civil ou Invasão
(OK?)
Viram como funciona?
Guerra civil, sabemos o que é. Líbano é o melhor exemplo: A guerra civil que foi artificialmente implantada no Líbano por injeção de forças da OLP (Organização para Libertação da Palestina).
Invasão, tivemos em vários outros países como Afeganistão. Falem de qualquer país do Leste Europeu: foi invadido pelo exército soviético.
Mas o resultado é o mesmo.
A próxima etapa é normalização.

DESMORALIZAÇÃO > DESESTABILIZAÇÃO > CRISE > Guerra Civil ou Invasão > NORMALIZAÇÃO
Normalização é uma palavra muito irónica, é claro! É emprestada da situação de 1968, na Checoslováquia, quando a propaganda soviética e depois o New York Times declararam: «O país está normalizado». Os tanques chegaram a Praga; então, não há mais Primavera de Praga, não há mais violência... Normal. Normalização. Nesta etapa, os governantes autoinvestidos da sociedade não precisam de mais nenhuma revolução, não precisam de mais nenhum radicalismo. Então, este é o reverso da desestabilização; basicamente, é estabilizar o país à força.
Então, todos os adormecidos, e ativistas, e assistentes sociais, e «liberais», e homossexuais, e professores, e marxistas, e leninistas... são eliminados; fisicamente, às vezes. Já fizeram o serviço deles. (OK?) Não são mais necessários. Os novos governantes precisam de estabilidade para explorar a nação, para explorar o país, tirar vantagens da vitória. (OK?) Então, chega de revolucionários, por favor!
E é exatamente isto o que acontece em vários países. Lembram-se do Bangladesh? (Esta foi a crise na qual eu fui de utilidade.) Primeiro, tinham Mujibur Rahman. Em 1971, ele era o líder do Partido do Povo, a Liga Awami, com um bigode como Stalin. Esteve várias vezes na Rússia. Cinco anos depois, foi baleado pelos seus ex-colegas marxistas. Cumpriu a sua função. No Afeganistão, isto aconteceu 3 vezes. Primeiro, havia Taraki, depois Amin e agora Babrak Karmal. Mataram-se sucessivamente, um após outro, no momento em que um cumpria a sua obrigação; o primeiro desmoralizava o país, o segundo desestabilizava, o terceiro levou-o à crise. Adeus, camarada. Pum! Babrak Karmal vem de Moscovo e é colocado no poder. O mesmo aconteceu em Grenada, recentemente. Maurice Bishop, marxista, foi morto por Austin (Como se chama? General qualquer coisa), que também era marxista! (Certo?) Então, chega de revoluções, por favor. Normalização, agora.
De agora em diante, chega de greves, chega de homossexuais, chega de women-lib, chega de kid-lib, chega de lib. Ponto final! Boa e sólida liberdade proletária democrática!... E pronto.
Agora, para reverter este processo, é preciso um esforço enorme. Quando, hoje, os Estados Unidos tiveram de invadir Grenada para reverter o processo de subversão, algumas pessoas disseram: «Rapaz, isso não é bom. Não é 'kosher' invadir um lindo país, a ilha de Grenada!». Ora, porque não pararam o processo aqui [na desmoralização], quando Grenada foi só abordada por esquerdistas? Porque não impedir que Maurice Bishop chegasse sequer ao poder? Os grenadenses queriam-no? Muito questionável! Para começar, não sabiam quem era Maurice Bishop. Ele mesmo chegou ao poder por um golpe de Estado. (OK?) Mas não, deixamos a situação avançar cada vez mais até à crise e à normalização muito em breve. E aí, os Estados Unidos decidem invadir o país, descobrindo que o país era inteiramente uma base militar para a União Soviética! Claro que é uma medida drástica! Claro que é uma pena que os fuzileiros tivessem de perder (o quê?) 17 vidas. Muito mau. Porque não parar o processo antes que chegue à crise? Ah, não! Os intelectuais não deixam! É interferência em assuntos internos. Eles têm o máximo de cuidado em não deixar o Governo americano interferir em assuntos internos de países latino-americanos. Não ligam à União Soviética interferindo nestes assuntos.
Então, para reverter este processo daqui [normalização], é necessária apenas e sempre ação militar. Nenhuma outra força na Terra pode reverter este processo, neste ponto.
Neste ponto [crise], não é necessária uma invasão militar pelo exército dos Estados Unidos. É necessária ação vigorosa, como no Chile. Um envolvimento discreto da CIA, para impedir que o salvador de fora chegue ao poder, e estabilizar o país antes que ele entre em guerra civil. (OK?) Apoiar as forças conservadoras de direita, através de dinheiro, bandidos ou lei, não importa! Estabilizem o país! Não deixem a crise evoluir para guerra civil ou invasão! «Oh, não! — vão dizer os seus liberais — é contra a lei! O Congresso não alocará dinheiro para ações secretas da CIA!» Porque não? Devemos esperar até vir a normalização e os tanques soviéticos aterrarem no aeroporto de Los Angeles?
Agora, neste ponto da desestabilização, o processo também poderia ser revertido e de novo mais fácil que este! Nada de envolvimento da CIA, neste ponto! Sabem o que é preciso aqui? Restrição de algumas liberdades para pequenos grupos, que são inimigos autodeclarados da sociedade. É simples, assim! «Oh, não!» — dirão os liberais da comunicação social — «Isto é contra a constituição americana!» Como podemos? Negar à força direitos civis a criminosos, por exemplo. «Não é bom!» (OK.) Então, permitimos que eles... (OK.) Se permitem que os criminosos tenham direitos civis, vão em frente e levem o país à crise. Deste modo, não há derramamento de sangue! Limitem os direitos! Digo: não colocá-los na cadeia! Não estou a dizer para colocar todos os gays de São Francisco num campo de concentração! Não permitam que eles consigam poder político! Não os elejam para posições de poder, seja a nível municipal, estadual ou federal. Tem de ser enfiado na cabeça de eleitores americanos que uma pessoa como esta nas posições de poder é um inimigo! Não temam esta palavra: É um inimigo! Se não for um inimigo aqui, será aqui. Mais adiante, ele será fuzilado; é claro! Mas, neste ponto, ele é um inimigo. (OK?) Vocês estarão a prestar um grande serviço, negando-lhe um direito de faturar em cima das suas próprias ideias malucas e de se tornar um homem poderoso, um homem que usa a sua posição de poder. Restrição de certas liberdades e de permissividade naquele ponto impediriam de deslizar para a crise e, provavelmente, reverteriam o processo de desestabilização. Restringir o poder ilimitado, o poder monopolista dos sindicatos, neste ponto, salvaria a economia do colapso. Introduzir uma lei para impedir empresas privadas de violarem a mente da opinião pública na direção do consumismo. Nenhuma empresa deve ter o direito de forçar a si a comprar mais, a não ser que você queira. Tem de haver uma lei. Quer anunciar o seu carro? OK. Mas nenhuma menção a comprá-lo agora e economizar dinheiro! Tem de ser contra a lei forçar as pessoas a consumirem mais. Autorrestrição!
Anteriormente, antes de este processo começar, a autorrestrição era um assunto da Igreja — religião —, porque os nossos pregadores, os padres da Igreja, nos diriam: «Bens materiais são bons, mas não é a função primária do ser humano, porque vocês têm de viver com algo!» Obviamente, o desígnio da nossa vida não é consumir mais desodorizantes. Tem de haver algo maior. Se tal instrumento complicado como o corpo humano foi criado, obviamente deve haver algum propósito mais elevado para isto. E é bem fácil evitar a desestabilização, negando às empresas ambiciosas uma pequena liberdade: de forçar vocês a tornarem-se processadores de produtos e bens indesejados. Eles transformam vocês em máquinas, como a minhoca, que tem entrada e saída. Então, quanto tempo um eletrodoméstico médio dura hoje em dia? Menos de um ano. Porquê? Onde está a qualidade? «Mas nós queremos que você compre mais.» (OK.) O processo de desestabilização pode ser facilmente vencido se (como digo) a sociedade, por vontade própria ou depois de persuadida pelos líderes, chegar à ideia de autorrestrição. «É tão difícil! Queremos consumir mais!» Mas têm a obrigação, a não ser que queiram chegar a esta etapa em que, como dizemos na Rússia, se o deserto do Saara se tornar um Estado comunista um dia, haverá racionamento de areia. Então, vocês têm de limitar as suas expectativas neste ponto, antes que seja tarde demais. Mas não, não queremos fazer isto.
O processo de desmoralização, de novo, é a coisa mais fácil de reverter. Antes de tudo, restringindo a importação de propaganda, a coisa mais fácil de fazer. Importação ilimitada, irrestrita, de literatura soviética, jornalistas soviéticos; dar a propaganda soviética e a agitadores ideológicos tempo igual na cadeia de TV americana — tem de ser impedido! E é fácil. Eles não se ofenderão. (Vejam bem.) Na verdade, eles respeitarão mais a América. Mas quando o meu ex-colega Vladimir Posner aparece no Nighline, e Ted Koppel pergunta «Bem, Vladimir, o que pensa disso?» — O que pode ele pensar?! É um instrumento de propaganda! Ele pensa o que o camarada Andropov lhe manda pensar. É apenas um belo e articulado altifalante do sistema de subversão soviético. E Ted Koppel faz-lhes acreditar que o meu amigo Vladimir Posner pensa?!
O processo de desmoralização pode não ter começado de forma alguma se, neste ponto, o país que é um recipiente de subversão ativamente (não violentamente, mas ativamente) impede a importação de ideologia estrangeira. Não quero que a América siga o modelo do Japão antigo. Vocês não têm de atirar em todo o estrangeiro que se aproxime das fronteiras sagradas dos Estados Unidos. Mas quando ele lhes oferece um bagulho disfarçado de algo bem lustroso, vocês devem dizer-lhe: «Não. Nós temos o nosso próprio bagulho.» Se, neste ponto, a sociedade for forte, corajosa e bastante consciente para parar a importação de ideias que são estranhas, então toda a cadeia de eventos pode ser evitada.
Estive recentemente nas Filipinas e fiquei chocado. Como nas grandes cidades, como Manila, crianças escutam música ensurdecedora! Uma nação melodiosa, com uma longa tradição de bela e boa música étnica introduzida pelos espanhóis há muito tempo, talvez uns 2, 3 séculos atrás (não me lembro), de repente, escutando lixo musical! Estourando os rádios a estouro total, volume total! Porquê?
Na Índia, passei vários anos a ver a reação de indianos saindo dos cinemas, depois de verem uma produção de Hollywood. Não conseguiam entender por que os americanos são tão desperdiçadores, rebentam os seus carros, os seus carros lustrosos, a cada 5 minutos. Como podem atirar uns nos outros por meio milhão de dólares? É verdade que são tão obcecados por sexo? Conseguem imaginar mostrar um filme onde a cada 5 minutos há uma cópula na tela a um país como a Índia, um país com longa tradição de respeito nestes assuntos particulares? Ou ao Paquistão?! E os Estados Unidos esperam que essas pessoas vos respeitem? De modo nenhum. Ah, sim, eles verão o filme. Pagarão 5 rupias para ver aquele lixo, mas sairão [do cinema] e dirão aos seus filhos: «Não respeitem os americanos. Não sejam como os americanos.» (Viram?)
Então, o processo de desmoralização pode ser impedido bem aqui, tanto exportado como importado. E isto precisa de um passo, uma coisa muito importante a fazer. Não têm de expulsar todos os agentes do KGB de Washington DC. A solução mais difícil e ao mesmo tempo a mais simples para a subversão é começar aqui [na fase de desmoralização] e antes ainda, trazendo a sociedade de volta à religião, algo que vocês não podem tocar, comer e vestir, mas algo que governa a sociedade e a faz mover e preservar-se.
Um cientista soviético, Shafarevich, que não tem nada a ver com religião (é um cientista da computação), fez um estudo muito intenso na história de países socialistas. (Ele chamava socialista ou comunista a qualquer país com uma economia centralizada e uma estrutura de poder piramidal.) E descobriu (na verdade, não descobriu; apenas chamou à atenção dos seus leitores) que civilizações como Mohenjo-Daro (nas regiões hindus ribeirinhas), como o Egito, como os maias, os incas, como a cultura babilónica, desmoronaram e desapareceram da face da Terra no momento em que perderam a religião. Simples, assim. Desintegraram-se. Ninguém se lembra mais delas. Bem, vagamente.
Então, as ideias movimentam a sociedade e mantêm a humanidade como uma sociedade de seres humanos, agentes inteligentes e morais de Deus. Os factos, a verdade, o conhecimento exato, talvez não. Toda a tecnologia sofisticada e os computadores não impedirão a sociedade de se desintegrar e, eventualmente, de desaparecer. Já conheceram alguma pessoa que sacrificasse a sua vida, liberdade, por uma verdade como esta [2 x 2 = 4]? Isto é verdade! Nunca encontrei uma pessoa que dissesse: «Isto é verdade e estou pronto para defender a verdade. Atira em mim!»… Para defender a verdade. (Certo?) Mas milhões sacrificaram as suas vidas, liberdade, conforto, — tudo! — por coisas como Deus, como Jesus Cristo. É uma honra! Alguns mártires no campo de concentração soviético morreram. E morreram em paz, ao contrário daqueles que gritaram «Viva Stalin!», sabendo perfeitamente bem que ele podia não viver muito.
Algo que é não-material movimenta a sociedade e ajuda-a a sobreviver. E vice-versa: No momento em que nos voltamos para «dois vezes dois é quatro», e fazemos disto um princípio-guia para a nossa vida, nossa existência, morremos. Mesmo quando isto é verdade, e isto, não conseguimos prová-lo; só o podemos sentir e ter fé. Então, a solução para a subversão ideológica, estranhamente, é muito simples: Você não tem de atirar nas pessoas, não tem de mirar mísseis, Pershings e mísseis de cruzeiro no quartel-general de Andropov. Só tem de ter fé e evitar a subversão; noutras palavras: não ser uma vítima da subversão. Não tente ser uma pessoa que, no judo, tenta esmagar o adversário e é apanhada pela sua mão. Não golpeie assim. Golpeie com o poder do seu espírito e superioridade moral. Se não tem este poder, é a hora de desenvolvê-lo. E esta é a única solução.
Acabou. Obrigado!

11 de abr. de 2014

CHE GUEVARA, O "MÁRTIR" SANGUINÁRIO, E A TRAIÇÃO DE FIDEL CASTRO


Série Ídolos de Barro – Parte II


É deveras impressionante que o mito de Che Guevara ainda resista mesmo após quase 50 anos de sua morte. Isso dá em parte pela ostensiva propaganda da grande mídia, com livros, filmes e documentários diversos, sem esquecer que crescemos sendo doutrinados nas escolas pelos nossos professores de história, simpáticos ao socialismo cubano, que decantavam com orgulho a revolução comunista ocorrida na “ilha de Fidel” em meados da década de 1960. Eu mesmo comecei a aceitar aquela imagem do ídolo revolucionário e idealista de Che Guevara estampado nas camisetas, bandeiras de times de futebol, canecas e chaveiros por todo o país. Sua imagem se tornou um símbolo de revolta, seja na política ou na cultura. 
Celebridades que fazem apologia a Che Guevara: o polêmico camisa 10 da Argentina, Diego Maradona; o excêntrico ator hollywoodiano, Johnny Depp; Paul Breitner, ex-jogador da seleção alemã; o indomável ex-boxeador dos peso-pesados, o afro-americano Mike Tyson; e a bundinha de Gisele Bundchen.
Mas também se tornou um símbolo do engano e da mentira para os que realmente conhecem a verdade por trás da revolução comunista cubana e dos seus principais personagens, no caso, “el comandante” Fidel Castro e seu braço direito Ernesto Che Guevara. Celebridades mundiais, simpatizantes da política socialista, para não dizer comunista, endossaram o culto aos dois heróis revolucionários encobrindo ainda mais a verdade sobre ambos. 
Chico Buarque, um comunista convicto

Artistas nacionais  consagrados como Chico Buarque de Holanda, um comunista assumido, mas classificado pelo roqueiro Lobão como “comunista caviar”, ou melhor, aquele que prega a ideologia comunista de seus mártires, mas que não estão dispostos necessariamente a abrir mão de suas posses e suas regalias, como beber champagne em Paris (rodeado de intelectuais “puxa-sacos”), com os membros mais desfavorecidos do seu partido  ou com os miseráveis “sem-teto” ou “sem-terra” de seu país. 
Mais celebridades que apoiam o comunismo: os atores norte-americanos Sean Penn e Dennis Glover, e o famoso diretor de Platoon, Oliver Stone, na Venezuela ao lado dos presidentes Hugo Chávez (já morto) e Nicolas Maduro (sucessor de Chávez).
Da mesma forma, o ator afro-americano Dennis Glover, que apoia descaradamente a atual ditadura e repressão na Venezuela comandada pelo sucessor de Chávez, Nicolas Maduro, e venera explicitamente a Fidel Castro. Glover, do alto de seus quase 2 metros de altura, expulsou a socos e pontapés um franzino dissidente cubano da porta de sua mansão em Miami, que lhe implorava para que intercedesse junto à Fidel Castro para que ele obtivesse permissão de ver seu filho recém nascido em Cuba. 
Outro famoso que “baba” por Fidel e Che é o famoso jogador de futebol e ex-camisa 10 argentino, Diego Maradona. Talvez por ter sido Che, seu conterrâneo, mas pergunte ao Dieguito se ele estaria disposto a repartir sua pequena fortuna que acumulou jogando futebol e vendendo sua imagem pelo mundo afora com los hermanos mais necessitados de seu país. 
Os mal-intencionados ou mal informados tendem a comparar Tiradentes e Che Guevara a Jesus Cristo
O que é a força da propaganda, logo após o fuzilamento e morte de Che, ele ainda impressionava, pois uma testemunha chegou a declarar que ele estava parecendo com Jesus Cristo. Era que precisava para finalmente o mito ser criado, comparar o guerrilheiro cubano impiedoso e sanguinário com o nosso Senhor Jesus Cristo. Foi da mesma forma com o nosso inconfidente Tiradentes. Mas quem procurou se aprofundar na história verdadeira sabe muito bem que o nosso “mártir” mineiro, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi na verdade deixado pelos seus irmãos maçons com bode expiatório para proteger os verdadeiros “cabeças” da Inconfidência Mineira, pois na verdade não passava de um mestiço pobre e falastrão para seus “companheiros” conspiradores. Mas ele também foi comparado a Jesus Cristo, pois foi delatado às autoridades pelo companheiro “Judas” Joaquim Silvério dos Reis. O que resultou na sua prisão e enforcamento no Rio de Janeiro em 1792, tendo também o seu corpo esquartejado e exposto em postes na estrada que  ligava o Rio de Janeiro a Minas Gerais. Já o herói cubano foi capturado nas selvas da Bolívia numa situação semelhante a de Sadam Husseim no Iraque, entocado, abandonado, maltrapilho e assustado; chegando, inclusive, a pedir misericórdia para não ser morto aos seus captores, pois segundo ele, “valia mais vivo do que morto”. 
Butch Cassidy e Sundance Kid, uma dupla de bandidos norte-americanos que também não se deram bem na Bolívia, interpretados no cinema por Robert Redford de Paul Newman
A Bolívia realmente nunca foi um bom país para aventureiros, lembram-se de Butch Cassidy e The Sundance Kid? Uma dupla de assaltantes norte-americanos que se refugiaram para as montanhas da Bolívia e tentaram dar continuidade aos seus roubos  por lá até se acharem cercados por uma tropa do exército boliviano e serem mortos metralhados. A história concedeu duas vertentes para o triste desfecho de Butch e Sundance; uma versão heroica foi até encarnada por Paul Newman e Robert Redford para o cinema em 1969 (Butch Cassidy and the Sundance Kid) onde os dois amigos fiéis teriam sido mortos numa cidadezinha boliviana chamada San Vicente, na qual foram massacrados no cerco do exército boliviano após resistirem longa e bravamente. Na outra versão, histórica e menos romântica, Butch e Sundance, são surpreendidos e cercados por todos os lados, assim, quase sem munição e feridos, resolveram tomar uma medida extrema. Um deles deu um tiro de misericórdia no companheiro mortalmente ferido e em seguida se matou com um tiro na cabeça. De qualquer forma, dois assaltantes notórios foram tratados como heróis pela história e pela indústria de entretenimento. 
A imagem de líder revolucionário comunista romântico e idealista foi bem explorada pela mídia capitalista que faturou fortunas em filmes, documentários e livros que venderam uma imagem  de "bom moço" de Che Guevara.
Da mesma forma, a “indústria” soube absorver a imagem de herói revolucionário do comunista e inimigo nº 1 do capitalismo, Che Guevara, faturando milhões de dólares na reprodução de uma única foto do guerrilheiro tirada em meados da década de 1960, poucos anos antes de sua morte. A ironia, é que quem geralmente veste as camisetas com o rosto de Che, geralmente são adolescentes mimados e “filhinhos de papai”, “rebeldes sem causa”, estudantes doutrinados por professores comunistas e ainda “celebridades” mal informadas ou financiadas pela esquerda, tudo pelo simples prazer da polêmica, pois não lhes faltam nada mesmo e eles estão longe de querer partilhar seus bens preciosos com os menos favorecidos. Comunismo? Só no discurso e escutando os velhos discos de Chico numa mesa de bar!
Considerado como uma espécie de “Jesus Cristo” dos socialistas e comunistas, como se os pais (ateus) do regime Marxista-Leninista fossem cristãos, o argentino Ernesto “Che” Guevara que se dedicou à revolução (comunista) cubana é idolatrado por todo o mundo graças à mídia e ao sistema capitalista que ele tanto combateu. A comparação física com Jesus Cristo já é uma abominação, pois ninguém realmente soube qual era a aparência real do Salvador, mas comparar o caráter do Senhor Jesus Cristo com o de Che Guevara, aí já é demais! E muitos desconhecem a repugnância que Che tinha de Jesus Cristo e de qualquer religião, como um bom discípulo de Lenin que era. Vou, então, tentar descrever algumas características (não tão divulgadas) do líder guerrilheiro numa tentativa óbvia de desmistificar toda aquela falsa imagem de “mártir revolucionário” criada pelos livros socialistas de história nos últimos 50 anos.
Che Guevara era essencialmente um “aventureiro”, filho de pais (burgueses) simpatizantes do comunismo. Segundo o livro “O Verdadeiro Che Guevara e os Idiotas Úteis que o Idolatram” do cubano-americano Humberto Fontova, Che era totalmente averso a tudo que representava os “idiotas úteis”que sempre desprezou, como os líderes de minorias raciais, negros, hippies, jovens cabeludos e o rock, etc., pois era racista, patriarcal, déspota e arrogante.
O livro ainda fala sobre a incompetência de Che frente ao ministério da economia cubano após a vitória dos revolucionários, responsabilizando-o pela destruição da infraestrutura da ilha de Fidel, baixando dramaticamente a produção agrícola e levando ao colapso a indústria açucareira, culminando num caos e miséria a uma população antes orgulhosa e cristã que se viu submetida à ruína e ao poder totalitário do comunismo imposto por Castro e seus revolucionários, que antes prometiam com demagogia a democracia e igualdade para os pobres cubanos esperançosos. Com a ilha falida graças à má administração e ao embargo comercial internacional, Cuba passou a receber “mesadas” da União Soviética para se manter.
A verdade é que a revolução que derrubou o ditador Fulgencio Batista, em 1959, inicialmente não foi uma ação de comunistas, pois boa parte da liderança revolucionária e dos comandantes da guerrilha tinham como meta reinstaurar a democracia em Cuba, mas foram surpreendidos por um golpe comunista dentro da revolução e acabaram sendo presos, fuzilados ou deportados. E apesar de Batista ter sido considerado um ditador que fazia da ilha um quintal para os milionários capitalistas estrangeiros, Cuba tinha a quarta economia na América do Sul e praticamente não existiam analfabetos na ilha, sem falar que a medicina era uma das mais respeitadas da América Latina. Depois da revolução, passou a ser 24ª economia do continente sul-americano e a educação e medicina caíram em total descrédito, ao contrário do que é divulgado pelos simpatizantes socialistas.
Che Guevara era um dos líderes comunistas e representava a linha dura pró soviética, da mesma foram que Raul Castro, irmão de Fidel. Outro engano histórico é sobre a suposta capacidade militar estratégica  de Che, pois na verdade, segundo seus ex-companheiros, ele era imprudente e irracional em muitas situações de conflito armado. 
Che, segundo testemunhas, era implacável com seus opositores

A crueldade de Che Guevara contra presos políticos e opositores da revolução foi relatada por muitas testemunhas da época. Ele simplesmente poderia optar por atirar na cabeça de prisioneiro durante um interrogatório sem ao menos avisar, surpreendendo até seus próprios companheiros; há um relato sobre como ele mandou executar imediatamente um jovem de 15 anos que teria pichado um muro com dizeres contra Fidel Castro, apesar das súplicas de uma mãe desesperada. E toda essa frieza e crueldade foram camufladas pela famosa frase que lhe atribuíram “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás”. Uma frase criada e divulgada pela mídia esquerdista por todo o mundo. Não mais como esconder sobre “el paredón”, onde centenas de civis opositores do governo, comandantes e supostos agentes espiões do deposto Fulgencio Batista, eram fuzilados sob o comando de Che, sem julgamento.
Depois de todo esse estrago econômico e saguinolento, Fidel resolveu mandar Che “passear” em outras praias.
Fidel dando uma de "muy amigo"... e "ele acreditou..."
Segundo o cubano exilado na França, o ex-guerrilheiro Daniel Alarcón Ramírez, que sobreviveu ao exército boliviano e é conhecido também como “comandante Benigno”, Che, era, junto a Fidel, o homem mais popular de Cuba e o único que podia discordar dele e dizer o que pensava. Num tom de idolatria e saudosismo, o comandante Benigno ainda afirmava que Che era “o revolucionário mais inteligente de Cuba, brilhante, incorruptível e adorado pelo povo.” Assim era impossível “armar” mentiras sobre ele, prendê-lo, assassiná-lo ou simular um acidente. Assim Fidel teria instigado ao “ingênuo e sonhador” Che Guevara a lutar fora de Cuba. O comandante Benigno continua: “Em Abril de 1964, Guevara se reuniu com Fidel para dizer o que pensava dos rumos da revolução cuba e da dependência cada vez maior de Cuba em relação aos Soviéticos. A reunião durou 24 horas. Ninguém sabe o que foi dito, mas ao sair do encontro Che decidiu deixar Cuba. Ele não foi para o Congo cumprir uma missão de Fidel, mas sim porque não tinha alternativa. Sua lealdade a Fidel impedia que ele lhe fizesse oposição publicamente.” Hoje sabemos que a missão africana foi um fracasso e a experiência guerrilheira de Che Guevara tão celebrada, foi finalmente questionada. Che se meteu cegamente numa missão sem nenhuma organização ou preparo e sem alvos ou objetivos definidos, também por parte dos africanos a quem apoiaria. E de acordo com o depoimento de Benigno, antes de sua saída de Cuba, Fidel teria solicitado a Che que escrevesse uma carta que o livrasse diante dos soviéticos e não comprometesse Cuba em relação a missão no Congo. Na carta Che estaria se despedindo do povo cubano e renunciava à nacionalidade, aos cargos, títulos e tudo mais que tinha conquistado. A carta só seria divulgada ao povo cubano no caso da morte ou vitória de Guevara em algum país. Mas Fidel a divulgou antes, segundo Benigno: “Foi só Guevara virar as costas e Fidel divulgou a carta. Ele sabia exatamente o que estava fazendo. Nós não tínhamos percebido isso. Estávamos no Congo, ouvindo rádio e quase chorando de emoção com a carta que Fidel estava lendo quando Guevara, furioso, deu um chute no rádio e praguejou: ‘O culto da personalidade não acabou com Stalin.  Intencionalmente ou não, eu acabo de desaparecer da cena internacional.’ E foi sentar num canto, visivelmente abalado, sem falar com ninguém.”
Decepcionado e derrotado, Guevara retorna à ilha de Fidel, não tinha sido desta vez que “o comandante” teria se livrado de Che.
Mas não demorou muito e  Che foi direcionado à combater junto aos guerrilheiros da Bolívia. O serviço secreto de Fidel convenceu a Che que o Partido Comunista Boliviano (PCB) estava levantando um grande movimento revolucionário. O que Che não sabia era que o secretário-geral do PCB, Mario Monje, não queria saber de luta armada e nem de Che Guevara por lá, mas foi forçado a aceitar a colaboração de Che Guevara no movimento com a promessa de que assim que este chegasse a Bolívia, seria recebido por ele (o secretário-geral do PCB) e teria toda uma lojística à sua espera (comida, remédios, armas, contatos, comunicações, etc.). Mas o que Che e seus comandados encontraram foi um casebre no meio da selva sem nenhuma estrutura e suprimentos, com mapas imprecisos ou incorretos. Os membros da guerrilha que deveriam ser treinados por Guevara nunca apareceram assim como Mario Monje, que não deu as caras. Segundo o relato de Benigno a guerrilha do Che na Bolívia, rapidamente se revelou a crônica de uma morte anunciada: “Nossos esforços para entrar em contato com Cuba eram patéticos. Nós tentávamos, desesperadamente, pelo rádio ou através das pessoas que deveriam servir de agentes de ligação. Nada, nunca. Só quando o Che já estava na selva ele se deu conta de que caíra numa armadilha. Era evidente, mas ele não dizia nada a ninguém. Esse era um defeito dele, nunca ter discutido isso conosco, seus homens, que estavam lá arriscando a pele com ele. Alguns, que tinham feito parte dos serviços secretos e sabiam do que estavam falando, chegavam a dizer. “’Estávamos incomodando, eles nos mandaram para cá para se livrar de nós.’ Quando íamos muito longe nas críticas, o Che resmungava: ‘Vocês não acham melhor parar de falar tanta merda?’ e ia embora. O que era inconcebível, visto como ele era severo. Ele nos colocava de castigo por coisas bobas, imagine por estar questionando a revolução em voz alta. Isso nos dava a certeza de que ele esta de acordo, embora não admitisse em público. Foi fiel a Fidel até as últimas consequências, ao preço da própria vida, demonstrou lealdade absoluta, inclusive a quem o traiu e o enviou à morte”, completa Benigno emocionado. 
Che e seus soldados estavam isolados na selva boliviana, os agentes do serviço de informações cubano desapareceram e o único rádio de comunicação que tinham não funcionava direito e a uma certa altura, já haviam duas divisões do exército Boliviano no rastro dos guerrilheiros cubanos.
Che derrotado e aprisionado, feito um mendigo

Benigno estava fugindo do exército boliviano, quando entre 8 e 9 de outubro de 1967, estava a menos de 200 metros da escolinha do povoado de La Higuera, a quase 800 km de La Paz, local onde Che Guevara fora executado com outros guerrilheiros cubanos capturados. Che teria sido morto às 13 horas do dia 9 e seu corpo foi levado de helicóptero para Vallegrande e sepultado no dia 11 junto a outros guerrilheiros. 
O corpo de Che, após a execução, exibido pelo exército boliviano
Para finalizar a entrevista dada à revista IstoÉ em 1997, Benigno lamenta: “Depois de trair Guevara, de ser o responsável pela sua morte, Fidel Castro tenta ainda utilizar o cadáver do Che, como vem fazendo há 30 anos. Todo mundo já entendeu que cada vez que Fidel agita o retrato de Guevara é para obrigar o povo cubano a apertar mais o cinto...”

O bom velhinho Fidel Castro, o traidor de Che Guevara, e seu círculo eclético de amizades

Pois assim termina a história romântica dos ideais comunistas cubanos, uma tragédia recheada de sangue, mentira e traições pela simples conquista do poder autoritário às custas da ingenuidade e ignorância de um povo.

Che Guevara e um encontro emocionante (para ele) com o genocida chinês, Mao Tsé Tung

Reflitam agora sobre 15 frases proferidas pelo idolatrado e traído “mártir” revolucionário Che Guevara e tirem suas próprias conclusões:
01. “Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos!  Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!”
02. “O ódio cego contra o inimigo cria um impulso forte que quebra as fronteiras de naturais das limitações humanas, transformando o soldado em uma eficaz máquina de matar, seletiva e fria. Um povo sem ódio não pode triunfar contra o adversário. “
03. “Para mandar homens para o pelotão de fuzilamento, não é necessário nenhuma prova judicial … Estes procedimentos são um detalhe arcaico burguês. Esta é uma revolução!”
04. “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar motivado pelo puro ódio. Nós temos que criar a pedagogia do Paredão!” (O ‘paredão’ é uma referência para a parede onde os inimigos de Che eram posicionados para serem mortos por seus pelotões de fuzilamento).
05. “Eu não sou o Cristo ou um filantropo, velha senhora, eu sou totalmente o contrário de um Cristo … eu luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas à minha disposição e tento deixar o outro homem morto, de modo que eu não seja pregado numa cruz ou qualquer outro lugar.” Che Guevara estudou Lênin, admirou-o, e provavelmente leu também o seguinte discurso leninista: “É preciso lutar contra a religião, o marxismo é incondicionalmente ateu, decididamente hostil a qualquer religião”.
06. “Na verdade, se o próprio Cristo estivesse no meu caminho eu, como Nietzsche, não hesitaria em esmagá-lo como um verme.”
07. “Se qualquer pessoa tem qualquer coisa boa para dizer sobre o governo anterior, para mim é bom o suficiente matá-la.”
08. Che queria que o resultado da crise dos mísseis em Cuba fosse uma guerra atômica. “O que nós afirmamos é que devemos proceder ao longo do caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vítimas atômicas”.
09. “Deixe-me dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor.”
10. “É muito triste não ter amigos, mas é ainda mais triste não ter inimigos.”
11. Por que Che escreveu: “Dos países que visitamos, a Coréia do Norte é um dos mais extraordinários” ? Talvez ele tenha gostado da Guerra da Coréia provocada pelo governo do norte, na qual 500.000 pessoas morreram; talvez tenha admirado o grande expurgo interno promovido por Kim Il Sung ocorrido algum tempo antes de sua visita, no qual o líder coreano perseguiu e matou milhares de opositores do regime.
12. Por que Che disse: “Na China não se vê nenhum dos sintomas de miséria que se vêem em outros países” ? Deve ter-se referido ao "grande salto para frente" de Mao, projeto econômico na China, envolvendo entre outras coisas a coletivização forçada. O resultado do projeto foi a maior fome de toda a história. Mao chegou a exportar comida e impediu a aceitação de ajuda externa. Pereceram mais de dez milhões de chineses.
13. Che disse: “Cuba devia seguir o exemplo de desenvolvimento pacífico mostrado pela URSS”. O que era “desenvolvimento pacífico” para ele? O racionamento de comida feito por Lênin? O Gulag? Os expurgos de Stalin? A política anti-religiosa de Krushev? A burocracia corrupta de Brejnev? Os inúmeros massacres e perseguições que o Partido Comunista impôs aos soviéticos? Realmente, Cuba, a ilha-prisão, seguiu bastante o exemplo da URSS: corrupção, expurgos internos, assassinatos, repressão, campos de trabalho forçado (que Che ajudou a construir) etc. Mas o que mais caracterizou a revolução cubana foi o “Paredón”, em que Che teve participação ativa, principalmente em La Cabaña. Quantos ele matou lá? 300, 400?
14. “Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto.” Há quarenta anos, no dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia. Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo o que se refere à vida e à morte de Ernesto Che Guevara.
15. Capturado em La Higuera, Che estava ao lado dos corpos de dois cubanos. Segundo o agente da CIA, Felix Rodríguez, que lá chegou de helicóptero, ele sangrava de uma ferida na perna e era um homem totalmente arrasado, parecendo um mendigo. Ao saber da ordem para sua execução  Che ficou branco como um papel, mas disse suas últimas palavras: “É melhor assim. Eu nunca deveria ter sido capturado vivo. Diga a Fidel que esse fracasso não significa o fim da revolução, que logo ela triunfará em alguma parte da América Latina (Brasil, Venezuela, Argentina???). Diga a minha senhora que se case outra vez e trate de ser feliz.”
Che Guevara sendo condecorado no Brasil pelo Presidente Jânio Quadros em 18-08-1961. Poucos dias depois, em 25-08-1961, Jânio renunciava à Presidência do Brasil impulsionado por "forças misteriosas", segundo ele mesmo.

Mais dois falsos ídolos se quebram aos pés de seus adoradores anestesiados por mais de 50 anos de doutrinação socialista e comunista impostas nas escolas e grande mídia em todo o mundo.
OBS.: Partes desse texto são produtos de pesquisas em diversos sites especializados da internet e de trechos extraídos da revista IstoÉ (Edição de 08/10/1997).



Por Eumário J. Teixeira.