Já destaquei em artigo nesse blog uma situação semelhante, ou seja, uma música do passado que tinha tudo para ser sucesso quando lançada, mas que não vingou com sua banda original, tornando-se hit apenas anos mais tarde com outra banda ou intérprete. Citei o caso da belíssima “I Don´t Want To Talk About It”(1971) do Crazy Horse, grupo liderado por Danny Whitten que apoiava Neil Young em shows e discos. A música só estourou com Rod Stewart em 1975.
Desta vez relembro o sucesso “Without You” de autoria da banda inglesa Badfinger, que era simplesmente apadrinhada dos Beatles.
Na minha opinião a versão original que saiu no álbum No Dice (de 1970) é insuperável, mas quis o destino que a canção não escalasse as paradas de sucesso da época.
“Without You” foi escrita por Pete Ham e Tom Evans com produção de Geoff Emerick. A canção foi intitulada originariamente como “If It’s Love”, sendo que dois versos estavam prontos mas ainda faltava um refrão para causar impacto. Tom Evans cuidou disso e do refrão saiu o título definitivo, “Without You”. Na canção o personagem central declara “I can´t live, if living is without you”, ou seja, em português, “ Eu não posso viver, se viver for sem você”.
O vocal lamentoso de Ham que estava nos teclados, a intervenção sensível e na medida certa da guitarra de Holland no solo e mais o apoio nos vocais de Evans no refrão, fizeram da versão do Badfinger simplesmente primorosa.
Só que passou desapercebida esta pérola do pop-rock em 1970. Ironicamente um ano mais tarde, Harry Nilssom, um cantor e compositor de New York, a gravou. Sua versão tornou-se um single de sucesso, permanecendo em primeiro lugar da Billboard Hot 100 norte-americano por quatro semanas, de 19 de fevereiro a 18 de março de 1972. Nilsson ganhou um “Grammy” pela sua performance de vocalista-masculino-pop em 1973, graças a sua bem sucedida interpretação de “Whitout You” no álbum Nilsson Schimilsson. Recebeu também um disco de ouro pela RIAA dos EUA, por um milhão de cópias vendidas, além da indicação de melhor disco do ano.
Eu não tenho nada contra Nilssom, ele foi competente no que propôs a fazer pela música pop, mas a versão do Badfinger é infinitivamente superior!!!!!!!!
O sucesso de Nilsson graças ao gosto popular norte-americano e europeu levou a uma enxurrada de outras versões cada vez mais lamentáveis. Mas de qualquer maneira foi a música que mais rendeu royalties para Ham & Evans.
Outra versão, digamos, bastante popular, foi a de Mariah Carey, lançada em 1994 pouco depois de Harry Nilssom morrer de ataque cardíaco. A versão de Mariah tende para o estilo o gospel nos vocais de apoio. Ela certamente quis homenagear Nilssom, será que ela tinha ouvido falar do Badfinger? Creio que não.
Outras (arghhhh!!!) versões de Without You:
- Shirley Bassey, para o álbum And I Live You So, em 1972;
- Cilla Black, para o álbum Dauy By day With Cilla, em 1973;
- Billy Paul, para o álbum Let ‘Em In, em 1976 (não comprometeu!)
- Heart, para o álbum Magazine, em 1978;
- Air Supply para o álbum The Earth Is..., em 1991
- Tito Nieves, para o álbum I Like It Like That (versão arrghhh!!! Salsa), em 1997
- Orquestra Corinto, para o álbum Latinos en Salsa Tenerife, sob título “Sin Ti”, em 1996;
- Klasse Aparte, para o álbum Ti Del Pecado, versão adaptada (pasmem) de Sin Ti, em ritmo merengue, em 1998;
- Natalia, para o álbum This Time, na Bégica, em 2003;
- Jamily, para o álbum Conquistando o Impossível, versão chamada gospel com letra adaptada em “Usei a Fé”, em 2006;
- Michael Sweet, para o álbum Touched, em 2007
- Wander Wildner, especialmente para o filme “Houve uma vez dois Verões”, de Jorge Furtado;
- Calcinha Prêta, (mas que droga!!!!) numa versão abaianada que dizem que é forró...com o título adaptado para “Paulinha”, em 2007... êtaaahhhh Brasil !!!!
Pete Ham e Tom Evans estão se revirando nos respectivos túmulos por causa das infelizes versões, e que Deus tenha misericórdia deles, principalmente pelo que ambos fizeram com suas respectivas vidas.
Desta vez relembro o sucesso “Without You” de autoria da banda inglesa Badfinger, que era simplesmente apadrinhada dos Beatles.
Badfinger e o padrinho George Harrison |
“Without You” foi escrita por Pete Ham e Tom Evans com produção de Geoff Emerick. A canção foi intitulada originariamente como “If It’s Love”, sendo que dois versos estavam prontos mas ainda faltava um refrão para causar impacto. Tom Evans cuidou disso e do refrão saiu o título definitivo, “Without You”. Na canção o personagem central declara “I can´t live, if living is without you”, ou seja, em português, “ Eu não posso viver, se viver for sem você”.
Badfinger seriam os sucessores dos Beatles |
Só que passou desapercebida esta pérola do pop-rock em 1970. Ironicamente um ano mais tarde, Harry Nilssom, um cantor e compositor de New York, a gravou. Sua versão tornou-se um single de sucesso, permanecendo em primeiro lugar da Billboard Hot 100 norte-americano por quatro semanas, de 19 de fevereiro a 18 de março de 1972. Nilsson ganhou um “Grammy” pela sua performance de vocalista-masculino-pop em 1973, graças a sua bem sucedida interpretação de “Whitout You” no álbum Nilsson Schimilsson. Recebeu também um disco de ouro pela RIAA dos EUA, por um milhão de cópias vendidas, além da indicação de melhor disco do ano.
Eu não tenho nada contra Nilssom, ele foi competente no que propôs a fazer pela música pop, mas a versão do Badfinger é infinitivamente superior!!!!!!!!
O sucesso de Nilsson graças ao gosto popular norte-americano e europeu levou a uma enxurrada de outras versões cada vez mais lamentáveis. Mas de qualquer maneira foi a música que mais rendeu royalties para Ham & Evans.
Outra versão, digamos, bastante popular, foi a de Mariah Carey, lançada em 1994 pouco depois de Harry Nilssom morrer de ataque cardíaco. A versão de Mariah tende para o estilo o gospel nos vocais de apoio. Ela certamente quis homenagear Nilssom, será que ela tinha ouvido falar do Badfinger? Creio que não.
Outras (arghhhh!!!) versões de Without You:
- Shirley Bassey, para o álbum And I Live You So, em 1972;
- Cilla Black, para o álbum Dauy By day With Cilla, em 1973;
- Billy Paul, para o álbum Let ‘Em In, em 1976 (não comprometeu!)
- Heart, para o álbum Magazine, em 1978;
- Air Supply para o álbum The Earth Is..., em 1991
- Tito Nieves, para o álbum I Like It Like That (versão arrghhh!!! Salsa), em 1997
- Orquestra Corinto, para o álbum Latinos en Salsa Tenerife, sob título “Sin Ti”, em 1996;
- Klasse Aparte, para o álbum Ti Del Pecado, versão adaptada (pasmem) de Sin Ti, em ritmo merengue, em 1998;
- Natalia, para o álbum This Time, na Bégica, em 2003;
- Jamily, para o álbum Conquistando o Impossível, versão chamada gospel com letra adaptada em “Usei a Fé”, em 2006;
- Michael Sweet, para o álbum Touched, em 2007
- Wander Wildner, especialmente para o filme “Houve uma vez dois Verões”, de Jorge Furtado;
- Calcinha Prêta, (mas que droga!!!!) numa versão abaianada que dizem que é forró...com o título adaptado para “Paulinha”, em 2007... êtaaahhhh Brasil !!!!
Pete Ham e Tom Evans estão se revirando nos respectivos túmulos por causa das infelizes versões, e que Deus tenha misericórdia deles, principalmente pelo que ambos fizeram com suas respectivas vidas.
A capa do álbum No Dice de 1970, contendo o hit "Without You" |
Letra e tradução de Without You
Well, I can´t forget this evening
Bem, eu não posso esquecer dessa noite
And your face when you were leaving
E de seu rosto quando você me deixou
But I guess that´s just the way the story goes
Mas eu acho que é justamente o caminho que a história toma
Bem, eu não posso esquecer dessa noite
And your face when you were leaving
E de seu rosto quando você me deixou
But I guess that´s just the way the story goes
Mas eu acho que é justamente o caminho que a história toma
You always smile, but in your eyes your sorrow shows, yes it shows
Você sempre sorrindo, mas em seus olhos se via tristeza, sim, se via
Well, I can´t forget tomorrow
Bem, eu não posso esquecer amanhã
When I think of all my sorrow
Quando eu pensar de toda minha tristeza
I had you there, but then I let you go
Eu tive você lá, mas depois eu deixei você ir
Você sempre sorrindo, mas em seus olhos se via tristeza, sim, se via
Well, I can´t forget tomorrow
Bem, eu não posso esquecer amanhã
When I think of all my sorrow
Quando eu pensar de toda minha tristeza
I had you there, but then I let you go
Eu tive você lá, mas depois eu deixei você ir
And now it’s only fair that I should let you know
E agora é justo apenas que devo deixar você saber
E agora é justo apenas que devo deixar você saber
What you should Know
O que você deveria saber
CHORUS (refrão)
I can´t live, if living is without you
Eu não posso viver, se viver for sem você
O que você deveria saber
CHORUS (refrão)
I can´t live, if living is without you
Eu não posso viver, se viver for sem você
I can´t live, I can´t give anymore
Eu não posso viver, eu não posso viver mais
Eu não posso viver, eu não posso viver mais
I can´t live, if living is without you
Eu não posso viver, se viver for sem você
I can´t live, I can´t give anymore
Eu não posso viver, eu não posso viver mais
Eu não posso viver, se viver for sem você
I can´t live, I can´t give anymore
Eu não posso viver, eu não posso viver mais
Badfinger foi uma banda britânica de pop rock do final dos anos de 1960, era considerada uma das grandes promessas do rock na época. A banda foi apadrinhada pelos Beatles, sendo contratada pelo selo Apple dos fab-four. Badfinger gozou de um certo sucesso na Inglaterra como também nos EUA graças aos seus hits como “Dear Angie”; “Come And Get It” (composta para eles por Paul McCartney); “No Matter What”; ‘Day After Day”; “Baby Blue” ; “Get Down”; “Believe Me”; “Whitout You” e “Lay Me Down”. Mas a história da banda não foi pautada só por sucesso e fama, esse grupo de rock foi marcado para sempre pelas mortes trágicas de seus fundadores.
Em 1968, o grupo The Iveys, formado por Pete Ham (vocais, guitarra, piano), Tom Evans (vocais, baixo), Mike Gibbins (bateria) e Joey Molland (Vocais, guitarra), apresentou seu trabalho à Apple dos Beatles e foi contratado. Eles tinham muito em comum com os quatro rapazes de Liverpool, pois Joe Molland e Tom Evans também eram de lá, os vocais das bandas eram parecidos, sem falar na semelhança física entre Molland e Paul McCartney, e Pete Ham nos palcos chegava a lembrar um pouco John Lennon, apesar de não usar óculos. Foram convidados a fazer a trilha sonora do filme The Magic Christian (estrelado por Ringo Starr e pelo comediante Peter Sellers), na qual incluíram “Come And Get It”.
Em 1968, o grupo The Iveys, formado por Pete Ham (vocais, guitarra, piano), Tom Evans (vocais, baixo), Mike Gibbins (bateria) e Joey Molland (Vocais, guitarra), apresentou seu trabalho à Apple dos Beatles e foi contratado. Eles tinham muito em comum com os quatro rapazes de Liverpool, pois Joe Molland e Tom Evans também eram de lá, os vocais das bandas eram parecidos, sem falar na semelhança física entre Molland e Paul McCartney, e Pete Ham nos palcos chegava a lembrar um pouco John Lennon, apesar de não usar óculos. Foram convidados a fazer a trilha sonora do filme The Magic Christian (estrelado por Ringo Starr e pelo comediante Peter Sellers), na qual incluíram “Come And Get It”.
Magic Christian Music - 1970 |
Com o lançamento desta canção mudaram o nome da banda para Badfinger. A banda acompanhou George Harrison (pós beatles) no seu álbum clássico All Things Must Pass; John Lennon no álbum Imagine; participaram do álbum e show Concert for Bangladesh, e no single de Ringo Starr “It Don´t Come Easy”.
Logo depois saíram da Apple em circunstâncias não esclarecidas, alguns falam em má administração do selo e da produção sofrível de Mal Evans, assim acabaram assinando com a Warner e a partir daí é que as coisas pioraram.
Quando o empresário Stan Polley começou a tomar contas dos negócios do Badfinger, a coisa começou a cair, os membros começaram a se desentender e só Peter Ham parecia confiar na figura que já dava indícios de desvio do dinheirinho suado da banda, enquanto os músicos com suas respectivas famílias viviam modestamente numa única casa em comunidade. Com o acúmulo de muitos shows, gravações estressantes e trapalhadas de produtores e empresários, que viam o Badfinger como uma galinha de ovos de ouro, o nível de stress ficou insuportável. Peter Ham deixa a banda em 1974 mas retorna logo depois.
Logo depois saíram da Apple em circunstâncias não esclarecidas, alguns falam em má administração do selo e da produção sofrível de Mal Evans, assim acabaram assinando com a Warner e a partir daí é que as coisas pioraram.
Quando o empresário Stan Polley começou a tomar contas dos negócios do Badfinger, a coisa começou a cair, os membros começaram a se desentender e só Peter Ham parecia confiar na figura que já dava indícios de desvio do dinheirinho suado da banda, enquanto os músicos com suas respectivas famílias viviam modestamente numa única casa em comunidade. Com o acúmulo de muitos shows, gravações estressantes e trapalhadas de produtores e empresários, que viam o Badfinger como uma galinha de ovos de ouro, o nível de stress ficou insuportável. Peter Ham deixa a banda em 1974 mas retorna logo depois.
Straight Up - 1971 |
Joey Molland abandona o barco no final do mesmo ano. Mas como as vendas não melhoraram por problemas contratuais, estratégicos, etc., a Warner cancelou o contrato com a banda. A gota d’água para Peter Ham foi saber que seu empresário de confiança fugiu com todo o dinheiro da banda. Bastante deprimido, Ham suicidou-se em 24 de abril de 1975 por enforcamento em sua própria casa, deixando um bilhete de desculpas pela situação financeira desastrosa. A morte de Ham decretou o fim agonizante da banda que prometia ser a melhor depois do surgimento dos Beatles.
Badfinger - 1974 |
Anos depois, Tom Evans e Joey Molland entraram numa disputa pelos direitos de ressuscitar o Badfinger. O desgaste entre os dois ex-parceiros levou Evans a um profundo estado de depressão e a cometer suicídio em 19 de novembro de 1983, enforcando-se no quintal de sua casa.
Em 04 de outubro de 2005, Mike Gibbins morreu de causas Naturais.
Joey Molland até pouco tempo excursionava com o Joe Molland’s Badfinger, tentando manter na memória dos fãs a chama quase mística do Badfinger.
Em 04 de outubro de 2005, Mike Gibbins morreu de causas Naturais.
Joey Molland até pouco tempo excursionava com o Joe Molland’s Badfinger, tentando manter na memória dos fãs a chama quase mística do Badfinger.
Curiosidades
• A nota de suicídio deixada por Pete Ham dizia, entre outras coisas (em uma tradução livre), o seguinte: "Annie (a namorada), eu te amo. Blair (o filho), eu te amo. Eu não me permitirei amar nem confiar em ninguém. Assim é melhor. Pete. P.S. Stan Polley é um bastardo sem alma. Eu o levarei comigo".
Pete Ham |
• A filha de Pete Ham nasceu exatamente um mês após seu pai ter se matado. Seu nome é Petera Ham.
• Quando cometeu suicídio, Tom Evans foi encontrado por seu filho que, ao ver a cena, correu para cozinha e disse à mãe que havia encontrado um homem muito parecido com o pai pendurado na árvore do quintal.
Tom Evans |
• Ao contrário de Ham, Evans não deixou um bilhete justificando seu suicídio.
Discografia
The Iveys
• Maybe Tomorrow - 1968
Badfinger
• Magic Christian Music - 1970 (bom álbum de estréia)
• No Dice – 1970 (ótimo, cheio de hits e o meu preferido)
• Straight Up - 1971 (muito bom e vendeu bem, parecia com o som final dos Beatles)
• Ass - 1973 (o ultimo pela Apple, considerado fraco)
• Wish You Were Here – 1974 (pela Warner e considerado um dos melhores trabalhos)
• Badfinger - 1974 (razoável, mas que obteve boas vendas)
• Airwawes - 1979 (não compromete, mas mas não vendeu bem)
• Say No More - 1981 (fracasso total, sem turnê de divulgação)
• Day After Day - 1990 (gravação ao vivo de 1974)
• Without You: The Tragic History Of Badfinger – 1997 (livro e documentário sob supervisão de Joey Molland)
• BBC In concert - 1997 (com apresentações da banda na rádio londrina em 1972 e 1973)
• Head First – 2000 (sem Joey Molland e gravado em 1974 com Pete Ham assumindo as guitarras, ficou na geladeira por 25 anos e é muito bom).
• No Dice – 1970 (ótimo, cheio de hits e o meu preferido)
• Straight Up - 1971 (muito bom e vendeu bem, parecia com o som final dos Beatles)
• Ass - 1973 (o ultimo pela Apple, considerado fraco)
• Wish You Were Here – 1974 (pela Warner e considerado um dos melhores trabalhos)
• Badfinger - 1974 (razoável, mas que obteve boas vendas)
• Airwawes - 1979 (não compromete, mas mas não vendeu bem)
• Say No More - 1981 (fracasso total, sem turnê de divulgação)
• Day After Day - 1990 (gravação ao vivo de 1974)
• Without You: The Tragic History Of Badfinger – 1997 (livro e documentário sob supervisão de Joey Molland)
• BBC In concert - 1997 (com apresentações da banda na rádio londrina em 1972 e 1973)
• Head First – 2000 (sem Joey Molland e gravado em 1974 com Pete Ham assumindo as guitarras, ficou na geladeira por 25 anos e é muito bom).
Eis o link do youtube para você curtir "Whitout You" do Badfinger: http://www.youtube.com/watch?v=PyBS_1vGwpU
Por Eumário J. Teixeira.