25 de fev. de 2012

PROMETHEUS - IDOLATRIA, REBELDIA E MALDIÇÃO

Nunca fui um bom estudante, mas já nos tempos da escola primária eu já tinha a leitura como hábito, não me interessava tanto os livros de ciências ou matemática, mas sim os que tratassem de história antiga da humanidade, principalmente se neles encontrasse algo sobre os mitos de deuses gregos e romanos. Algum tempo depois eu viria a descobrir a relação direta entre tais deuses e os super-heróis das histórias em quadrinhos que eu também apreciava.
Hermes, Mercúrio, ou melhor, The Flash
Um exemplo: O deus grego Hermes (Mercúrio para os romanos), era o mensageiro de Zeus (deus dos deuses gregos), ou Júpiter, na versão romana. Hermes que era conhecido por sua rapidez, era também relacionado ao mercado, lucro e comércio, e serviu de inspiração para os criadores do super-herói dos quadrinhos norte-americanos, The Flash.
Um hábito que desenvolvi precocemente foi o de desenhar, alguns dizem que é dom, mas de qualquer forma desenvolvi tal habilidade copiando personagens das histórias em quadrinhos e figuras dos deuses mitológicos destacadas nos livros escolares ou em enciclopédias.
Juntando a tudo isso, tinham os filmes de Hollywood e as séries de TV que me fizeram desenvolver um bom senso de estética e olho clínico para apreciar os traços perfeitos de uma figura humana bem acabada.
Eu na minha ingênua ambição procurava alcançar dentro das minhas limitações no desenho a perfeição inigualável alcançada por Michelangelo na sua concepção de Davi ou na retratação de Mona Lisa por Leonardo Da Vinci, por exemplo.
Well, the time is gone..., hoje já não desenho mais, perdi a paixão pelos traços a lápis, mas ainda aprecio a boa arte em geral retratada num belo quadro, escultura, música, filme, etc.  


O fisiculturista Steve Reeves ou Hércules
Por falar em filmes, na minha meninice eu costumava assistir na TV, os filmes produzidos na década de 1950 sobre o semi-deus Hércules, que era interpretado pelo ator e fisiculturista o norte-americano Steve Reeves; seu físico era impressionante e eu queria ser como ele quando crescesse. Mas aí surgiu o “deus das artes marciais” Bruce Lee na minha pré-adolescência, então tive a certeza de que o ser humano poderia perfeitamente ser uma representação máxima da graça estética e atlética.
Bruce Lee esculpiu em si mesmo às custas de muito trabalho e suor, um corpo quase perfeito, se tornando um ídolo adorado mundialmente por todos os amantes das artes marciais e do fisiculturismo. Lee faleceu precocemente em 1973 aos 32 anos em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas, mas sua obsessão pela perfeição física e técnica era conhecida por todos que o rodeavam, e esta busca pela própria superação pode o ter levado a um colapso fatal. Na superstição chinesa, Lee teria nascido no ano do dragão (1940), e por ser chamado carinhosamente de “pequeno dragão” pela família e fãs desde cedo e ter alcançado muita fama com seus filmes, teria despertado ciúmes dos “deuses” que acabaram por lhe tirar a vida. E olha que o mitológico dragão para os chineses é um deus considerado benéfico e é muito adorado.
Está em Lucas 12:34 : “Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração.” Eu tentei seguir os passos de Bruce Lee na minha juventude, cheguei a pensar que poderia ser como ele, treinei karatê, tentava imitá-lo, mas a vida me levou para outro caminho, ou melhor, Deus me desviou do caminho da idolatria. 

O físico esculpido de Bruce Lee
É claro que ainda admiro Bruce Lee como artista marcial e como um homem que enfrentou preconceitos e barreiras na América por ser de origem chinesa; respeito-o pelo que almejou e conquistou, mas ele era um ser humano atormentado por superstições e maldições hereditárias dos pais orientais que se chocavam constantemente com a também nociva cultura humanista ocidental.
Mas meu olho clínico para a estética ainda estava ativo e alguns anos atrás uma figura belíssima retratada numa revista de curiosidades me chamou a atenção instantaneamente. Era uma estátua dourada de um daqueles “deuses” da mitologia grega postada em frente ao complexo financeiro dos Rockefellers, no centro de Nova York. Ao ver a perfeição daquela figura e sua postura, algo me pareceu familiar, ela me lembrava alguém. Quem? Bruce Lee, é claro!
Logo pensei, eles plagiaram ou se inspiraram em Lee para esculpir tal estátua. A figura esculpida representa justamente Bruce Lee em seus famosos chutes voadores. É incrível a semelhança, ao menos para mim. E isso me perturbou, como eles podem simplesmente copiar Lee sem ao menos dar-lhe crédito? E o porquê do monumento neste lugar?
Fui então à procura de respostas e achei. A estátua foi feita em 1934, seis anos antes de Bruce Lee nascer, pelo artista Paul Manship (1885-1966), presume-se então que quem “copiou” algo aqui foi o próprio Bruce Lee quase 40 anos após a inauguração do monumento.

Paul Manship esculpiu Prometeu
A estátua dourada e feita de bronze é circundada por um anel com os 12 símbolos do zodíaco e está acima de uma fonte de água que jorra sem parar, pode ser vista de frente para a pista de patinação mais famosa do mundo, local também onde colocam uma enorme árvore para as comemorações de natal, que costuma ser exibida regularmente em filmes de Hollywood; tudo isso a frente de um complexo de 19 edifícios comerciais situado entre a 5ª e 7ª avenidas, em Nova York. 
A estátua de Prometeu em 1934


A imensa figura dourada representa Prometeu (ou Prometheus), “aquele que pensa antes”, um Titã que tentou enganar a Zeus e provocou a sua ira por sua simpatia aos seres humanos, e que segundo a mitologia grega, teve como punição ser preso a uma rocha e seu fígado comido por uma grande águia; sendo que o titã imortal tinha o seu órgão regenerado no dia seguinte para a ave de rapina tornar a comê-lo, o que causaria a Prometeu um tormento eterno; e assim seria se ele não fosse libertado por Hércules que matou a águia e o livrou das correntes.
Mas onde entra a idolatria nessa história? É simples, a família Rockefeller é considerada uma das 13 mais influentes e poderosas do mundo industrial e bancário, sua influência abrange os mais variados setores, passando pela economia, comércio, artes, mídia em geral, religião e política. Sobre o patriarca John D. Rockefeller (1839-1937) já foi dito: “Deus fez o mundo, mas John Rockefeller que o organizou”; a família Rockefeller é a mais odiada dos Estados Unidos pelo seu histórico de conquistas inicialmente no mercado do petróleo, às custas de corrupção de juízes e políticos, chantagem, espionagem industrial, sabotagem e violência. John Rockfeller fundou em 1870 aos 31 anos de idade a Standard Oil Company padronizando o mercado do petróleo nos Estados Unidos ligando o refino, transporte e comercialização à produção do combustível. 

John D. Rockfeller

Em poucos anos Rockefeller já havia incorporado mais 70 empresas à Standard Oil formando seu império petrolífero. Quem está atualmente no comando dos negócios é o já idoso David Rockefeller (nascido em 1915).
A estátua de Prometeu bem em frente do complexo de prédios tem um simbolismo oculto pouco divulgado. De acordo com a mitologia grega Prometeu se rebelou contra Zeus e roubou o fogo dos deuses trazendo-o aos homens que ele mesmo criou a partir da argila e da água; deu-lhes também o conhecimento da agricultura, pesca, comércio, profecia, astronomia e de tudo que levou ao desenvolvimento da humanidade na independência de Zeus.
Por trás da estátua na praça do Rockefeller Center está escrito: “Prometeu professor, em qualquer outra arte, trouxe o fogo que tem provado aos mortais, um meio para fins poderosos.”
Prometeu seria o “portador do fogo”, e ao trazê-lo para humanidade, ele habilitou os seres humanos a desfrutar das “coisas divinas” e até lhes permitiu se tornar deuses. Por isso Prometeu é especialmente cultuado nas sociedades secretas, ele representa o máximo do conhecimento das escolas do saber oculto e a ascensão do homem à divindade e a imortalidade por seus próprios meios. O ato de “carregar a tocha” simboliza que o homem tem consciência de sua “centelha divina” e, portanto, pode aspirar a se tornar um deus.

Prometeu e o Rockfeller Center
A elite do mundo compartilha tais ensinamentos e crenças de origem nas irmandades Maçonaria, Rosa-Cruz e Illuminati. Por isso, a tocha de Prometeu que ilumina a mente humana é frequentemente encontrada no simbolismo da elite ocultista.
Da mesma forma, a tocha pode ser vista na Estátua da Liberdade em Nova York, dada de presente à cidade por um maçom francês; como também é o principal símbolo dos jogos olímpicos, pois sua passagem por diversos países ao ser carregado por um atleta de renome nacional (representando Prometeu) até chegar à sede dos jogos, significa que o “fogo da tocha” ou a “luz” está acessível a qualquer mortal. Um verdadeiro ritual de rebeldia pagão.
Não se esqueçam que neste ano teremos as olimpíadas de Londres 2012, prestem atenção na festa de abertura e a todo simbolismo pagão que será exposto.
Ora, está bem claro aqui que os Rockfellers fizeram uma apologia à Lúcifer, o anjo caído, que se tornou Satanás ao se rebelar contra o Deus único e verdadeiro e que tentou à Eva e esta a Adão, oferecendo-lhes o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal e prometendo-lhes a independência de Deus. Por conseqüência dessa rebelião resultou para toda a humanidade a condenação ao fogo eterno.
Os Rockefellers simplesmente usaram a imagem de Prometeu para disfarçar sua adoração e idolatria à rebeldia do inimigo de Deus e da humanidade, Satanás. E milhares de turistas patinam e dançam aos pés de Prometeu anualmente sem saber que estão homenageando a um ídolo pagão e diabólico.

O anjo caído ou Satanás

Os Rockfellers são também conhecidos pela sua relação com o governo vigente da Nova Ordem Mundial e seus simbolismos estão evidentes no próprio complexo financeiro.
Além da estátua de Prometeu estão outras imagens: a de um homem e de uma mulher que representam criação da raça humana pelo titã rebelde; e a do gigante Atlas, condenado por Zeus a sustentar os céus por toda a eternidade, sendo que a enorme figura está numa posição tal como a de Jesus carregando a cruz com os braços abertos, justamente de frente para a igreja de Saint Patrick.
Há também no alto do topo da entrada, uma imagem em relevo de um velho barbudo segurando um enorme compasso apontado para baixo, uma clara referência ao deus maçônico GADU (grande arquiteto do universo); e outro relevo com espadas e um arado na parede com as citações do livro de Isaías 2:4, logo abaixo.
Vigiem e façam um auto-exame, o que realmente é importante para você atualmente, onde está o seu coração, no seu emprego, em alguma festividade pagã, em algum ídolo global do esporte ou da música imposto pela mídia, num falso profeta, ou em Deus?

O deus G A D U  maçonico, com o compasso
Êxodo 20:1-6: “Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, em nas águas debaixo da terra. Não te curvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.”
Prometeu, uma adoração disfarçada à rebeldia de Lúcifer

Ainda em tempo: Será lançado em junho de 2012 um filme de Ridley Scott que possivelmente será intitulado “Prometheus”. Tudo indica, mas não está confirmado, que será uma versão de ficção científica sobre o mítico Prometeu. Basicamente o enredo seria que na Terra em 2058, pesquisadores descobrem evidências de uma civilização extraterrestre que seriam os responsáveis pela criação dos seres humanos e indícios de sua localização no espaço. Uma missão da Terra parte em seguida para encontrar com os “deuses-ets” criadores. O filme será uma forma disfarçada de adoração ao ídolo pagão grego, vamos aguardar.

Por Eumário J. Teixeira.

2 de fev. de 2012

TOKUSATSU : De Godzilla a Ultraseven

A Saga dos Super-heróis japoneses - Tokusatsu é uma abreviatura de um termo japonês "tokushu satsuei" que significa 'efeitos especiais' e que é comumente usado para identificar um gênero específico de séries saudosas da TV japonesa recheadas de super-heróis extraterrestres e monstros gigantescos e bizarros que destruíam cidades inteiras na terra (principalmente Tóquio) em confrontos épicos.
A obsessão dos japoneses pelos monstros imensos que soltavam raios pelas mandíbulas e antenas trazendo uma imensa destruição, tem uma origem muito antes do imaginado.
O povo japonês tem mantido por séculos, ainda que inconscientemente, a tradição do temor e respeito pela força criadora e ao mesmo tempo destruidora da natureza; certamente uma influência do Xintoísmo, religião oficial do país desde 1868, um conjunto de seitas, cultos e ritos com o propósito de adorar deuses e energias divinas que habitam todas as coisas, animadas ou inanimadas e que também justificaria a existência do Imperador e da família real.
Tudo isso somado ao fato de que o Japão é formado por quatro grandes ilhas montanhosas e mais de 3.000 pequenas ilhas localizadas numa área de freqüentes furações que sofrem paralelamente com terremotos e erupções vulcânicas por estar posicionado nos limites da placa tectônica euroasiática, explica em parte a crença em monstros gigantes oriundos das profundezas da terra que seriam na maioria das vezes os responsáveis por tantos desastres naturais nas terras nipônicas.
Uma outra hipótese para a fixação dos japoneses para com os “dinos gigantes” seria ao de uma possível projeção ao passado recente, o terror causado pela destruição das bombas atômicas em 1945 que ainda atormentam o povo japonês, um monstro feroz e impiedoso para os sobreviventes das cidades de Hiroshima e Nagasaki que selou o fim da Segunda Grande Guerra Mundial. Até hoje as conseqüências das explosões das duas bombas atômicas deixam suas seqüelas expostas.
Quem se esqueceu do terremoto de 8,9 graus que atingiu a costa nordeste do Japão provocando uma tsunami no Pacífico e que deixou milhares de mortos e ainda causou um desastre nuclear em Fukushima em 11 de março de 2011?
Creio que a forma que os japoneses encontraram para exorcizarem popularmente tais demônios foi criando monstros e super-heróis fictícios, dando origem assim ao monstro mais famoso de todos os tempos, o monstro do bem, Godzilla! Em seguida vieram os siuper-heróis como Robô-Gigante, Spectreman, Ultra Man e Ultra Seven, para combater alguns monstros não tão amigáveis e outras ameaças extra-terrestres. O saudoso National Kid não ficará de fora desse pequeno resumo sobre a origem desses personagens da TV japonesa que tanto me impressionaram em meados da década de 1970 e que por certo conquistaram o mundo. Espero que gostem.

Godzilla, o rei dos monstros
Godzilla – É considerado o rei dos monstros e o lagarto gigante mais cultuado do mundo. No original em japonês, é chamado Gojira. O primeiro filme de Godzilla (deus Zilla) foi produzido em 1954 pela Toho Film Company Ltda. O filme “Godzilla” deu prosseguimento a mais de 30 películas com expressivo sucesso. Godzilla foi criado pelo produtor Tomoyuki Tanaka em parceria como o diretor Ishiro Honda, do mestre dos efeitos especiais Eiji Tsuburaya e do compositor Akira Ifukube.
A criação de Godzilla tem relação com o mêdo do povo japonês das armas nucleares. A própria origem do personagem e monstro se dá por meio de um acidente nuclear. Godzilla, um animal pré-histórico com escamas cinzas e ásperas, tem uma cauda poderosa, um corpo de tiranossauro, com braços longos de iguanodonte e barbatanas dorsais de estegossauro, foi despertado do fundo do mar por um acidente nuclear, que lhe causou uma transmutação devida a radiação liberada lhe atribuindo grande tamanho e poderes incríveis, como voar, lançar raios, etc. O rei dos monstros tem um gênio difícil, às vezes age como vilão em ataques à cidades no Japão sem motivo aparente, noutras aparece para defender as mesmas cidades dos monstros extra-terrestres. Sua imensa popularidade lhe rendeu uma série para TV ainda na segunda metade da década de 1950. Godzilla é o marco da criação no cinema sobre monstros gigantes, no Japão chamados como kaiju.
Godzilla contra um dragão de três cabeças
A técnica utilizada nos filmes de Godzilla é conhecida como “suimation”. O responsável pela performance do lagarto gigante veste uma fantasia de látex aprova de fogo, com orifícios no pescoço que facilitam a visão do ator. Certos dispositivos instalados dentro do traje facilitam a movimentação da cabeça independentemente do seu tamanho, e os dentes da criatura geralmente são feitos de madeira e resina. Fios de naylon controlados por assistentes davam movimentação à imensa cauda de Godzilla. O famoso rugido do monstro era nada menos que o som de um contrabaixo tocado por Akira Ifukube com um objeto de borracha.
Se os norte-americanos tinham King-Kong, os japoneses tinham Godzilla, o encontro entre os dois gigantes acabou acontecendo em 1962 no filme da Toho denominado King Kong vs. Godzilla (Kingukongu Tai Gojira). E os gringos acabaram por se render ao poder de Godzilla apresentando-o ao consumidor norte-americano de quadrinhos pela Marvel sob os cuidados de Doug Moench na década de1970; numa versão para os desenhos animados pela Hanna-Barbera e mais recentemente em filme de 1998 pela Tri-Star numa versão americanizada que não agradou muito os fãs do Gojira original.
National Kid – National Kid (Nashonaru Kiddo), foi um dos primeiros super-heróis da juventude japonesa exibida de 1961 a 1962. A série de televisão produzida pela Toei Company. O interessante é que o herói foi criado com a finalidade de promover os produtos eletrodomésticos da National Eletronic Inc., atual Panasonic.
O criador de National Kid foi Daiji Kazumine. As características do super-herói seriam principalmente o poder de voar e defender a paz no mundo e, é claro, levar de carona o nome da empresa. Seria uma resposta ao Super-Man norte americano? Talvez, pois na abertura dos episódios o locutor bradava:
“Mais rápido que os aviões a jato, mais forte que o aço! Super herói invencível, cavaleiro da paz e da justiça...National Kid!”
O personagem teria vindo de Andrômeda seguindo uma grande nave espacial que se dirigia para a Terra sob o comando dos Incas, que habitavam o planeta Vênus. Os Incas estariam querendo obter o conhecimento sobre a bomba atômica desenvolvida pelos humanos. Olha aí o tema nuclear aterrorizando os japoneses novamente!
Assim National Kid, preocupado com o destino dos terráqueos resolve intervir nos ataques dos Incas venusianos, valendo-se de seus poderes, suas duas pistolas de raios e de sua capacidade de voar com os braços abertos, diferentemente do Super-Homem. National tinha um uniforme com um design duvidoso, quase infantil, com capacete, máscara, capa, luva e um grande “N” estampado no peito. Ele tinha uma identidade secreta também para poder circular pelas ruas sem ser perturbado, se passando por Massao Hata.
No início da série o super-herói foi representado pelo ator Ichiro Kojima que foi substituído a partir do episódio “O Império Subterrâneo” por Shiutaro Tatsumi. Uma característica da série National Kid, eram as lutas, verdadeiras danças, que pode ter originado as lutas coreografadas de artes marciais vistas a partir de então nos filmes e seriados do gênero.
Uma curiosidade interessante: National Kid foi exibido no Brasil de 1964 até o início da década de 1970 pela TV Rio, Record e Globo. A sua exibição teria sido interrompida pelo Ministro da Justiça em plena ditadura militar, Alfredo Buzaid, que censurou todas as séries que tinham super-heróis voadores. Seria o temor de se associar o vôo livre com a liberdade de expressão?
Robô Gigante, o jovem Kusama e a Unicorn
Robô Gigante – Inicialmente criado por Mitsuteru Yokayama para os quadrinhos, o Robô Gigante também sua versão para a televisão produzida pela Toei Company a partir de 1967. O responsável pelos efeitos especiais era Nobuo Yajima.
O ator mirim Mitsunobu Kaneko teve grande destaque na série interpretando um garoto chamado Daisaku Kusama que podia acionar o Robô Gigante que tinha feições de uma esfinge, através de um relógio de pulso. O robô teve a voz do menino registrada em sua memória por acidente, assim o jovem Daisaku era o único capaz de acioná-lo.
O vilão da série era um monstro chamado Imperador Guilhotina, líder da organização BF (Big Fire) composta de cientistas maléficos, soldados, monstros e máquinas de guerra que tinha como objetivo dominar a Terra.
Para combater a ameaça foi formado um grupo paramilitar, a Unicorn, liderada pelo chefe Azuma. Daisaku é convidado e aceita participar da Unicorn atendendo pelo codinome U-7.
O Robô Gigante era capaz de voar e tinha um arsenal a sua disposição, como raios laser emitidos pelos olhos, lança-chamas pela boca, mísseis pela ponta dos dedos e seu mais poderoso golpe, o Soco de 1 Megaton, no qual seu braço se deslocava e atingia o alvo e voltava para o robô.
A série foi exibida no Brasil pela extinta TV Tupi e pela TV Record em meados da década de 1970.
Spectreman contra Dr. Gori e Karas
Spectreman – Outra série do gênero tokusatsu, foi produzida pela P-Productions (Pioneer Productions) começou a ser exibida a partir de 1971 na televisão japonesa. Spectreman (Supekutoruman) era um andróide que lutava contra o terrível gênio simióide (homem-macaco) Gori e seu comparsa, também semióide, Karas, originários do planeta Épsilon, na constelação de Sagitário.
Spectreman foi criação de Souji Ushio (pseudônimo de Tomio Sagisu) presidente P-Productions. Uma característica da série era fazer com que o telespectador refletisse na época sobre os possíveis danos à natureza e aos seres humanos causados pela poluição descontrolada. Para se ter uma idéia, a matéria prima usada pelo Dr. Gori para criar os seus monstros era o lixo. Vejam só o que se ouvia na abertura dos episódios:
“Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como em todas as metrópoles deste planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. E apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode chegar um dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? Spectreman!”
Spectreman assumia sua forma terráquea com o nome de Kenji, no qual transitava normalmente entre os humanos para realizar suas investigações a serviço dos Dominantes, que eram habitantes de Nebula 71, um planetóide que navegava livremente pelo espaço e era membro da Federação Universal, que tinha por missão proteger os planetas subdesenvolvidos (êta nós!) da destruição prematura por causas internas ou externas. Sob a autorização dos dominantes Kenji se transformava em Spectreman para enfrentar monstros e outras ameaças lançadas pelo Dr. Gori.
As principais armas de Spectreman eram o Spectre-flash, disparado pelas mãos ou pulso, geralmente no golpe final; o Shuriken, estrelas do tipo ninja guardadas no cinto com alto poder cortante; Spectre-blades, afiadas lâminas retráteis localizadas no ante-braço; Spectre-sword & Shield, espada e escudo enviados pela Nebula 71 quando solicitados; e Spectre-gun, espécie de super revólver também envidado pela Nebula 71, quando solicitado, é claro.
Outra característica de Spectreman é que ele podia assumir qualquer tamanho, pequeno como de um ser humano normal, ou mesmo gigante e maior que a maioria dos prédios, para enfrentar os monstros que invadiam Tóquio.
O karateka Tetsuo Narikawa fazia o Spectreman
O ator Tetsuo Narikawa, que interpretava o personagem Kenji, era na verdade um Karateca experiente, mas seus dotes de lutador não foram muito explorados pelos produtores da série. Após abandonar a carreira de ator, Narikawa ministrou aulas de Karatê no Japão até seu falecimento em 1º de janeiro de 2010, aos 65 anos, vítima de câncer nos pulmões. Narikawa era fundador e presidente da liga nacional japonesa de Karatê Seidokai Gensei-ryu.
Outras curiosidades: os personagens de vilões Dr. Gori e Karas (semióides) teriam sido inspirados no filme Planeta dos Macacos, clássico da ficção científica produzido em Hollywood no final da década de 1960.
Os feitos especiais estavam sob a responsabilidade dos técnicos Tetsu Matoba, Takeo Sakai, NobuoYajima e Koichi Ishiguro. A equipe inicialmente teve que improvisar bastante, para se ter uma idéia, as cidades cenográficas eram feitas de isopor branco e materiais diversos pintados de cinza, já que tudo era filmado em preto e branco mesmo. Outra dificuldade era com as explosões durante as destruições dos prédios, que eram feitas artesanalmente com álcool pegando fogo. Os veículos eram de brinquedo, réplicas de automóveis e caminhões que eram queimados nas cenas de destruição. Os aviões também eram de plástico, assim como os bonecos de Spectreman, seguros por cordas de nylon que davam uma impressão de vôo.
Os raios desferidos por Spectreman, monstros e armas eram obtidos através da técnica de raspagem dos negativos quadro por quadro. Às vezes o recurso era abandonado e só se ouvia o som emitido pelos raios destruidores.
No Brasil a exibição de Spectreman foi feita pela TV Record no final da década de 1970 e reprisado pelo SBT em 1986.
Goldar, Silvar, Gam e Matuzen
Vingadores do Espaço – Outra série do gênero tokusatsu e uma das minhas favoritas, Vingadores do Espaço (Maguma Taishi) obteve grande sucesso no Japão. Foi a primeira série de TV em cores exibida no país (aqui no Brasil em preto e branco). Os personagens inicialmente criados para mangá (quadrinhos japoneses) por Osamu Tezuka, foram adaptados para a TV por Tomio Sagisu da P-Productions. O seriado teve seu primeiro episódio exibido na TV Fuji em 1966.
A série mostra que a Terra está prestes a ser invadida pelo alienígena Rodak, Aliás, um dos vilões mais feios que já pintou nas telinhas de TV. Seu visual era um mistura de vampiro de filmes “B” e Elza Soares (depois das mil plásticas). Rodak tinha o hábito de colecionar planetas e contava com seus monstros de estimação para conseguir seu propósito.
Nossa sorte era que o sábio ancião Matuzen do planeta ZFS, residente no interior de um vulcão no Monte Olimpo, enviou para a nossa defesa, os robôs Goldar (dourado), sua esposa Silvar (prateada) e o filho do casal, Gam. Os três se transformavam em foguetes quando precisavam se deslocar a grandes distâncias e possuíam um grande poder de fogo. Quando foguetes emitiam raios, quando robôs emitiam raios gama e mísseis por uma abertura no tórax. Mas só Goldar encarava o corpo a corpo com os monstros gigantes. Goldar podia se apresentar também no tamanho humano.
Goldar enfrenta Rodak e seus monstros
Os aliados de Goldar, Silvar e Gam aqui na Terra eram o jornalista Tom Mura e seu filho Miko, que fez grande amizade com Gam. Inclusive os dois jovens frequentemente trombavam de frente com os incansáveis homens-espuma, seres sem rosto de forma humanóide vestidos com malha e máscara negras que derretiam ao ser derrotados por Gam e Miko na base de golpes de karate e judô. Miko recebeu de Matuzen um apito com o qual ele poderia chamar os três vingadores. Um silvo era para Gam, dois silvos para Silvar, e três silvos para o gigante Goldar.
Outra detalhe interessante era a nave de Rodak, em formato de morcego com uma esfera branca no centro. Era assustador quando a nave alienígena surgia no céu e fechava um close em Rodak. Tremei terráqueos!
Vingadores do Espaço foi exibido no Brasil com muito sucesso no início da década de 1970 pela extinta TV Tupi.
Esper – Foi uma série de produção barata que obteve certa popularidade entre a criançada. O personagem que foi criado por Reiji Matsumoto e produzido pela Senkosha Productions, que começou a ser exibido na TV japonesa em 1967. No Japão era denominado Kousoku Esupa, e na tradução para o inglês ficou Light Speed Esper. O super-herói lutava para salvar a Terra dos terríveis Gilesianos.
Tudo começou quando o jovem Hikaru Azuma e seus pais são atingidos durante um vôo de balão por uma nave em fuga do planeta Esper que havia sido destruído. Os pais de Hikaru morrem no acidente e os tripulantes da nave, os Esperidianos, decidem adotar o garoto tomando a forma de seus pais. Os Esperidianos se aliam ao sábio professor Ayakawa e o auxiliam a criar um traje especial e espacial para o garoto composto de capacete com antenas, jatos nas costas (para voar) e de uma pistola de raios (quentes ou congelantes) para que Hikaru se transforme em Esper e combata os Gilesianos. A transformação ocorre quando o Hikaru corre, pula e grita: Esper!
Esper sempre é acompanhado por sua mãe Esperiana que toma a forma de um pássaro-robô chamado Shikar, aconselhando-o durante as missões.
O filho do Dr. Ayakawa, Giro, também ganhou um traje semelhante ao de Esper.
No Brasil a série foi exibida pela TV Tupi na década de 1970 e TV Gazeta na década seguinte. O personagem Esper também foi garoto propaganda da marca Toshiba.
Uma das versões de Ultraman
Ultraman – Mais uma série japonesa de tokujatsu criada pelo mestre Eiji Tsuburaya que estreou em 1966. Depois de Vingadores do Espaço, foi o segundo seriado de TV a ser exibido em cores no Japão (no Brasil em preto e branco). O sucesso de Ultraman (Urutoraman) foi imediato.
O primeiro Ultraman tinha como identidade secreta o patrulheiro Shin Hayata da Patrulha Científica, interpretado pelo ator Susumu Kurobe.
Tudo começou com um alienígena vindo da galáxia M-78 a bordo de uma cúpula vermelha, que ao perseguir o monstro Bemlar, choca-se com a nave-patrulha de Hayata. A colisão foi mortal para Hayata, mas para reparar o erro o alienígena transfere sua energia vital para o patrulheiro trazendo-o de volta a vida e entregando-lhe a Cápsula Beta que transformaria Hayata no Ultraman. Assim a Terra não estaria a mercê da invasão de outros monstros alienígenas.
Hayata tinha seus amigos na Patrulha Científica, como o Capitão Muramatsu, Arashi, Ide e Akiko, mas nenhum deles sabia do seu segredo.
O inimigo mortal de Ultraman e dos terráqueos era o monstro Zeton-Seijin.
Ultraman tinha como armas o Spacium Ray, formado pela energia espectrum (energia alienígena), que o super-herói aplicava cruzando o braço esquerdo com o direito; a Lâmina, que era lançada e era capaz de cortar até aço; Anéis, usado geralmente em situações de emergência; a Rajada, na qual ele junta as mãos e desfere uma rajada de raios; e outros como a capacidade de lançar água em ocasiões extremas, um detector capaz de encontrar qualquer objeto camuflado.
Criador e criatura
 O primeiro Ultraman era considerado o mais forte fisicamente da linhagem dos Ultras. Podia voar e ainda usava seu poder antigravitacional para se safar em algumas lutas com os diversos monstros, como também conseguia se transportar de um planeta para outro em segundos, um poder que usava raramente pois demandava muita energia e reduzia drasticamente seu tempo como Ultraman, transformando-o novamente em Hayata. Outro recurso era o Timer (uma luz vermelha que piscava em seu peito) que servia de alerta para ele se recompor energicamente após uma luta desgastante, o que era obtido voando diretamente para o sol. Ultraman também reduzia o seu tamanho para os padrões humanos quando necessário.
Ultraman foi exibido por vários canais de TV no Brasil graças a boa aceitação do público infantil e adolescente. No final da década de 1960 até a década de 1980 foi exibido pela TVs Tupi, Bandeirantes, Record, Manchete e SBT.
Após o término da série do primeiro Ultraman, foi lançado O Regresso de Ultraman (Ultraman Jack) que veio para continuar a missão do primeiro Ultra morto na batalha final contra Zeton-Seijin. A identidade secreta de Ultraman Jack era Hideki Goh, patrulheiro da MAT (organização substituta da Patrulha Cientifica), interpretado pelo ator Jiro Dan. Os uniformes da MAT e o Carro Patrulha já tinham um design mais arrojado em comparação à série anterior.
Outros Ultras surgiram para dar seqüência à linhagem alienígena de super-heróis: Ultraman Ace, em 1972; Ultraman Taro, em 1973; Ultraman Leo, em 1974; Ultraman Tiga, em 1996, Ultraman Gaia, em 1998, etc.
Ultraseven, versão sofisticada dos Ultras
Ultraseven – A série Ultraseven (Urutorasebun) foi produzida pela Tsuburaya Productions e exibida no Japão a partir de 1967. A série foi exibida no Brasil no início da década de 1970 pela extinta TV Tupi e TV Bandeirantes, nos anos de 1980 foi exibida pela TV Record.
Ultraseven só não superou a audiência de Ultraman, apesar de ter uma produção mais refinada. Podia se notar a melhor qualidade da produção em Ultraseven nos uniformes bem desenhados do Esquadrão Ultra e até mesmo no design futurístico do Carro Patrulha, sem esquecer do desenho da máscara e uniforme do Ultraseven, visivelmente melhor elaborados.
Curti muito Ultraman Jack, mas Ultraseven era o meu preferido dos Ultras. Os episódios de Ultraseven eram mais dramáticos, temperados com certo suspense e não tão ingênuos como os de Ultraman.
Para se ter idéia dos temas mais “adultos” de Ultraseven, um em questão denominado “Presente Nocivo”, alienígenas distribuíam relógios de pulso que sugavam os sangues das pessoas. As crianças eram o alvo principal por terem o sangue mais limpo e livre de poluentes e radiação herdadas das explosões atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Este episódio foi censurado no Japão justamente por trazer à tona o assunto polêmico do envenenamento radiativo causado pelas bombas lançadas pelos norte-americanos na Segunda Grande Guerra Mundial. No Brasil e EUA o episódio foi exibido e reprisado normalmente.
O ator Koji Moiritsugu era quem fazia o papel da identidade secreta de Ultraseven, o patrulheiro Dan Moroboshi.

Dan e a belíssima Anne
Ultraseven era um super-herói vindo da Nebulosa M-78. Ele foi enviado à Terra para defender a humanidade contra invasores espaciais. Ao chegar ele assume a forma humana e a identidade de Dan Moroboshi e se integra ao Esquadrão Ultra. Dan faz se torna oficial e faz amizade com outros oficiais como Furuashi, Amagi, Soga e a belíssima Anne Yuri (Yuriko Hishimi), todos comandados pelo Capitão Kiriyama.
O Esquadrão Ultra tinha sua base subterrânea, e tinha diversos veículos especiais, como as naves caças Gavião Ultra 1, que se dividia nos módulos Alpha, Beta e Super Gama; Gavião Ultra 2 e 3. Eu particularmente era fã do carrão patrulha PO-1.
Para se transformar em Ultraseven, Dan Moroboshi colocava o visor energético Ultra-Olho (uma espécie de óculos mágico) e pronto, surgia Ultraseven com seus 40 metros de altura pronto para detonar mais um monstro alienígena.
O carrão do Esquadrão Ultra
Seus principais recursos para a luta eram os raios disparados pelos seus braços e pela gema (ou diamante) em sua testa; e sua famosa lâmina alojado em sua cabeça, que era lançado tal como um bumerangue retornando após para suas mãos. Além disso ele voava, cruzava dimensões, reduzia-se a tamanhos microscópicos e nos padrões humanos. Quando impossibilitado de se transformar convocava criaturas-robôs auxiliares através de Cápsulas-Monstro.
Como os demais Ultras, o nosso herói precisa absorver energia da estrela mais próxima, e sob o “fraco” sol da Terra, seu tempo de utilização dos poderes era muito reduzido, assim todo confronto com monstros era um drama que não podia se prolongar.
Uma nota importante: quem vestia o macacão e máscara de Ultraseven era o ator-dublê Koji Uenishi.
 


Essa foi uma pequena homenagem aos super-heróis japoneses dos anos de 1960 e 1970 que tanto nos divertiram, para satisfazer os pedidos de alguns visitantes do Obluesdoeu. 

Por Eumário J. Teixeira.