3 de ago. de 2010

ALBERT KING - O MESTRE DA FLYING V


Sendo um dos mais influentes guitarristas do mundo, Albert fazia a diferença no palco. Sua figura imponente de 1,93m portando uma flying V de cordas invertidas (ele era canhoto), e o famoso cachimbo no canto da boca, faziam dele uma figura quase que mitológica no cenário do blues. Seus fraseados e bends marcaram para sempre a história da rica música afro-americana.

Albert e a famosa Flying V
Albert King, ou melhor, Albert Nelson, nasceu em Indianola no estado do Mississipi, no dia 25 de abril de 1923. No Arkansas, ainda criança, aprendeu a cantar gospel com sua mãe e blues por conta própria. Adolescente e com uma guitarra artesanal, tentava imitar o famoso guitarrista T-Bone Walker. Albert já sabia o que queria e passou a freqüentar clubes e botequins na beira de estrada na tentativa de se aproximar dos artistas veteranos de blues. A sua primeira experiência profissional com o blues foi na Yancey’s Band tocando guitarra rítmica. Entre1948 e 1951 em Osceola, Arkansas, participou do Harnony Kings Gospel Quartet, e com 25 anos, formou o seu primeiro grupo “In The Groove Boys”. Em 1951 passa a chamar-se Albert ‘King’. A seguir, como tantos outros músicos, migrou-se para a promissora Chicago onde seus primeiros passos foram como um humilde baterista (pasmem!) na banda do sensacional Jimmy Reed; e finalmente, atua mais tarde como guitarrista de artistas como Jackie Wilson, Brook Benton e Earl Hooker. Em 1953 grava para o Selo Parrot, “Bad Luck Blues” e “Be On Your Merry Way”, sem nenhuma aclamação. No final dos anos 50 mudou-se para St. Louis e lançou seu primeiro disco, The Big Blues pelo selo King e passa a adotar o modelo de guitarra gibson flying V, que se torna sua marca registrada. Chamava sua guitarra de “Lucy” em homenagem à atriz Lucy Ball da famosa série de TV americana “I Love Lucy”, e afirmava que apelidou assim sua guitarra antes de B. B. King batizar a sua de “Lucille”, tentando evitar polêmicas e comparações.
Depois de anos de trabalho sem reconhecimento, sua carreira começou a se solidificar quando foi contratado pelo Selo Stax, de Memphis, responsável pelo sucesso de Otis Redding, Rufus Thomas, e outros artistas de soul music. As suas primeiras gravações na Stax, obtiveram sucesso com o público em 1966; hits como “Laundromat Blues”, “Crosscut Saw” e “Oh Pretty Woman” (acompanhado por Booker T. & The MG’s) escalavam nas paradas de sucesso, dando-lhe uma reputação que se consolidou no ano seguinte com o LP Born Under A Bad Sign, que incluía um tema com o mesmo título e também “As the Years Go Passing By”, ”The Very Thought Of You” e “Personal Manager” .

King of the Blues Guitar: essencial!
Em 1968, gravou ao vivo no Fillmore Auditorium, o LP Live Wire/Blues Power, considerado com um dos seus melhores trabalhos; depois Years Gone By (1969), onde experimenta um blues com pitadas de soul e funk; em seguida Lovejoy ( 1971), dentre outros. Mas a Stax faliu e Albert mudou-se para o Selo Utopia Records onde gravou de 1976 a 1978 os LPs King Albert, Albert e New Orleans Heat produzidos por Allan Toussaint. Após um período ausente, Albert King voltou a se apresentar com o LP I’m In A Phone Booth Baby (1984), mas suas exibições se reduziram notavelmente e ele só era visto de vez em quando em algum festival ou em alguma participação esporádica e em gravações de outros artistas. Em 1991, reaparece com o LP Red House, uma homenagem à Jimi Hendrix. Em 1992 o velho bluesman estava se preparando para voltar à luta e lançar um novo disco, quando no dia 21 de dezembro morreu aos 69 anos num hospital de Memphis, em conseqüência de um enfarte.

Born under a bad sign...
A influência de Albert King é imensa no rock, principalmente na formação dos guitarristas britânicos Eric Clapton, Peter Green e Mick Taylor, como dos irlandeses Gary Moore e Rory Gallagher e de compatriotas como Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan. Em 1990, junto ao seu ‘xará’ Albert Collins, King participou do show e álbum Still Got The Blues do guitarrista Gary Moore (em homenagem ao próprio Albert). 


O melhor de Albert King: A Stax lançou em 1991, King Does The King’s Things, onde Albert revisa sucessos do outro ‘rei’ Elvis Presley; Também é essencial conferir os CDs Born Under A Bad Sign; Live Wire/Blues Power – ambos da Stax/Fantasy; e The Ultimate Collection (Rhino – 2 cds + livreto) . 

Albert e Stevie Ray Vaughan em em CD e DVD disponíveis

Eis o link para você apreciar Albert King detonando "Born Under A Bad Sign" com Stevie Ray Vaughan no you tube: 

 
Por Eumário José Teixeira.