21 de dez. de 2009

SNOOKS EAGLIN – THE BLIND MAN BLUES R.I.P. 21/01/1936 – 18/02/2009


No mundo do blues alguns nomes se sobressaíram mundialmente e se tornaram sinônimos do próprio gênero musical que defendiam, gente como Muddy Waters, Howlin’ Wolf, John Lee Hooker, Elmore James, Willie Dixon, Little Walter, etc.
Outros não se tornaram tão famosos em vida devido a fatores diversos, mas nem por isso são considerados menos importantes que os demais, pois foram cruciais para a formação de uma base sólida para o blues no cenário musical norte americano. Foram eles Skip James, Eddie Son House, Bukka White, Charlie Patton e Robert Johnson, que receberam reconhecimento póstumo ou pouco antes de partirem desta para melhor.
Um grupo diferenciado, porém, teve também o seu espaço reservado e como de praxe, somente foram cultuados anos após a derradeira viagem. Estou me referindo aos “Blind Men Blues”. Citarei a princípio alguns nomes básicos como Blind Lemon Jefferson (1893/1929); Blind Blake (1895/1937); Blind Gary Davis (1896/1975); Blind Willie McTell (1901/1959); Blind Willie Johnson (1902/1947) e Blind Boy Fuller (1907/1941), para finalmente chegar ao incrível Blind Snooks Eaglin, que posteriormente preferiu retirar o ´blind` de seu nome artístico para seguir adiante.
A música de Snooks Eaglin não se limitava ao blues
O blues de Snooks Eaglin não poderia ser definido simplesmente como pertencente a um determinado estilo, pois da mesma forma que influenciado pelo country blues, também foi pelo blues elétrico de Chicago, pelo soul, funk, folk, gospel, cajun, flamenco e jazz. Todas essas tendências eram unidas e temperadas com todas as ramificações possíveis da música de New Orleans, de onde ele não gostava de arredar o pé.
Sua música é como uma combinação dos temperos mais abrasivos da culinária daquela cidade colonizada por imigrantes franceses, que recebeu também influências culturais espanholas e afro-americanas; é impossível experimentar e não dizer: “Uau! Tá queimando... mas é muito bom...quero mais!


The blind man blues
Sua pegada, seja na guitarra acústica ou elétrica são inconfundíveis para quem acompanhou seu trabalho, seus solos econômicos e ao mesmo tempo magistrais não ficam devendo para nenhum guitarrista conhecido seja branco ou negro independentemente de qualquer estilo.
Snooks perdeu a visão quando criança, adaptou-se e desenvolveu uma técnica de tocar à sua condição especial e se sobressaiu de tal forma que só podermos entender como um dom dado por Deus. Ele nasceu para isso, tocar, cantar, respirar e transpirar a boa música, até que o Senhor achasse que seria a hora de parar. Ele soube compensar a perda da visão e de certa forma foi premiado com uma sensibilidade acima da média para interpretar o blues.
 


O glaucoma não o impediu de tocar com maestria
Biografia - Snooks Eaglin nasceu Fird Eaglin Jr., em 21 de janeiro de 1936 na cidade de New Orleans, do estado de Louisiana. Foi fortemente influenciado pelo vocal de Ray Charles, tanto que nos anos de 1950 se denominava “Little Ray Charles”. Conhecedor de inúmeras músicas dos mais variados estilos, Eaglin afirmava que seu repertório incluía mais de 2.500 canções, não sendo por acaso seu apelido de “the human jukebox”. Suas apresentações ao vivo eram sempre improvisadas, nunca tinha uma lista de canções determinadas para interpretar, cantava e tocava o que vinha na cabeça.
Eaglin começou a sofrer de glaucoma a partir do primeiro ano de vida, perdendo aos poucos sua visão, sendo que acometeu-se também de uma série de outros problemas de saúde que o obrigou a permanecer por alguns anos internado em hospitais. Por volta dos cinco anos de idade ganhou do pai uma guitarra, ele aprendeu a tocá-la por conta própria ouvindo blues e jazz no rádio. O garoto travesso ganhou o apelido “Snooks” de um personagem de um programa de rádio chamado “Baby Snooks”.
Em 1947 aos 11 anos de idade, Snooks ganhou uma concurso organizado pela estação de rádio WNOE, tocando “Twelfth Street Rag”. Três anos depois ele deixaria a escola para cegos para se tornar músico profissional. Em 1952, Eaglin ingressa nos Flamingoes, uma banda local iniciada por Allen Toussaint. Na banda, em acordo com os demais membros, Eaglin tocava tanto baixo como a guitarra. Snooks permaneceu com os Flamingoes por vários anos, mais ou menos até a metade da década de 1950.

O jovem Ford Eaglin e suas pequenas admiradoras
Sua carreira solo foi inconsistente, em termos de gravações, apesar de quase 50 anos de profissionalismo. Sua discografia não foi tão diversa. Sua primeira gravação aconteceu em 1953, tocando guitarra numa sessão para James “Sugar Boy” Crawford.
O primeiro álbum solo já com seu pseudônimo, veio através de Harry Oster, um folclorista da Universidade do Estado de Louisiana, que o encontrou tocando nas ruas de New Orleans. Oster realizou as gravações de Eaglin entre 1958 e 1960 durante sete sessões. Estas gravações magistrais foram registradas em álbum do selo Prestige/Bluesville. As gravações eram de estilo ‘folk blues’ e Eaglin arrasa com apenas sua guitarra acústica sem uma banda de apoio.
De 1960 a 1973 Eaglin gravou pela Imperial. Ele tocou guitarra elétrica nas sessões pela Imperial com uma banda no fundo que incluía James Booker no piano e Smokey Johnson na bateria. Eaglin gravou um total de 26 faixas que puderam ser apreciadas no cd The Complete Imperial Recordings. A maioria do material fora escrito por Dave Bartholomew. Ao contrário das gravações na Harry Oster Recordings, esse trabalho na Imperial foram de rhythm & blues típico de New Orleans, no estilo que o tornou amplamente conhecido até hoje. Depois da Imperial, em 1964, ele gravou sozinho com uma guitarra para a Swedish Broacasting Corporation, o que culminou em I Blueskvart 1964:Vol. 3. Quanto ao restante da década de 1960, aparentemente não se registrou nenhuma outra gravação.


Eaglin (guitarra) dando uma força ao Professor Longhair (piano)
Seu próximo trabalho seria para uma gravadora sueca, a Sonet em 1971, em The Legacy Of Blues Vol. 2. Um outro álbum Down Yonder foi realizado em 1978 no qual se destacava Ellis Marsalis no Piano. À parte de seu próprio trabalho, ele gravou com Professor Longhair em 1971 e 1972 registrado em Mardi Gras In Baton Rouge. Eaglin também tocou guitarra estilo funk no primeiro álbum de The Wild Magnolias gravado em 1973.
Na década de 1980 ele se integra à gravadora Black Top Records. Foram os anos mais consistentes de sua carreira. Entre 1987 e 1999, ele gravou quatro discos de estúdio e um disco ao vivo e ainda participou como convidado de um bom número de gravações de outros artistas da Black Top, como Henry Butler, Earl King e Tommy Ridgley.
Depois da Black Top fechou as portas, Eaglin realisou The Way It Is na gravadora Money Pit Records, produzido pelos mesmos irmãos Scott da extinta Black Top. Em 1997 a versão de Eaglin para “St. James Infirmary”, se destacou num anúncio da Budweiser para TV no Reino Unido.



Ford "Snooks" Eaglin detonando em New Orleans
Infelizmente para todos os amantes da boa música, Snooks Eaglin faleceu vítima de ataque do coração no Ochsner Medical Center de New Orleans em 18 de fevereiro de 2009. Ele tinha recebido um diagnóstico de câncer de próstata em 2008 e havia se internado para tratamento. Snooks tinha esperanças de voltar a tempo para se apresentar no Festival de Jazz de New Orleans que se realizaria na primavera de 2009.
Por muitos anos Eaglin morou em St. Rose no subúrbio de New Orleans com sua espôsa Dorothea. Embora ele não se apresentasse muito em shows ao vivo, ele regularmente aparecia no Rock n’ Bowl em New Orleans, e também no New Orleans Jazz Fest.
Esta foi minha pequena homenagem ao grande músico e bluesman, que apesar de não ter sido tão reverenciado e reconhecido como merecia, sabemos eu e os que o conheceram, ou que pelo menos escutaram sua voz e suas guitarras em discos, que seu seu valor era inestimável para todos os amantes da música de qualidade e do bom, velho e incorruptível blues. 



O essencial The Legacy of the Blues Vol. 2
Discografia básica de Snooks Eaglin:
- That´s All Right (Prestige/Bluesville) 1961
- The Legacy Of The Blues Vol. 2 (Sonet) 1971
- Down Yonder – Snooks Eaglin Today ! (Sonet) 1978
- Baby, You Can Get Your Gun! (Black Top) 1987
- Out Of Nowhere (Black Top) 1989
- Country Boy Down In New Orleans (Arhoolie) 1991
- Teasin’ You (Black Top) 1992
- Soul’s Edge (Black Top) 1995
- Soul Train From ‘Nawlins: Live At Park Tower:Live At Park Tower Blues Festival ’95 (Black Top) 1996
- The Way It Is (Money Pit) 2002
- New Orleans Street Singer (Smithsonian Folkways) 2005


Snooks Eaglin, uma lenda subestimada do blues de New Orleans
Um link no you tube onde Snooks Eaglin canta e toca "Baby Please":
Eumário J. Teixeira

14 de nov. de 2009

O JUDOKA - Dos gibis ao cinema


Pertenço a uma geração que cresceu influenciada pelas histórias-em-quadrinhos, gibis ou “revistinhas”. No início da década de 1970 iniciou-se a época de ouro dos quadrinhos no Brasil, pelo menos para mim. Quando ainda era um ‘pré-adolescente’, descobri as revistinhas através de primos mais velhos que tinham uma grande coleção de personagens variados tais como, Batman & Robin, Superman, Superboy, Aquaman, Tarzan, Cheyenne, Zorro, Fantasma, Mandrake, Cavaleiro Negro, Homem Aranha, Capitão América, Homem de Ferro, Thor, etc. Fiquei tão fascinado pelas histórias e sobretudo com as ilustrações que comecei a tentar reproduzi-las num caderninho de desenho lá pelos meus 10 ou 11 anos de idade. Era o que queria da vida, ser desenhista de gibis e ganhar dinheiro com isso. Os meus heróis preferidos eram Batman (de Neil Adams e Dick Giordano), Homem de Ferro (de George Tuska), Homem Aranha (de John Romita), Cheyenne, Cavaleiro Negro e Fantasma (de Sy Barry), mas todos eles eram personagens criados nos Estados Unidos baseados em sua própria cultura e seu modo de vida e, apesar de serem interessantes, eu não tinha como me projetar para o mundo em que viviam.
Durante os fins de semana em meados da década de 1970, eu costumava visitar alguns primos num bairro mais afastado de onde morava, foi lá que me revelaram a coleção de O Judoka, um herói brasileiro e literalmente verde e amarelo. Os desenhos não eram tão caprichados e técnicos como os dos americanos, mas me identifiquei imediatamente com o personagem, fora o fato de que eu percebia que com esforço poderia reproduzir o personagem no meu caderninho de desenho.

Desenhos de Cláudio Almeida
O Judoka (brasileiro) foi criado em 1969 pela Ebal (Editora Brasil-América), que publicou até a sexta edição a revista homônima com o personagem ‘Judomaster’ (criado pelo norte-americano Frank Mclaughin da Charlton Comics). A partir da sétima publicação o nosso Judoka substituiu o Judomaster. 
Desenhos de Francisco F. Sampaio
Passava desapercerbido para mim ainda criança e talvez para muitos rapazes alienados, que vivíamos sob uma suposta ditadura militar e que o personagem de cunho patriótico exaltava o orgulho de ser brasileiro e defendia as virtudes do nosso país. O Brasil jazia sobre o comando do General Emílio Garrastazu Médici e era embalado pelo famoso slogan político “Brasil, ame-o ou deixe-o!”. Com a nossa seleção tornando-se tri-campeã de futebol no méxico em 1970, graças a Pelé e companhia, fortaleceu-se ainda mais a campanha patriótica imposta pelo governo militar dito repressivo que combatia os agentes subversivos comunistas e guerrilheiros terroristas.
Mas o Judoka não tinha nada a ver com isso e muito menos eu, o que me importava mesmo era os desenhos e as aventuras do herói.


Desenhos de Mário José de Lima
As histórias eram escritas por Pedro Anísio (alguém sabe do seu paradeiro?) e desenhadas por uma equipe de artistas que se revezavam a cada edição. O meu desenhista predileto era Mário José de Lima, (de estilo simples, quase rascunhado) que desenhou “Nas Garras do Homem Búfalo”; “Marcianos na Floresta”; “Perigo no Pão de Açúcar”, etc., e os outros eram Fernando Eduardo Baron (que era diretor de arte da EBAL), Floriano Hermeto de Almeida Filho ou FHAF (de estilo europeu, audacioso e interessante), Benedito Cândido Machado Filho (que tinha estilo semelhante ao do americano John Buscema), Cláudio Almeida, Alberto Silva e finalmente Francisco Ferreira Sampaio, que segundo consta, sofria de problemas psicológicos e cometeu suicídio em 2003 pulando da janela de seu apartamento no bairro carioca de Fátima; Francisco aliás, dava ao Judoka traços semelhantes ao do ator Pedro Aguinaga. Alguém sabe algo sobre esses caras? Se os demais estão ainda vivos, como estarão? Se alguém me der alguma dica, agradeço.  O personagem o Judoka em sua identidade secreta era um jovem estudante chamado Carlos que tinha como mestre de Judô o sábio e esotérico Shiram Minamoto. 
 
Desenhos de Floriano Hermeto de A. Filho

Carlos ou Judoka, não tinha um judomóvel, e sim um volkswagen presenteado pelo tio Bené, com quem trabalhava num escritório de Arquitetura, apesar de descolar uma moto de vez em quando; tinha também uma namorada de nome Lúcia, que mais tarde se tornaria sua parceira contra o crime. Os uniformes da dupla eram praticamente iguais, usavam um macacão de malha justa de cor verde com um losango amarelo no peito e apenas a parte superior do kimono (de cor branca) e a faixa prêta, é claro. As aventuras aconteciam em todo o Brasil apesar de o Judoka ser carioca da gema, pois enfrentou falsos marcianos no triângulo mineiro, confrontou-se com os gigantes de Apuarema em Salvador e enfrentou bandoleiros em plena construção 
da Transamazônica. Como o Judoka dos quadrinhos fez muito sucesso, resolveram fazer uma versão para o cinema com o consagrado modêlo Pedro Aguinaga no papel do herói e a atriz Elizângela como Lúcia. O filme foi lançado em 1973, e foi um fracasso.

Desenhos de Alberto silva
Não tive oportunidade de assistir e acho que não chegou a ser distribuído para o interior do país. De qualquer forma, seria interessante conferir uma cópia, se alguém a tiver ou puder me informar onde consegui-la, ficarei muito grato. Sei que o galã Pedro Aguinaga além de nunca ter sido um bom ator, nunca tinha treinado artes marciais na vida, no máximo deve ter feito um “curso intensivo” de judô e karatê para as filmagens, também não tinha o tipo físico ideal para o personagem, pois era muito alto e magro para o padrão brasileiro. Já Elizângela, uma boa atriz de novelas televisivas, típica morena brasileira, bonita, charmosa e de pernas bem feitas, caiu como uma luva para o papel. Carlos (O Judoka) representou para muitos adolescentes brasileiros, o mesmo que o personagem de Peter Parker (Homem Aranha) para os jovens norte-americanos. Era um cara comum que tinha família, trabalhava, estudava, tinha uma namorada e uma identidade secreta que lhe trazia sérios problemas. Você fantasiava e pensava: “Puxa vida, isso poderia ter acontecido comigo”. A revista O Judoka durou por 5 anos, de 1969 a 1973, um marco, em se tratando de um herói genuinamente nacional que competia com os heróis e super-heróis da D. C. Comics e Marvel americanas. 
Viva o Judoka!
O Judoka em ação no filme de 1973
Por Eumário José Teixeira.

9 de nov. de 2009

OBITUÁRIO DA MÚSICA

Com o simples objetivo de informar e se manter informado venho a partir desta tentar manter esse obituário atualizado, para que a partida de alguns nomes importantes da música não passem desapercebidos.
Obs.:Aceito ajuda para atualização ou correção do quadro.

Lista Internacional:

Década de 1950
- 25/12/1954 - Johnny Ace (cantor), brincando de roleta russa com um revólver, aos 25 anos
- 12/03/1955 – Charlie Parker, fundador do movimento bebop no jazz, saxofonista, conhecido como “bird”
- 03/02/1959 - Buddy Holly (guitarrista, vocalista e compositor do The Crickets), acidente aéreo, aos 23 anos
- 03/02/1959 - Ritchie Valens (cantor), acidente aéreo, aos 18 anos
- 03/02/1959 - J.P. Richardson (cantor e compositor), acidente aéreo, aos 29 anos
- 17/07/1959 – Billy Hollday (Eleanor Fagan Gough) chamadas pelos fãs de Lady Day, cantora de estilo elegante e charmoso de jazz, blues e love songs, complicações hepáticas aos 44 anos

Década de 1960
- 17/04/1960 - Eddie Cochran (cantor e compositor), acidente automobilístico, aos 22 anos
- 10/04/1962 - Stuart Sutcliffe (ex-baixista do The Beatles), hemorragia cerebral, aos 22 anos
- 05/03/1963 - Patsy Cline (cantora de rockabilly), acidente aéreo, aos 31 anos
- 24/05/1963 – Elmore James, de vocal estridente era considerado o rei da slide guitar, um ícone do blues, gravou ¨Dust My Broom” e “It Hurts Me Too”, ataque cardíaco aos 45 anos.
- 01/08/1964 - Johnny Burnette (cantor), afogado em um acidente de barco, aos 30 anos
- 21/10/1965 - Bill Black (baixista de Elvis Presley), aos 39 anos
- 18/07/1966 - Bobby Fuller (cantor), suicídio (ou assassinato), aos 24 anos
- 07/10/1966 - Johnny Kidd (vocalista do Johnny Kidd & The Pirates ), acidente automobilístico, aos 27 anos
- 17/07/1967 – John Coltrane, Saxofonista e compositor de jazz, de câncer no fígado.
- 14/05/1969 - Martin Lamble (baterista do Fairport Convention), acidente automobilístico
- 03/09/1969 - Brian Jones (guitarrista dos Rolling Stones), afogamento, aos 27 anos

Década de 1970
- 03/09/1970 - Alan Wilson, vocalista, gaitista e guitarrista do Canned Heat, de overdose, aos 27 anos
- 18/09/1970 - Jimi Hendrix, overdose, aos 27 anos
- 04/10/1970 - Janis Joplin, overdose, aos 27 anos
- 03/07/1971 - Jim Morrison, overdose, aos 27 anos
- 12/10/1971 - Gene Vincent, pioneiro do rock & roll, úlcera, aos 36 anos
- 29/10/1971 - Duane Allman, guitarrista slide (The Allman Brothers Band), acidente de motocicleta, aos 25 anos
- 27/01/1972 – Mahalia Jackson, rainha do gospel, influência decisiva para Aretha Framklin, de causas naturais.
- 27/04/1972 - Phil King (baixista do Blue Oyster Cult), assassinado
- 03/05/1972 - Leslie Harvey (guitarrista do Stone the Crows), eletrocutado no palco ao pisar no fio do microfone com os pés molhados
- 02/08/1972 - Brian Cole (baixista do Associations), overdose, aos 27 anos
- 06/11/1972 - Billy Murcia (baterista do The New York Dolls), overdose, aos 21 anos
- 21/11/1972 - Berry Oakley (The Allman Brothers Band), acidente de motocicleta
- 08/03/1973 - Ron "Pigpen" McKernan (tecladista do Grateful Dead), complicações estomacais, aos 27 anos
- 14/06/1973 - Clarence White (ex-The Byrds), atropelado
- 19/09/1973 - Gram Parsons (ex-The Byrds), overdose de tequila e morfina
- 26/11/1973 - John Rostill (integrante do The Shadows), eletrocutado enquanto tocava guitarra em um estúdio caseiro, aos 31 anos
- 17/04/1974 - Vinnie Taylor (guitarrista do Sha Na Na e do Canned Heat), overdose, aos 24 anos
- 23/09/1974 - Robbie McIntosh (baterista da Average White Band), overdose ao cheirar heroína pura pensando que era cocaína, aos 42 anos
- 08/05/1974 - Graham Bond, acidente (ou suicídio) ao cair nos trilhos do metrô
- 29/07/1974 - Mama Cass (The Mamas & The Papas), ataque cardíaco, aos 30 anos
- 25/11/1974 - Nick Drake, overdose de antidepressivos, aos 26 anos
- 23/04/1975 - Pete Ham (integrante do Badfinger), suicídio, aos 28 anos
- 02/10/1975 - Dave Alexander (baixista do The Stooges), pneumonia, aos 28 anos
- 08/12/1975 - Gary Thain (ex-integrante do Uriah Heep), overdose, aos 27 anos
- 10/01/1976 – Howlin’ Wolf (Chester Arthur Burnett), um dos pilares do blues de Chicago, vocalista de voz gutural e uivante, gaitista e guitarrista, gravou “Sittin’ On Top Of The World”, “The Red Rooster” e “who’s Be Talking”, complicações em cirurgia aos 66 anos
- 04/12/1976 - Tommy Bolin (guitarrista do Deep Purple), overdose aos 25 anos
- 28/12/1976 – Freddy (Freddie) King, guitarrista influente do blues gravou “I’ m Tore Down” e “Hide Away”, Eric Clapton era seu grande fã, precocemente de ataque cardíaco
- 16/08/1977 - Elvis Presley, o rei do Rock, insuficiência cardíaca, aos 42 anos
- 16/09/1977 - Marc Bolan, acidente automobilístico, aos 30 anos
- 20/10/1977 - Ronnie van Zant (Lynyrd Skynyrd), acidente aéreo
- 20/10/1977 - Steven Gaines (Lynyrd Skynyrd), acidente aéreo
- 23/01/1978 - Terry Kath (vocalista e guitarrista do Chicago), ao disparar uma arma acidentalmente contra a própria cabeça, aos 32 anos
- 07/09/1978 - Keith Moon (baterista do The Who), overdose, aos 32 anos
- 27/12/1978 - Chris Bell (guitarrista do Big Star), acidente automobilístico, aos 27 anos
- 02/02/1979 - Sid Vicious (baixista dos Sex Pistols), overdose, aos 22 anos
- 19/08/1979 - Dorsey Burnette, ataque cardíaco, aos 47 anos
- 17/11/1979 - John Glascock (baixista do Jethro Tull), complicações cardíacas, aos 28 anos

Década de 1980
- 19/02/1980 - Bon Scott (vocalista do AC/DC), sufocado com o próprio vômito devido a coma alcoólico, aos 33 anos
- 18/05/1980 - Ian Curtis (vocalista do Joy Division), suicídio por enforcamento, aos 23 anos
- 25/09/1980 - John Bonham (baterista do Led Zeppelin), overdose alcoólica, aos 33 anos
- 08/12/1980 - John Lennon (guitarrista e vocalista dos Beatles), assassinado, aos 40 anos
- 15/02/1981 – Michael (Mike) Bloomfield, guitarrista norte americano de blues rock, tocou com Paul Butterfield, American Flag, Al Kooper e Bob Dylan, de overdose aos 37 anos.
- 19/02/1981 - Bill Haley, ataque cardíaco, aos 55 anos
- 05/04/1981 - Bob "The Bear" Hite (vocalista do Canned Heat), infarto, aos 35 anos
- 11/05/1981 - Bob Marley (guitarrista e vocalista do The Wailers), câncer, aos 36 anos
- 04/02/1982 - Alex Harvey (líder da The Sensational Alex Harvey Band), ataque cardíaco, aos 47 anos
- 17/02/1982 – Thelonious Monk, pianista e compositor de jazz, de estilo nada ortodoxo.
- 19/03/1982 - Randy Rhoads (guitarrista do Ozzy Osbourne), acidente aéreo, aos 25 anos
- 16/06/1982 - James Honeyman-Scott (guitarrista do The Pretenders), overdose, aos 24 anos
- 14/04/1983 - Pete Farndon (baixista do The Pretenders), overdose, aos 30 anos
- 17/04/1983 - Felix Pappalardi (baixista e tecladista do Mountain), assassinado a tiros por sua esposa, aos 43 anos
- 30/04/1983 – Muddy Waters (Mckinley Morganfield), um dos pilares do blues, gravou “Mannish Boy”, “I’m Your Hoochie Coochie Man”, guitarrista slide e voz característica, ataque cardíaco aos 68 anos
- 23/11/1983 - Tom Evans (guitarrista do Badfinger), suicídio por enforcamento, aos 36 anos
- 28/12/1983 - Dennis Wilson (baterista do Beach Boys), afogado, aos 39 anos
- 01/04/1984 - Marvin Gaye, assassinado pelo próprio pai, aos 44 anos
- 28/02/1985 - David Byron (vocalista fundador do Uriah Heep), ataque cardíaco, aos 38 anos
- 12/12/1985 - Ian Stewart (tecladista do Rolling Stones), ataque cardíaco, aos 47 anos
- 04/01/1986 - Phil Lynott (vocalista e guitarrista do Thin Lizzy), problemas cardíacos e pneumonia causados pelo abuso de drogas, aos 36 anos
- 04/03/1986 - Richard Manuel (integrante do The Band), suicídio, aos 41 anos
- 27/09/1986 - Cliff Burton (baixista do Metallica), acidente de ônibus, aos 24 anos
- 04/05/1987 - Paul Butterfield, fundador da Butterfield blues Band, gaitista e vocalista de blues rock, overdose, aos 44 anos
- 11/09/1987 - Peter Tosh, assassinado, aos 42 anos
- 06/12/1988 - Roy Orbison, vocalista melancólico e pioneiro do rock & roll, ataque cardíaco, aos 52 anos
- 27/06/1988 - Hillel Slovak (guitarrista do Red Hot Chilli Peppers), overdose, aos 26 anos

Década de 1990
- 23/01/1990 - Allen Collins (integrante do Lynyrd Skynyrd), pneumonia, aos 37 anos
- 27/08/1990 - Stevie Ray Vaughan, guitarrista texano influenciado por Jimi Hendrix e Albert King, de acidente aéreo, aos 35 anos
- 06/09/1990 - Tom Fogerty (guitarrista rítmico do Creedence Clearwater Revival), irmão de John Forgety, tuberculose, aos 48 anos
- 08/01/1991 - Steve Clark (guitarrista do Def Leppard), insuficiência respiratória, aos 30 anos
- 20/04/1991 - Steve Marriott (ex-vocalista do The Small Faces), em um incêndio, aos 46 anos
- 23/04/1991 - Johnny Thunders (integrante do New York Dolls), overdose, aos 38 anos
- 17/09/1991 - Rob Tyner (vocalista do MC5), ataque cardíaco, aos 46 anos
- 24/11/1991 - Freddie Mercury (vocalista do Queen), AIDS, aos 45 anos
- 24/11/1991 - Eric Carr (baterista do Kiss), câncer, aos 41 anos
- 21/12/1992 – Albert King, guitarrista canhoto de blues, mestre da flying V guitar, gravou “Born Under A Bad Sign” e “Crosscut Saw”, ataque cardíaco
- 28/06/1993 - G.G. Allin, overdose, aos 36 anos
- 17/10/1993 - Criss Oliva (guitarrista do Savatage), acidente de carro, aos 30 anos
- 04/12/1993 - Frank Zappa, câncer, aos 52 anos
- 05/04/1994 - Kurt Cobain (vocalista e guitarrista do Nirvana), suicídio aos 27 anos
- 06/09/1994 - Nicky Hopkins (tecladista e pianista), problemas cardíacos, aos 50 anos
- 05/11/1994 - Fred "Sonic" Smith (guitarrista do MC5), ataque cardíaco, aos 55 anos
- 08/08/1995 - Jerry Garcia (vocalista e guitarrista Grateful Dead), aos 53 anos
- 12/07/1996 - Johnatan Melvoin (tecladista do Smashing Pumpkins), overdose aos 37 anos
- 17/07/1996 - Chas Chandler (baixista do The Animals), aos 57 anos
- 14/05/1997 – Frank Sinatra, “the voice”, “the blues eyes”, ataque cardíaco aos 82 anos.
- 04/06/1997 - Ronnie Lane (ex-baixista do The Small Faces), esclerose múltipla, aos 51 anos
- 31/10/1997 - John Denver (cantor solo), acidente aéreo, aos 55 anos
- 22/11/1997 - Michael Hutchence (vocalista do INXS), suicídio, aos 37 anos
- 15/12/1997 - Kurt Winter (integrante do Guess Who), câncer no fígado, aos 51 anos
- 19/01/1998 - Carl Perkins, pioneiro do rockabilly, câncer, aos 65 anos
- 06/02/1998 - Carl Wilson (integrante do Beach Boys), câncer, aos 51 anos
- 05/04/1998 - Cozy Powell (baterista famoso por tocar com Black Sabbath, Yngwie Malmsteen, entre outros), acidente automobilístico, aos 51 anos
- 20/08/1999 - Bobby Sheehan (baixista do Blues Traveler), overdose, aos 31 anos

Década de 2000
- 19/12/2000 - Robert Buck (guitarrista do 10.000 Maniacs), complicações no fígado, aos 42 anos
- 15/04/2001 - Joey Ramone (vocalista dos Ramones), de câncer linfático
- 21/06/2001 - John Lee Hooker, ícone do country (talking) blues, guitarrista e vocalista influente, gravou “ Boogie Chillen” e “ One Bourbon, One Scotch, One Beer”, causas naturais, aos 83 anos
- 29/11/2001 - George Harrison (vocalista e guitarrista dos Beatles), câncer, aos 58 anos
- 13/12/2001 - Chuck Schuldiner (guitarrista/vocalista do Death), câncer, aos 34 anos
- 16/12/2001 - Stuart Adamson (ex-vocalista do Big Country), asfixia por enforcamento, aos 43 anos
- 05/06/2002 - Dee Dee Ramone (baixista dos Ramones), overdose, aos 50 anos
- 28/06/2002 - John Entwistle (baixista do The Who), ataque cardíaco, aos 57 anos
- 12/01/2003 - Maurice Gibb (vocalista, baixista e tecladista do Bee Gees), ataque cardíaco, 53 anos
- 12/09/2003 - Johnny Cash (Cantor e guitarrista de country & rock), Síndrome de Shy-Drager e Diabetes,71 anos
- 06/10/2003 - Dave Rowberry (tecladista do The Animals), ataque cardíaco, aos 62 anos
- 15/09/2004 - Johnny Ramone (guitarrista dos Ramones), câncer na próstrata, aos 55 anos
- 08/12/2004 - Dimebag Darrell (ex-guitarrista do Pantera), assassinado, aos 38 anos
- 07/07/2006 - Syd Barrett (ex-Pink Floyd) complicações decorrentes da diabetes, aos 60 anos
- 17/07/2006 – Sam Myers, bluesman, gaita e voz, de causas naturais
- 07/09/2006 – Bonnie Lee, cantora de Blues, de causas naturais
- 03/08/2006 - Arthur Lee (commpositor e vocalista do Love), considerado por muitos um gênio não reconhecido, de leucemia, aos 61 anos
- l8/10/2006 – Snooky Pryor, bluesman, gaita e voz, de causas naturais
- 17-11-2006 – Ruth Brown, cantora de blues, soul e jazz
- 21/11/2006 - Robert Lockwood Junior, bluesman, afilhado do lendário Robert Johnson, de causas naturais
- 25/12/2006 - James Brown, mestre do funk e soul, pneumonia, aos 73 anos
- 09/03/2007 - Brad Delp (vocalista do Boston), suicídio por inalação de monóxido de carbono, aos 55 anos
- 05/04/2007 - Mark St. John (ex-guitarrista do Kiss), derrame, aos 51 anos
- 21/04/2007 - John Baslington (guitarrista da banda The Aztecs), câncer de garganta, aos 65 anos
- 06/05/2007 – Carey Bell, gaitista e vocalista de blues, de causas naturais
- 12/12/2007 – Ike Turner, ex-marido de Tina Turner, vocalista, compositor, arranjador, multi-instrumentista de blues e soul, de causas naturais
- 02/06/2008 - Bo Didley, Ellias McDaniel, pioneiro do rock & roll dos anos 50, de causas naturais
- 18/02/2009 - Blind Snooks Eaglin, ou melhor, Fird Eaglin Jr., mestre do blues e da música folk de New Orleans, de ataque cardíaco. Saudades da voz e guitarra do Blind Man Blues.

Lista Nacional

Década de 1970
- 17/02/1973 – Pixinguinha (Alfredo da Rocha Viana Filho), mestre de choro, maxixe,samba e valsa, dominava o saxofone e a flauta, causa naturais aos 75 anos

Década de 1980
- 21/09/1980 – Valdir Azevedo, autor do choro “Brasileirinho”, músico e compositor, mestre do cavaquinho, de causas naturais
- 30/11/1980 – Cartola (Angenor de Oliveira), mestre de samba, compositor e cantor,aos 72 anos de câncer
- 02/08/1989 – Luiz Gonzaga (Luiz Gonzaga do Nascimento), o rei do baião, aos 76 anos de parada cárdio-respiratória
- 21/08/1989 - Raul Seixas, parada cardíaca, aos 43 anos

Década de 1990
- 07/07/1990 - Cazuza, AIDS, aos 32 anos
- 15/03/1998 – Tim Maia (Sebastião Rodrigues Maia), cantor de soul e MPB, aos 55 anos, de infecção generalizada
- 18/04/1998 – Nelson Gonçalves (Antonio Gonçalves Sobral), o Frank Sinatra do Brasil nos anos 40 e 50, enfarte agudo do miocárdio
- 14/11/1999 – Zé Kéti (José Flores de Jesus), compositor, intérprete e sambista tradicional, aos 78 anos de falência múltipla de órgãos

Década de 2000
- 13/06/2001 - Marcelo Fromer (guitarrista dos Titãs), atropelamento
- 29/12/2001 - Cássia Eller, a “Janis Joplin brasileira”, parada cardíaca, aos 39 anos.
- 14/06/2008 – Jamelão (José Bispo Clementino dos Santos), intérprete de samba tradicional, sambas-enrêdo, de falência múltipla de órgãos

Por Eumário J. Teixeira.

18 de out. de 2009

ELVIS PRESLEY E O CRISTIANISMO

A música gospel é tradicional e respeitada nos Estados Unidos da América. Os estados de Louisiana, Tennesee, Arkansas, Texas e Mississipi que o digam; mas, precisamente na cidade de Memphis, no Tennesee, a música de louvor martelou a cabeça de uma geração de jovens criados num regime familiar rígido e moralista, típico daquelas regiões. Mas foi nesses estados mais ao sul dos EUA que surgiram alguns dos maiores ícones do rock & roll, que representariam a juventude transviada norte-americana dos anos de 1950. A saber, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, Johnny Cash, Roy Orbinson e, é claro, Elvis the pelvis.

Elvis Presley foi criado por sua mãe dentro dos padrões de uma família cristã temente a Deus, pois freqüentava regularmente as escolas dominicais da sua igreja. Poderia perfeitamente ter se tornado um 'pescador de almas', já que tinha fé, carisma e desenvoltura para isso. Se dependesse de Gladys, sua mãe, assim teria sido.
Ele assistia constantemente as pregações do pregador da Igreja Batista de East Trig em Memphis, que era famoso por seu louvor e pregações animados pelo “fogo do Espírito”; e também admirava as performances dos Blackwood Brothers, conjunto gospel preferido de sua mãe. O irmãos Balckwood cantaram no funeral de Gladys em 1958 e aliás, a morte da mãe por ataque cardíaco, ocasionou a Elvis uma profunda depressão e desde então ele nunca mais foi o mesmo.
Elvis e e o grupo vocal gospel Statesmen Quartet
Na igreja além do gospel e spirituals, Elvis curtia as performances dos pregadores que corriam de um lado para o outro no púlpito, martelando o piano e sacudindo a cabeça, braços e pernas. Ele percebia desde cedo que para cantar com “feeling” não bastava só a voz, mas também usar todo o corpo para se expressar verdadeiramente.
Mas além de acompanhar e interpretar muito bem gospel e spirituals nos cultos da igreja, Elvis se sentia muito confortável para cantar os ritmos mudanos da country music, o rockabilly e particularmente o blues. Mas o bom rapaz teve um empurrãozinho do diabo que percebera o potencial do mesmo para seduzir multidões levando-o a gravar seu primeiro compacto, uma homenagem a sua mãe, na Sun Records em Memphis. Só que ao invés de gravar um louvor comportado para a mãe cristã, Elvis improvisa e grava uma versão acelerada de “That´s Alright Mama” do bluesman Arthur “Big Boy” Crudup.


CD coletânea com 40 faixas de gospel gravadas por Elvis
Elvis Presley selou seu próprio destino ao criar do nada uma forma diferente de interpretar o rhythm & blues negro que o fez desviar do caminho de louvor e adoração à Deus. E direcionando todo o seu potencial para o rock & roll, Elvis foi adotado pouco depois pelo empresário farejador de dinheiro e sem escrúpulos Tom Parker, que se apossou com muita competência da vida e alma do futuro “Rei do rock”. Até o fim de sua vida, Elvis foi controlado como a um marionete pelo Cel. Parker e quando nem mesmo as injeções de anfetamina e outras drogas químicas receitadas pelo famigerado Dr. George Nichopolous e outros diferenciados meios de fuga como garotas de programa, gula e consumismo desenfreado, lhe traziam a paz, ele se refugia na música gospel, que era seu porto seguro.

Em
Tiago 1.13-15, se lê: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atraí e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.” 


Elvis Aaron Pressley (com dois 's') nasceu em Tupelo, Mississipi, na madrugada em 8 de janeiro de 1935, trinta e cinco minutos após seu irmão gêmeo Jesse, que veio ao mundo já morto (Elvis se culparia por toda a vida pela morte de Jesse). Quando Elvis fez 1 ano de idade em 1936, Tupelo foi varrida por um furacão, causando destruição de igrejas, escolas, casas, com um saldo de mais de 200 mortos e centenas de feridos. A tragédia fez com que as diferenças raciais acirradas na época fossem deixadas de lado por um tempo até a reconstrução da cidade. Para piorar as coisas seu pai, Vernon Presley, foi preso em 1937 por falsificação de cheque e só liberto em 1941.
Elvis e Mahalia Jackson (à esquerda)
Com o início de vida atribulado, o jovem Elvis (com 9 anos de idade) teria sido batizado com o Espírito Santo numa Igreja Assembléia de Deus que seguia a doutrina pentecostal. Em 1948 a família Presley se mudou para Memphis e foi lá que tudo começou a mudar...e o resto é história.
Anos mais tarde, já famoso e idolatrado por um público imenso e fiel, Elvis não se esquecia da música gospel e quando cantava aquelas músicas de louvor, resgatava aqueles momentos preciosos de sua infância e juventude em que ouvia tais hinos frequentemente na igreja ou em casa com sua mãe, se sentindo aliviado espiritualmente mesmo que por um breve período.
Depois do trauma da morte da mãe em 1958, Elvis enfrentaria outro golpe que o deixa bastante fragilizado em 1973, ele se divorcia de Priscilla Presley que já estava se relacionando com Mike Stone, um instrutor de karate coreano famoso entre as celebridades.
Elvis estava perdido no final dos anos 70 e no seu íntimo ainda acreditava na sua salvação; isso era evidente quando interpretava aqueles gospels nos seus shows com todo aquele fervor, parecia estar pedindo por socorro e perdão à Deus.


Elvis e o grupo vocal gospel The Imperials
Quando estava no topo do sucesso como roqueiro e em baixa com a comunidade cristã, Elvis começou a comparecer às Covenções Anuais de Quartetos Gospel de Memphis que se iniciaram em 1957, ano em que gravou "Peace In The Valley" (Paz No Vale), que agradou por demais a comunidade evangélica. Em seguida vieram os LPs somente com músicas gospel: His Hand In Mine (Sua Mão em Mim) de 1960; How Great Thou Art (Quão Grande É A Vossa Sabedoria) de 1967, que foi aclamado pelo público e crítica; e em 1972, lançou He Touched Me (Ele Me Tocou), que traz a ótima versão de “Amazing Grace” (Graça Excelsa). Elvis se saiu tão bem nas gravações de tais álbuns e em algumas interpretações ao vivo que ganhou os prêmios Grammy de 1967, 1972 e 1974, entrando para o “Hall da fama” da gospel music.

Elvis e o grupo vocal gospel The Jordanaires
Elvis admirava os principais vocalistas da música gospel como Jake Hess dos Statesmen, George Beverly Shea e Mahalia Jackson, a rainha do gospel norte-americano. Nos anos 60, Elvis chegou a se encontrar com Mahalia e demonstrar todo o seu respeito por ela. Grupos vocais importantes apoiaram Elvis em suas gravações de gospel nos estúdios e palcos, como The Jordanaires nos anos 60, The Imperials no início dos anos 70 e The Stamps já no final da década, do qual se destacava o vozeirão de J. D. Sumner. Sem esquecer de mencionar o grupo vocal feminino Sweet Inspirations.
Houve uma ocasião no início dos anos de 1970, que Sylvia Shemwell, vocalista do Sweet Inspirations recebeu um diagnóstico de câncer no abdomem. Quando soube, Elvis imediatamente tocou em seu ventre e orou a Deus pedindo sua cura. Não se sabe se foi em virtude da fé de Elvis ou de Sylvia, ou até mesmo se ocorreu um diagnóstico errado, mas ela foi curada, o que foi comprovado por exames.  


Elvis e o grupo vocal gospel The Stamps, com J. D. Sumner
Elvis sempre acompanhou lançamentos dos trabalhos de conjuntos gospel como dos Harmonizing Four e The Golden Gate Quartet. Outra influência que Elvis nunca negou, foi a do já citado vocalista gospel e fiel conselheiro, J. D. Sumner, a quem Elvis acompanhava desde os tempos dos Blackwood Brothers e copiou muito dos seus trejeitos ao cantar. Não há como negar a influência do gospel na formação musical de Elvis, e o mais importante era que ele realmente via na música de louvor seu último recurso para se comunicar com Deus a quem tanto amava e ao mesmo tempo temia. Infelizmente ele caiu no laço do diabo e se deixou abater...mas se ele realmente um dia se arrependeu, foi batizado e recebeu o Espírito Santo, Deus certamente teve misericórdia de sua alma. Elvis poderia ter sido um instrumento poderoso nas mãos do Senhor Jesus aqui na Terra.

Em Isaías 20.28-31 se lê: Não sabes, não ouvistes que o eterno Deus, o Senhor, o criador dos fins da terra, nem se cansa, nem se fatiga? Não se pode esquadrinhar o seu entendimento. Faz forte ao cansado e multiplicas as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”

Está em João 3.16 : Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.”


Elvis e J. D. Sumner sings the gospel
No funeral de Elvis Presley em agosto de 1977, Jake Hess e integrantes do quarteto The Statesmen cantaram “Know Only To Him”, Kate Westmoreland cantou “My Heavlenly Father Watches Over Me”, e James Blackwood e The Stamps cantaram “How Great Thou Art”. A pregação coube ao Pastor Rex Humbard, a quem Elvis admirava e assistia aos domingos pela TV seu programa entitulado, “Você é Amado”. 
Para finalizar, Tony Brown, ex-vocalista dos Stamps e presidente da MCA Records, relatou que em certa ocasião em uma apresentação, desta vez no estádio da Faculdade de Notre Dame no final dos anos 60, Elvis já estava incomodado com toda aquela adoração dos seus fãs, quando surpreendeu um grupo de tietes entusiasmadas que ocuparam uma fileira de cadeiras e esticaram uma enorme faixa lateral em que se dizia: “Elvis você é o Rei”. Elvis prontamente parou de cantar e respondeu: “Não, Jesus Cristo é o único rei!”; o que fez as garotas recolherem a faixa e se assentarem envergonhadas.
Capas do álbuns com temas gospel gravados por Elvis
 Aqui uma interpretação inesquecível de "Dixieland" por Elvis Presley visivelmente emocionado no link do you tube:
 
Por Eumário J. Teixeira.

14 de out. de 2009

BOB DYLAN E O CRISTIANISMO

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O rock sempre foi acusado de ser uma criação do diabo e para reforçar tal tese, alguns de seus mais ilustres representantes fizeram questão de alimentar tal polêmica, declarando-se seguidores fiéis do maligno, fazendo-se assim notar intencionalmente em performances provocantes nos palcos e nas letras e músicas que criavam. Mas como a maioria das coisas deste mundo, há casos de parodoxismo em que roqueiros convictos do caminho aparentemente libertário do sexo, drogas e rock & roll, tendem em determinado momento, em que suas carreiras se tornam vazias e sem rumo, a acrescentar ingredientes mais suaves e de conteúdo espiritual em suas obras. É de se esperar de volta resistência em relação ao elemento estranho incluso no meio e geralmente acontecem reações negativas de hostilidade, ameaças e rejeição por parte de um segmento considerável do público e crítica.

Dylan, insinuou que teria feito um pacto com o "senhor deste mundo"
A tentativa por parte do rockstar de tentar conciliar os extremos acaba, mais cedo ou mais tarde, por provocar um choque considerável que pode causar danos irreparáveis na mente e na carreira do músico.
Dois personagens importantes na história do rock experimentaram e se arriscaram neste empreendimento de rock espiritual, mas como previsto, não saíram totalmente ilesos, pois há sempre um preço a pagar para o bem ou para o mal. Foram eles, Bob Dylan e Elvis Presley. Ambos tentaram harmonizar o sagrado e o profano como se pudessem...mas está escrito em Mateus 6.24 : “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” 


 Bob Dylan – Os avós de Dylan viviam no leste europeu dominado pelo Czar Nicholas II, que acusava os judeus de responsáveis pela decadência do império russo, e quando começou a perseguição em 1905 pelos simpatizantes do Czar, vovô Zigmar Zimmerman imigrou para os Estados Unidos da América, mais precisamente para Duluth, Minnesota. Em 1911 Abe Zimmerman, filho de Zigmar, nasce e, em 1934, aos 22 anos, Abe casou-se com Beatrice (Beatty) Stone. Deste casamento foi gerado Robert Zimmerman (mais tarde conhecido como Bob Dylan) que nasceu em 24 de maio de 1941. Quatro dias após seu nascimento Bob foi registrado e circuncidado conforme as tradições judaicas.

Bob Dylan, um profeta para alguns
Apesar de não te sido criado em lar ortodoxo, Bob recebeu ensinamentos bíblicos básicos. O que foi determinante mais tarde para a criação das letras de suas músicas que o tornaram o poeta de rock mais influente do mundo, sendo que muitas destas eram baseadas em todas aquelas imagens contidas no Velho Testamento, ou seja, nos primeiros 5 livros da Bíblia ou Pentateuco, que é adotado pelos judeus ortodoxos. Mas uma frase dita por seu pai o acompanhou por toda sua vida, algo como: “...que é possível alguém tornar-se tão desonrado que seus próprios pais poderiam abandoná-lo, mas se isso acontecesse, Deus sempre acreditaria na sua própria capacidade de redenção.”
Sua trajetória de rockstar se deu naturalmente no início dos anos de 1960 até a segunda metade dos anos de 1970. Bob Dylan apareceu para o grande público como cantor folk, basicamente voz, guitarra acústica e harmônica e, em 1965, escandalizou todo um segmento de puristas fanáticos pela folk music quando amplificou seu som e se apresentou a todo volume com Mike Bloomfield na guitarra e banda no festival de Newport, foi um choque monumental que pegou público e crítica pela primeira vez de calças na mão.

Em 1974 Bob estava cansado das farras, da fama, da imagem de profeta do rock criado sobre si mesmo, da grana fácil, dos shows estereotipados para grandes multidões perdidas nas drogas e na alienação que viam nele um “messias” que lhes dariam um sentido razoável para se continuar vivendo e acreditando no ser humano.


Slow Train Coming, 1979
Bob se encontrava bastante deprimido, mas duas de suas antigas namoradas Mary Alice Artes e Carolyn Dennis que vinham do meio evangélico, como também outros membros da banda da época, foram influentes na sua conversão ao cristianismo em seguida. A princípio eles o incentivavam a orar sempre que estivesse em alguma situação desanimadora e assim foi, até que em certa ocasião Bob teria tido uma visão e sentido a presença de Jesus Cristo numa sala. Em 1979, o pastor de origem luterana Kenn Gulliksen, que fundara sua própria igreja, a Vineyard Fellowship em 1974, a mesma que Mary Alice Artes freqüentava, procurou por Bob Dylan e lhe falou de Jesus. O que foi decisivo para Bob dobrar-se e ser batizado. Já que não tinham sede própria, as reuniões da Fellowship eram em prédios, salas alugados ou na praia como nos tempos da igreja primitiva de Jesus e seus apóstolos. Ideologicamente se baseavam na bíblia e tinham postura rígida em relação a drogas, excesso de bebidas e adultério. Bob foi imerso (morto) e emergido (ressuscitado) do mar tendo renascido como um novo homem, agora discípulo de Jesus, o único Salvador.

Saved, 1980
A conversão de Bob Dylan não agradou à comunidade judaica, já que os próprios filhos dele tinham sido criados na Lei pregada por Moisés, sendo que os mesmos se viam constantemente em situações constrangedoras em virtude da reviravolta de fé dada pelo pai.
Mas a nova crença inspirou bob Dylan a criar e lançar três discos com mensagens de conteúdo cristão. Uma trilogia amaldiçoada pelos críticos, com exceção talvez do primeiro, o excelente Slow Train Coming, de 1979, com as faixas “Gotta Serve Somebody”; e “Slow Train”; “Precious Angel” e “I Believe In You”. A seguir veio Saved, de 1980, com as faixas “Saved”; “Pressing On” e “Are You Ready” se destacando com mensagens mais radicais e moralistas sendo repudiado pela crítica e ignorado por boa parte dos fãs. E finalmente, Shot Of Love, de 1981, que apesar de ter sido um bom trabalho contendo “In the Summertime” e “Dead Man, Dead Man”, confirmou o repúdio geral. A crítica especializada já profetizava o fim de carreira do maior poeta do rock & roll.


Shot of Love, 1981
Bob Dylan enfrentava topo o tipo de pressão por parte de empresários, colegas do meio musical, críticos especializados, comunidades judaicas, público em geral, etc., para que ele voltasse a ser o poeta revolucionário e inconformista que o caracterizou no início de sua carreira. A freqüência em seus shows despencou junto com a arrecadação, como também a venda de discos e convites para apresentações. De repente ele se viu de escanteio e menosprezado. Era o preço a pagar por sua conversão ao cristianismo.
Em 1983, após um breve afastamento dos estúdios e palcos, Bob Dylan reaparece com o álbum Infidels, um trabalho onde demonstra profunda afinidade e identificação com o povo judeu e Israel, revoltando-se contra o anti-semitismo e o anti-sionismo. Agora ele não faria mais shows mais aos sábados e passou a estudar a Cabala. Ele teria abandonado o cristianismo finalmente, mas talvez não totalmente, pois uma faixa de Infidels era denominada “ Property Of Jesus” (“Propriedade de Jesus”).
Em entrevista à Rede Americana CBS na década de 2000 após 19 anos excluso, Bob desabafou: “Nunca quis ser profeta nem salvador, no máximo Elvis. Posso me ver transformando nele. Mas profeta? Não.”

Sua fé não resistiu às pressões do mundo
Em Mateus 5.11, está escrito: “Bem aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós.”
Em 2Timóteo 2.11-13, temos:
“Fiel é esta palavra: se já morremos com ele, também viveremos com ele; se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua vez, nos negará; se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode-se negar-se a si mesmo. 

Eis um link do you tube de "Slow Train Coming" com Bob Dylan:
 
Por Eumário J. Teixeira.

5 de out. de 2009

BARAK OBAMA VS. BÍBLIA SAGRADA


DISCURSO DE BARAK OBAMA TRANSCRITO- Politicamente correto, mas...tire suas próprias conclusões! -
DEMOCRACIA X RELIGIÃO
(Realizado em 2008 numa igreja, quando ainda candidato à presidência dos EUA)


“Dada a crescente diversidade das populações dos Estados Unidos, os riscos de sectarismo estão maiores do que nunca.
O que quer que nós já tenhamos sido, nós não somos mais uma nação cristã. Pelo menos não somente.
Nós somos também uma nação judaica, uma nação muçulmana, e uma nação budista, e uma nação hindu, e uma nação de descrentes.
E mesmo se nós tivéssemos apenas cristãos entre nós, se expulsássemos todos os não-cristãos dos Estados Unidos da América, o cristianismo de quem nós ensinaríamos nas escolas? Seria o de James Dobson ou o de Al Sharpton?
Que passagens das Escrituras deveriam instruir as nossas políticas públicas?
Deveríamos escolher o Levítico, que sugere que a escravidão é aceitável? E que comer frutos do mar é uma abominação ou poderíamos escolher o Deuteronômio, que sugere apedrejar o seu filho, se ele se desviar da fé? Ou deveríamos ficar com o Sermão da Montanha? Uma passagem que é tão radical que é de se duvidar que o nosso próprio Departamento de Defesa sobreviveria à sua aplicação. Nós, então, antes de nos empolgarmos, vamos ver as nossas Bíblias agora. As pessoas não têm lido a Bíblia. O que me trás ao meu segundo ponto: Que a democracia exige que aqueles motivados por religião traduzam suas preocupações em valores universais ao invés de específicos de uma religião. O que eu quero dizer com isso? Ela requer que as propostas delas estejam sujeitas a discussão e sejam influenciáveis pela razão.
Eu posso ser contrário ao aborto por razões religiosas, para tomar um exemplo, mas se eu pretendo aprovar uma lei proibindo a prática, eu não posso simplesmente recorrer aos ensinamentos da minha igreja ou invocar a vontade divina, eu tenho que explicar porque o aborto viola algum princípio que é acessível a pessoas de todas as fés, incluindo aqueles sem fé alguma.
Agora, isto vai ser difícil para alguns que acreditam na inerrância da Bíblia, como muitos evangélicos acreditam, mas em uma sociedade pluralista nós não temos escolha.
A política depende das nossas habilidades de persuadir uns aos outros de objetivos comuns com base em uma realidade comum. Ela envolve negociação, a arte daquilo que é possível. E, em algum nível fundamental, a religião não permite negociar: é a arte do impossível.
Se Deus falou, então espera-se que os seguidores vivam de acordo com os éditos de Deus, a despeito das conseqüências. Agora, basear a vida de uma pessoa em compromissos tão inegociáveis pode ser sublime, mas basear nossas decisões em tais compromissos seria algo perigoso.
E se você duvida disso, deixe-me dar um exemplo: Nós todos conhecemos a história de Abraão e Isaac. Abraão foi ordenado por Deus a sacrificar seu único filho. Sem discutir ele leva Isaac montanha acima até o topo e o amarra ao altar. Levanta a sua faca. Prepara-se para agir como Deus ordenara. Agora, nós sabemos que as coisas não deram certo; Deus envia um anjo para interceder bem no último minuto. Abrão passa no teste de devoção de Deus.
Mas é justo dizer que se qualquer um de nós, ao sair desta igreja, visse Abraão no telhado de um prédio levantando sua faca, nós iríamos, no mínimo, chamar a polícia. E esperaríamos que o Departamento de Serviços às Crianças e à Família tirasse a guarda de Isaac de Abraão. Nos faríamos isso porque nós não ouvimos o que Abraão ouve e nós não vemos o que Abraão vê.
Então o melhor que podemos fazer é agir de acordo com aquelas coisas que todos nós vemos, e que todos nós ouvimos. A jurisprudência é bom senso básico. Então, nos temos algum trabalho para fazer aqui, mas eu tenho esperanças que nós podemos transpor o hiato que existe e supera os preconceitos que todos nós, em maior ou menor grau, trazemos a este debate.
E eu tenho fé que milhões de americanos crentes querem que isso aconteça. Não importa o quão religiosos eles possam ser ou não ser, as pessoas estão cansadas de ver a fé ser utilizada como ferramenta de ataque.
Elas não querem que a fé seja usada para diminuir ou para dividir, porque no fim não é desta forma que elas vêm a fé nas suas próprias vidas.”

Para Barak Obama:
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.
Mas os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.
Tu, porém permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste.
E que, desde a Infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para salvação pela fé em Cristo Jesus.
Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
(2Timóteo 3.12-17)

15 de set. de 2009

ASTRONOMIA & DINOSSAUROS


Cristiano Carvalho é formado em administração, ex-bancário, desenhista, artista plástico e astrônomo amador. Como toda pessoa que transborda criatividade, tem vários projetos à espera de um empurrãozinho para se tornarem realidade. Autodidata, Cristiano com a ajuda do pai (Sr. Lauro) montaram simplesmente um observatório, o qual denominou Canopus (ver foto) no terraço de sua casa no bairro Castro Pires em Teófilo Otoni-MG, e sem suporte de engenheiros ou especialistas do assunto. È de se admirar o resultado da obra, graças à sua obsessão por astronomia, como também do seu intento de formalizar cursos básicos sobre a matéria para curiosos, leigos e estudantes do assunto numa sala que será levantada ao lado do observatório. Outra faceta do jovem Cristiano é a de engenheiro mecânico, com a qual monta réplicas animadas de dinossauros (ver foto) que certamente fariam sucesso em qualquer exposição temática.

Dino desenvolvido por Cristiano solto pelas ruas
Ele desenvolveu alguns protótipos realmente interessantes. O que se pode observar é que Cristiano é um daqueles talentos desperdiçados em nossa cidade, já que não encontra apoio de entidades educacionais, faculdades e empresários em geral para bancar seus projetos. Aqui em Teófilo Otoni ele é pioneiro no assunto no que se diz respeito à astronomia com também em relação às réplicas mecânicas dos dinos.

Close do dino criado por Cristiano
Quem se interessar em ajudar e saber mais, pode entrar em contato com o próprio Cristiano através do seu email: cristim1@hotmail.com ou no Facebook (Cristiano Carvalho). Ele também está com um blog em construção: http://observatoriocanopus.blogspot.com . Vale a pena conhecê-lo.

Cristiano Carvalho no Canopus
Por Eumário J. Teixeira.

25 de jul. de 2009

OS CHEFÕES DO BLUES: MUDDY WATERS & HOWLIN' WOLF


MUDDY WATERS - No rico universo do blues norte-americano, um nome se destacou pela fidelidade às suas raízes musicais e ao mesmo tempo pela capacidade de adaptação às novidades surgidas no showbusiness: Muddy Waters, The Hoochie Coochie Man! Com o surgimento dele, o blues expandiu seus horizontes.
O jovem Muddy Waters
McKinley Morganfield, nasceu numa plantação de algodão de Rolling Fork, no Mississipi em 04 de abril de 19l5. Dizem que herdou seu apelido “Muddy Waters” (águas lamacentas) por brincar num lamaçal que havia nos fundos de sua casa. Aos 17 anos Morganfield começava a desenvolver sua técnica “slide” inspirado no respeitado estilo com “bottleneck” de mestre Son House. Sua vida sem perspectivas nas plantações começou a mudar em 1941, quando o folclorista Alan Lomax o descobriu e o convenceu a gravar os temas “Country Blues” e “I Be’s Troubled” para o arquivo da Biblioteca do Parlamento em Washington. Muddy só resolveria tentar a sorte em Chicago dois anos depois, onde contando com a ajuda do experiente bluesman Big Bill Broonzy, começou a freqüentar o ambiente dos clubes do south side; sendo que as gravações que tinha feito para Alan Lomax reforçou a sua apresentação no meio musical concorrido. Quando conheceu o compositor e baixista Willie Dixon sua carreira tomou novo rumo. Contratado pela Chess, e recebendo de Dixon composições exclusivas, Waters disparou um hit atrás do outro nos anos 50, tais como: “Rollin’ And Tumblin”; “Rollin’ Stone”; “Long Distance To Call”; “Honey Bee”; “Standing Around Crying”; “Hoochie Coochie Man”; “I Just Make Love To You”; “I’m Ready”; “Mannish Boy” e “I Got Mojo Working”, só para citar alguns. Nesta época passaram pela banda de Muddy Waters feras como Jimmy Rogers (guitarra elétrica); Little Walter (harmônica); Otis Spann (piano); Willie Dixon (baixo acústico) e Fred Bellow (bateria). Sua crescente popularidade o levou, em 1958, a realizar a sua primeira turnê na Grã-Bretanha, onde o público o recebeu friamente, pois esperavam o blues acústico tradicional do Delta do Mississipi, divulgado por lá por Big Bill Broonzy. Muddy seria ainda reconhecido pelo público europeu nos anos 60 devido à explosão das bandas de rhythm & blues britânicas. 
Willie Dixon, Muddy Waters e Buddy Guy
Nos anos 70 sua carreira começa a declinar devido a um grave acidente de carro em 1973, que o obrigou a retirar-se dos palcos por razoável período. Reaparece em 1976 para a despedida de The Band, registrado em filme de Martin Scorsese e a partir de 1977, o roqueiro albino Johnny Winter o “adota” produzindo seus discos. Mas Muddy já estava com a saúde abalada, e no dia 30 de abril de 1983, faleceu em Chicago, vitimado por um ataque cardíaco, aos 68 anos de idade, na mesma cidade em que foi reconhecido como o “Pai do Blues Elétrico”.
A apresentação de Muddy Waters em Londres no ano de 1958 não foi em vão, pois os ingleses Cyril Davies e Alexis Korner ficaram impressionados com a sonoridade do blues elétrico da banda de Waters; sendo que, logo depois destas apresentações, os dois fundaram o “Blues Incorporated”, embrião das bandas de rhythm & blues inglesas que conquistariam os EUA. Keith Richards e Mick Jagger inspiraram-se no tema “Rolling Stone” de Waters para dar nome a sua banda; Eric Clapton o reconheceu como uma de suas maiores influências; Rory Gallagher e Stevie Winwood participaram da gravação de Muddy Waters London Sessions em 1971; Johnny Winter, fã incondicional de Muddy, regravou vários de seus clássicos e foi o responsável direto pela recuperação de sua carreira na segunda metade dos anos 70.
Eletric Mud (1968), foi o disco mais polêmico gravado por Waters, com Pete Cosey na “guitarra wah wah” e Louis Satterfield no baixo elétrico. Os blueseiros o detestaram, mas os roqueiros o adoraram. Outros de Muddy Waters recomendáveis são: At Newport (1960); Folk Singer (1963, acústico); e os produzidos por Johnny Winter : Hard Again (1977), I’m Ready (1978) e Muddy “Mississipi” Waters-Live (1979). 
HOWLIN’ WOLF - Na saudosa Chicago dos anos 50, a vida noturna era disputada por duas figuras lendárias do Blues plugado: Muddy Waters e Howlin’ Wolf. Ambos dividiam o reinado no show business impulsionados por uma rivalidade saudável, ainda que bebessem da mesma fonte, ou seja, recebiam do baixista, vocalista, produtor e compositor Willie Dixon, temas compostos exclusivamente para eles.
O jovem Howlin'  Wolf
Howlin’ Wolf , o “lobo uivante”, dono de um vocal inconfundível, gaitista e guitarrista, conhecido também como The Back Door Man, o “homem da porta dos fundos”, tinha lá seus trejeitos para ganhar seu público; nas suas apresentações fazia de tudo, desde rolar pelo chão, simular sexo com o microfone e com a gaita (ou harmônica), dar cambalhotas, escalar as cortinas do palco e uivar, é claro!
Howlin’ Wolf, na verdade Chester Arthur Burnett, nasceu no dia 10 de junho de 19l0 na cidade de West Point, próximo a Aberdeen, no Mississipi. Sua iniciação com o blues e a guitarra acústica se deu através do legendário bluesman Charley Patton, seu mentor, e mais tarde com Sonny Boy Williamson II que lhe ensinou a tocar harmônica no final dos anos 30. O início como aprendiz de bluesman foi interrompido em 1941 quando foi convocado para servir ao exército e só retornando às atividades musicais após o final do conflito mundial, em 1945. No ano de 1948 aos 38 anos de idade decidiu mudar-se para Memphis, Tennessee onde formou junto a James Cotton e Little Jr. Parker, o The House Rockers, uma banda de Blues elétrico que obteve boa fama. Foi nessa época que começou a ser chamado de “Howlin’ Wolf”. A partir dos anos 50 na Gravadora Chess, Howlin’ Wolf teve a sua época de ouro, tanto nos estúdios como nas apresentações ao vivo. Nos anos 60 após ser redescoberto pelas emergentes bandas inglesas que invadiam os EUA, foi aclamado novamente e volta a gravar velhos e novos sucessos.

O lobo uivante já grisalho
Em 1970, num lance inteligente de marketing da Chess, Howlin’ Wolf se torna o primeiro bluesman afro-americano a gravar em Londres com roqueiros ingleses, o famoso disco “The London Sessions”.
Mas os problemas começaram a surgir para o velho lobo em 1973, quando depois de sofrer dois ataques cardíacos, sofreu um acidente de carro que deixou-lhe como seqüela uma grave doença renal, que o submeteu a fazer hemodiálise regularmente. Em 10 de janeiro de 1976, depois de uma operação complicada Howlin’ Wolf falece aos 66 anos em Chicago.
Vários artistas e bandas de blues e rock “chuparam” o ritmo característico dos sucessos de Howlin’ Wolf, como Peter Green’s Fleetwood Mac em “No Place To Go”, Duanne Allman e John Hammond Jr. que gravaram juntos ”Shake For Me”, Cream e a famosa versão de “Spoonfull”, Stevie Ray Vaughan detonou em “Tell Me” e “You’ll Be Mine”, John Mayall’s Blusbreakers com “Sitting On top Of The World”, etc.
 

O chefão da Chess, Wolf, Dixon e Sonny Boy II
De seus inúmeros sucessos destacam-se: “No Place To Go”, “Evil Is Going On” de 1954; “Forty Four” de 1955; “Smokestack Lighting” de 1956; “Who’s Been Talking”, “Sitting On Top Of The World” de 1957; “Moanin’ For My Baby” em 1958; “Howlin’ For My Darlin” de 1959 e “Wang Dang Doodle”, “Spoonful”, “Back Door Man” de 1960. Em 1961 gravou “Down In The Botton”, “The Red Rooster”, “You’ll Be Mine”, “Built For Confort” e “I Ain’t Superstitious”.
O disco “The London Sessions” foi lançado em 1971 e fez tanto sucesso que outros músicos como Muddy Waters, Bo Diddley e Chuck Berry se viram obrigados a gravar também com roqueiros ingleses. Neste disco Wolf estava bem acompanhado, com Eric Clapton (guitarra solo); Steve Winwood (piano e orgão); Bill Wyman (baixo); Charlie Watts (bateria); Hubert Sumlin (guitarra ritmo); Ian Stewart (piano); como também em algumas faixas, Ringo Star, como “Richie”, na bateria; dentre outros.
Vale a pena conferir também Howlin’ Wolf/Moanin’ In The Moonlight – Chess (Dois Cds em um - Gravações de 1951 a 1961). 
Aí está o link do you tube onde Howlin' Wolf canta "Shake It For Me" :http://www.youtube.com/watch?v=ux6N00CwudA
e outro link onde Muddy Waters canta "I Got My Mojo Working" no Newport Festival em 1960:http://www.youtube.com/watch?v=FhTCYqJsfqs
 
Por Eumário J. Teixeira.